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Início / Conservação e sustentabilidade do sistema produtivo: como realizar?

  • Materiais Técnicos
  • 19/06/2022

Conservação e sustentabilidade do sistema produtivo: como realizar?

Sumário

Veja aqui a primeira, segunda e terceira parte da Série conservação e sustentabilidade do sistema produtivo

Conservação e sustentabilidade

A conservação e a sustentabilidade do sistema produtivo estão intimamente relacionadas com o manejo agrícola em geral; principalmente, no que tange aos recursos naturais não renováveis. Isso porque a forma como o solo é manejado reflete em maior ou menor taxa de erosão, porque solos que são completamente cobertos, seja pela cultura ou pelos resíduos vegetais mantidos, são menos suscetíveis aos impactos da chuva, que é capaz de promover o carreamento de parte da camada mais superficial do solo. A desagregação das partículas e seu transporte vão sempre variar de acordo com o sistema de cultivo implantado, assim como com as formas de cultivo. Na agricultura, existem tipos de práticas que devem ser consideradas para proteção e conservação do solo e, consequentemente, para a sustentabilidade produtiva, que são as práticas conservacionistas.

Segundo Lepsch (2010), existem inúmeras práticas de conservar o solo, que podem ser separadas em três grandes grupos:

(1) caráter edáfico,

(2) caráter mecânico e 

(3) caráter vegetativo.

Caráter edáfico

As práticas de caráter edáfico são medidas que tem por objetivo manter ou melhorar a fertilidade do solo, mantendo a faixa de disponibilidade do nutriente no solo sempre adequada para a cultura. Essas práticas baseiam-se em manejos como eliminação/controle de queimadas, adubações periódicas (incluindo a neutralização do pH) e a rotação de culturas.

Caráter mecânico

As práticas de caráter mecânico são medidas que visam a conservação do solo, mas utilizando maquinário. São práticas que promovem mudanças no relevo para corrigir possíveis declives para a implantação de sistemas de cultivo em curvas de nível. De modo geral, essas práticas podem ser essenciais em terrenos declivosos, para evitar perdas de solo por enxurradas. Um exemplo de prática mecânica é o terraceamento, que é muito eficiente no controle da erosão, desde que seja realizado de forma adequada e muito bem planejada.

Caráter vegetativo

As práticas de caráter vegetativo são medidas adotadas visando controlar a erosão, promovendo a manutenção da cobertura vegetal no solo. As principais que podemos citar são: reflorestamento, manejo adequado de pastagens (como por exemplo, os sistemas de integração, como o ILPF – Integração Lavoura-Pecuária-Floresta), controle de capinas e manutenção da cobertura do solo com a palhada (Sistema de Plantio Direto – SPD) (Figura 5). Essa última pode ser considerada uma prática de caráter edáfico também, pois contribui para a melhoria da fertilidade do solo. De modo geral, o SPD é uma boa alternativa de produção sustentável, que contribui para a conservação do solo, dos recursos hídricos e para a sustentabilidade do sistema produtivo, podendo ser adotado em algumas culturas de grande interesse, tais como o milho, a soja, o feijão e o trigo. Não apresenta utilização intensiva de maquinário, com arações e gradagens constantes, o que contribui para a manutenção da estrutura do solo. Além disso, esse sistema também é recomendado para ser realizado em produções com rotação de cultura, de modo que a palhada da cultura anterior se mantenha no solo, contribuindo para a proteção desse recurso, além de contribuir para a ciclagem de nutrientes. 

Figura 1. Exemplos de práticas de caráter edáfico – manejo adequado das pastagens (à esquerda) e SPD (à direita). Fonte: Daiane Dalla Nora.

O SPD apresenta alguns pontos negativos, como a dificuldade da aplicação de herbicidas atingir o solo quando necessário (ex.: atuar no banco de sementes das plantas daninhas). No entanto, é importante destacar que o SPD é uma prática de manejo que contribui diretamente para o manejo das plantas daninhas, visto que a palhada forma uma barreira contra a germinação, além de funcionar também como uma barreira de proteção contra a entrada de luz, o que impede a germinação de sementes fotoblásticas positivas, que dependem da luz para germinar. Sendo assim, diante do exposto, é possível afirmar que a soma dos pontos positivos da implantação desse sistema é muito maior e, com isso, as vantagens se sobrepõem às pequenas desvantagens, constituindo-o, portanto, como uma excelente alternativa de cultivo. 

