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Início / Aspectos importantes na produção de sementes de cevada forrageira

  • Materiais Técnicos
  • 07/07/2022

Aspectos importantes na produção de sementes de cevada forrageira

Sumário

A cevada forrageira (Hordeum vulgare L.) é reconhecida como uma gramínea pertencente à família das Poaceas, com espiga composta por três fileiras de espiguetas duplas, o que caracteriza uma espiga com seis fileiras de sementes. A cevada cultivada refere-se à espécie Hordeum vulgare L. sensu latu e é dividida em duas subespécies: Hordeum vulgares ps. Vulgare (grupos de duas e seis fileiras) e Hordeum vulgares ps. Pontaneum (cevada de inverno e de primavera).

De maneira geral, os genótipos com seis fileiras são considerados de aptidão forrageira. Produzem abundante massa verde e seus grãos apresentam maior acúmulo de proteína, tornando estas apropriadas para a alimentação dos animais; suas folhas são largas e compridas, apresentam maior área foliar e sistema radicular vigoroso que podem explorar até 100 cm de profundidade (similar à aveia e ao trigo).

Os colmos são constituídos por cinco a sete entrenós cilíndricos e segmentados por entrenós responsáveis pela inserção das folhas. As bainhas envolvem completamente a circunferência do colmo e apresentam lígula e aurícula (glabras) que auxiliam na diferenciação da cevada forrageira dos demais cereais.

Estabelecimento, adaptação e área cultivada

A semeadura da cevada forrageira deve ser executada precocemente em relação à cevada cervejeira. Recomenda-se a implantação na segunda quinzena de março, na densidade populacional de 300 sementes por metro quadrado (100 a 150 quilos de sementes por hectare) em linhas espaçadas de 0,15 a 0,20 metros.

Seu cultivo destina-se às regiões mais frias do país, pois revela maior adaptação às baixas temperaturas, aos solos com propriedades físicas e químicas adequadas, textura pesada, não tolera excesso de umidade; é exigente quanto a oferta de fósforo e nitrogênio. A recomendação da adubação deve ser amparada pela expectativa de produção e pelas condições do solo.

Atualmente, no Brasil, as cevadas (forrageira e cervejeira) ocupam uma área de aproximadamente 100 mil hectares, com produtividade média de grãos de 3400 quilos por hectare e produção de 370 mil toneladas. Neste cenário, os estados Rio Grande do Sul e Paraná caracterizam-se como os principais produtores de sementes devido aos avanços do melhoramento genético e ao desenvolvimento de técnicas de manejo eficazes.

Taxa de utilização e qualidade fisiológica das sementes

A taxa de utilização de sementes (TUS) de cevada a nível nacional é de aproximadamente 87%, mas no estado do Rio Grande do Sul apenas 14% de sua área é semeada com sementes certificadas. Diante disto, a qualidade das sementes é embasada pelos aspectos genéticos, físicos, fisiológicos e sanitários, que ao serem integralizados propiciam a compreensão do valor real e do potencial de utilização destas sementes. Evidencia-se que a máxima qualidade é atingida na maturidade fisiológica das sementes, que representa o máximo de acúmulo de matéria seca e coincide às maiores magnitudes de germinação e vigor. Em contrapartida, ao passar deste momento a qualidade declina em velocidade variável, sendo influenciada diretamente pelas condições do ambiente de cultivo.

Sementes de cevada atingem a maturidade fisiológica com umidade em torno de 30%, sendo ideal realizar a colheita neste ponto ou o mais próximo possível, entretanto, neste período as sementes expressam elevado grau de umidade e as plantas apresentam folhas e colmos verdes, que dificultam a colheita mecanizada. Desta forma, as sementes permanecem expostas a condições climáticas muitas vezes adversas que podem comprometer a qualidade destas sementes. Assim, o ponto de colheita é definido ao ser possível realizar mecanicamente esta atividade com mínimas perdas (16 a 20% de umidade).

Secagem

O intervalo de tempo decorrente do final da colheita até o início da secagem deve ser reduzido ao máximo, pois neste período as sementes encontram-se com umidade elevada e alta atividade respiratória, o que comprometerá os atributos fisiológicos das sementes. Diante disto, a secagem pode ser definida como o processo simultâneo de transferência de calor e massa, entre o produto a ser seco e o ar utilizado para a secagem. Consistindo na remoção da umidade excessiva contida no interior das sementes por meio da evaporação, beneficiando-se do processo físico de convecção forçada pelo ar aquecido, este procedimento quando realizado corretamente permite manter a qualidade durante um longo período de armazenamento.

Para a cultura da cevada geralmente utilizam-se secadores estacionários, que consistem basicamente em insuflar ar aquecido através de um volume de sementes que permanece em uma camada estática. A secagem ocorre em camadas e forma zonas de secagem, sendo assim, camadas de sementes com maior transferência de água para o ar são denominadas de frente de secagem. Os secadores estacionários mais utilizados são comumente conhecidos como silos de distribuição axial ou radial, porém, demandam certos cuidados operacionais para evitar a secagem excessiva das camadas de sementes próximas à entrada do ar aquecido, e podem resultar num maior tempo de secagem nas camadas mais distantes. Quando as sementes expressam de 16 a 18% de umidade recomenda-se utilizar fluxos de ar de 8 a 10 m³/min por tonelada de sementes, temperatura do ar de 40 a 43°C, umidade relativa do ar mínima de 40% e altura máxima da camada de sementes de 1,5 metros. 