O manejo adequado do solo contribui para inúmeros resultados positivos, como, por exemplo, a melhoria das características físicas, químicas e biológicas do solo, o que, diretamente, contribui para o aumento da produtividade da cultura de interesse. No caso da soja, o Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB), que é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), atua com o objetivo de desafiar e estimular os sojicultores e responsáveis técnicos para desenvolver e aplicar práticas de manejo e cultivo inovadoras, associando o máximo da produtividade com a sustentabilidade do sistema produtivo. Os sojicultores participantes do Comitê afirmam que, a partir do manejo correto, é possível produzir em larga escala com sustentabilidade e viabilidade, o que mostra um cenário em que é possível produzir mais no mesmo espaço. Essa iniciativa é um grande exemplo a ser seguido para as mais diversas culturas de interesse do nosso país, visando produzir mais no mesmo espaço, conseguindo associar a máxima produtividade agrícola com a manutenção da qualidade dos recursos naturais e a sustentabilidade do sistema produtivo.

Resumindo…

Diante do exposto, é inegável a importância do manejo e da conservação dos solos, pois eles são bens valiosos, sem os quais não há produção. Sendo assim, o mais importante a assimilar é a necessidade do uso adequado das terras, sempre levando em consideração as suas aptidões naturais. A partir do conhecimento da capacidade produtiva, é possível propor planejamentos que considerem as recomendações e práticas corretas, que visam a conservação, a proteção e a manutenção da qualidade do solo.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Agricultura sustentável: Subsídios à elaboração da Agenda 21 brasileira. Brasília, 2000. 190 p.

BROWN, G. G.; FRAGOSO, C.; BAROIS, I.; ROJAS, P.; PATRON, J. C.; BUENO, J.; MORENO, A. G.; LAVELLE, P.; ORDAZ, V.; RODRÍGUEZ, C. Diversidad y rol funcional de la macrofauna edáfica en los ecosistemas tropicales mexicanos. Acta Zoológica Mexicana: Nueva Série, Xalapa, n. especial, p. 79-110, 2001.

GOEDERT, W. J.; OLIVEIRA, S. A. Fertilidade do solo e sustentabilidade da atividade agrícola. In: NOVAIS, R. F.; ALVAREZ V. V. H.; BARROS, N. F. de; FONTES, R. L. F.; CANTARUTTI, R. B.; NEVES, J. C. L. (ed.) Fertilidade do Solo. 1. ed. Viçosa, MG: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2007.

KÄMPF, N.; CURI, N. Conceito de solo e sua evolução histórica. In: KER, J. C.; CURI, N.; SCHAEFER, C. E. G. R.; VITAL-TORRADO, P. (ed.) Pedologia. Viçosa, MG: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2012. 343 p.

LAVELLE, P.; BIGNELL, D.; LEPAGE, M.; WOLTERS, V.; ROGER, P.; INESON, P.; HEAL, O. W.; GHILLION, S. Soil function in a changing world: the role of invertebrate ecosystem engineers. European Journal of Soil Biology, Paris, v. 33, p. 159-193, 1997.

LEPSCH, I. F. Solos: formação e conservação. 2. ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2010.

NOVAIS, R. F.; MELLO, J. W. V. Relação solo-planta. In: NOVAIS, R. F.; ALVAREZ V. V. H.; BARROS, N. F. de; FONTES, R. L. F.; CANTARUTTI, R. B.; NEVES, J. C. L. (ed.) Fertilidade do Solo. 1. ed. Viçosa, MG: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2007.

SSSA – Soil Science Society of America. Glossary of Soil Science Terms. Amer Society of Agronomy, 1997. 134p.
Foto de Drª. Laís de Carvalho Vicente

Drª. Laís de Carvalho Vicente

Graduada em Agronomia pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF). Durante a graduação, foi bolsista de iniciação científica do CNPq, atuando no Laboratório de Solos, no setor de Matéria Orgânica e Manejo do Solo, na linha de pesquisa em sequestro de carbono em áreas reflorestadas na região Sudeste do Brasil. Mestre em Produção Vegetal, pela mesma Universidade, dando sequência as pesquisas iniciadas durante a graduação, incluindo análises em agregados do solo com a utilização de energia ultrassônica e determinação da origem do C pela técnica isotópica do 13C. Doutora em Produção Vegetal, analisando o sequestro de C em frações densimétricas de agregados em solos sob diferentes sistemas agroflorestais de cacau no Sul da Bahia, incluindo também análises qualitativas do C a partir de técnicas espectroscópicas, como o Infravermelho com Transformada de Fourier (FTIR) e a Ressonância Magnética Nuclear (13C RMN).
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