Beneficiamento

O beneficiamento consta de uma etapa importantíssima na produção de sementes de alta qualidade, pois é considerado o componente fundamental em qualquer programa organizado de produção de sementes; este visa aprimorar as características do lote. Refere-se ao conjunto de operações realizadas após a colheita, voltadas à máxima remoção das impurezas com mínimo descarte de sementes, à remoção das sementes depreciadoras da qualidade (danificadas, chochas, mal formadas e atacadas por microrganismos ou pragas) e à classificação das sementes. Buscam a máxima capacidade operacional e a mínima dependência de mão-de-obra, com intuito de atender os padrões mínimos de comercialização que estão pré-estabelecidos pelas normas legais vigentes.

As sementes colhidas no campo de produção geralmente evidenciam a presença de materiais indesejáveis, tais como sementes de má qualidade, deformadas, danificadas, acometidas por patógenos ou sementes de outras espécies, palhas, torrões e impurezas, que podem comprometer a qualidade física e fisiológica dos lotes.

Estes materiais indesejáveis serão removidos em processos subsequentes na unidade de beneficiamento, tornando possível o uso de máquinas empregues no beneficiamento de sementes que realizam a separação baseando-se nas diferenças físicas de tamanho, peso específico, forma, cor e textura. É preciso compreender as propriedades físicas da separação para definir quais máquinas são as corretas para a separação visando a largura, forma, peso específico, comprimento, textura superficial e velocidade terminal.

O desaristador permite que durante o beneficiamento das sementes haja uma maior efetividade de limpeza, permitindo com que as sementes desaristadas movimentem-se livremente pelos mecanismos da unidade de beneficiamento. A retirada destes apêndices possibilita um beneficiamento satisfatório, completando facilmente a trilha e a remoção dos materiais indesejáveis.

O Trieur separa as frações de sementes baseando-se no comprimento e é formado por um cilindro alveolado rotativo horizontal. No seu interior encontra-se uma calha receptora ajustável e na superfície interna do cilindro há alvéolos semiesféricos ou cônicos, distribuídos uniformemente. A mesa de gravidade ou densimétrica permite que um lote de sementes com variabilidade quanto a densidade seja fracionada, esta variabilidade pode ser decorrente do ataque de insetos-praga, doenças, maturação heterogênea e precipitações pluviométricas na pré-colheita.

Figura 1: Fluxograma sugerido para o beneficiamento das sementes de cevada forrageira. Fonte: elaborado pelos autores.

Armazenamento

Após as técnicas de beneficiamento serem procedidas adequadamente, a etapa subsequente para a obtenção de sementes de alta qualidade é o armazenamento, tendo por objetivo conservar as sementes perante as caraterísticas físicas, fisiológicas, sanitárias e genéticas, para que na semeadura se obtenha o máximo número de plântulas sadias, vigorosas e homogêneas. Neste contexto, os sementeiros necessitam de muitos cuidados para preservar a qualidade destas ao longo do tempo e minimizar a velocidade de deterioração das sementes.

Os aspectos relacionados às condições de armazenamento tais como a umidade e a temperatura do ar são considerados os fatores primordiais para a manutenção regular e eficiente da qualidade das sementes e então manter sua viabilidade. Prioriza-se manter as melhores condições para assegurar a qualidade das sementes, em umidade relativa do ar (60 a 70%) e baixa temperatura do ar (inferior a 20 0C) com a finalidade de manter as mínimas atividades metabólicas das sementes e reduzir significativamente a velocidade de deterioração durante o armazenamento.

REFERÊNCIAS

SILVA, J. A. G.; CARVALHO, I.R.; MAGANO, D. A. A CULTURA DA AVEIA: da semente ao sabor de uma espécie multifuncional. 1. ed. Curitiba PR: CRV, 2020. v. 1000. 404p.

CARVALHO, I. R.; SZARESKI, V. J.; NARDINO, M.; VILLELA, F. A.; SOUZA, V. Q. Melhoramento e produção de sementes de culturas anuais – Soja, Milho, Trigo e Feijão. 1. ed. Saarbrücken, Germany: Ommi Scriptum Publishing Group, 2018. v. 50. 229p.

CARVALHO, I. R.; NARDINO, M.; SOUZA, V. Q. Melhoramento e Cultivo da Soja. 1. ed. Porto Alegre: Cidadela, 2017. v. 100. 366p.

CARVALHO, I. R.; SZARESKI, V. J.; NARDINO, M.; VILLELA, F. A.; SOUZA, V. Q. Melhoramento e produção de sementes de culturas anuais – Soja, Milho, Trigo e Feijão. 1. ed. Saarbrücken, Germany: Ommi Scriptum Publishing Group, 2018. v. 50. 229p.

Autores:

Ivan Ricardo Carvalho – Professor Pós Doutor – Melhorista de Grãos da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.

Danieli Jacoboski Hutra – Engenheira Agrônoma – Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.

Rafael Soares Ourique – Estudante de Graduação em Agronomia da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.

Matheus Torres – Estudante de Graduação em Agronomia da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.

Foto de Dr. Ivan Ricardo Carvalho

Dr. Ivan Ricardo Carvalho

Engenheiro Agrônomo pela Universidade Federal de Santa Maria (2014). Especialista em Ciência e Tecnologia de Sementes pela Universidade Federal de Pelotas (2018). Mestre em Agronomia pelo Programa de Pós Graduação em Agronomia, Agricultura e Ambiente da Universidade Federal de Santa Maria (2015). Doutor em Agronomia pelo Programa de Pós Graduação em Agronomia da Universidade Federal de Pelotas (2018).Pós Doutor em Ciência e Tecnologia de Sementes/Plantas de Lavoura através da Universidade Federal de Pelotas (2018/2019). Atualmente é Professor de Agronomia e Medicina Veterinária, Coordenador do Programa de Melhoramento Genético na Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul - (Linha de Pesquisa Grãos) e Professor Permanente do Programa de Pós-Graduação em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade.
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