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Início / Fundamentos do manejo para a qualidade dos solos agrícolas e produtividade das culturas – Parte II

  • Materiais Técnicos
  • 13/07/2022

Fundamentos do manejo para a qualidade dos solos agrícolas e produtividade das culturas – Parte II

Sumário

Parte II: Compreender o solo, a sustentabilidade e os fundamentos do manejo do solo

Nessa segunda sessão iremos abordar os fundamentos do manejo para a qualidade dos solos agrícolas e para a produtividade das culturas.

Confira aqui a Parte I

O solo e a sustentabilidade 

Como vimos anteriormente, o solo é um sistema aberto. O sistema solo-planta, por sua vez, também é aberto termodinamicamente. Nesse sistema, a sustentabilidade é atingida quando há um equilíbrio entre os processos denominados dissipativos e ordenativos (ADDISCOT 1995).

Os processos ordenativos podem ser compreendidos como aqueles que aumentam a complexidade do meio. Por exemplo, a fotossíntese é um processo que cria moléculas de glicose a partir de moléculas simples de CO2 (Figura 1). Esse processo aumenta a complexidade de organização, uma vez que produz uma nova molécula estável (C6H12O6) a partir de outras seis moléculas estruturalmente mais simples (CO2).

Já os processos dissipativos podem ser compreendidos como aqueles que reduzem a complexidade do meio. A respiração, por exemplo, é um processo inverso à fotossíntese, onde moléculas de glicose são quebradas e liberam outras moléculas estruturalmente mais simples para a atmosfera CO2 (Figura 1).

Segundo Addiscot (1995), os processos ordenativos e dissipativos podem ser biológicos e físicos. Os mesmos estão apresentados na tabela abaixo.

Processos ordenativos

Processos dissipativos

Biológicos

Fotossíntese 

Respiração

Crescimento

Senescência

Formação de matéria orgânica

Decomposição da matéria orgânica

Físicos

Fluxo de água (desenvolvimento

do perfil)

Fluxo de água (erosão, lixiviação)

Floculação

Dispersão

Agregação

Desagregação

Desenvolvimento de estrutura

Decomposição da estrutura

De modo geral, a predominância de processos dissipativos em relação a processos ordenativos diminuem a qualidade do solo, pois estaria simplificando o meio. Em contrapartida, a predominância de processados ordenativos em relação a processos dissipativos aumentam a qualidade do solo, uma vez que estaríamos aumentando a complexidade do sistema. Desse modo, a sustentabilidade está associada aos princípios da produção de mínima entropia, ou seja, em um equilíbrio entre processos ordenativos e dissipativos (ADDISCOT 1995). 

Mas como atingir esse equilíbrio? É isso que vamos discutir na próxima sessão.

Com base nos aspectos destacados acima, Bayer e Dieckow (2020) definiram dois fundamentos de manejo para qualidade do solo agrícola e produtividade das culturas: 1. não perturbação do solo e 2. alto aporte de resíduos. 

Como destacado, a sustentabilidade do sistema é baseada na atenuação dos processos dissipativos. Isso pode ser atingido quando a perturbação do solo é minimizada ou eliminada, resultando em aumento da cobertura do solo, preservando a estrutura do solo e reduzindo a decomposição da matéria orgânica, ou seja, aumentando os processos ordenativos. Isso significa que o manejo do solo tem papel central na promoção de processos de ordenação e atenuação dos processos dissipativos. 

O manejo é importante para a manutenção e melhoria na qualidade do solo através dos fluxos de energia e matéria no sistema solo-planta-atmosfera, e da proteção ambiental associada à alta produtividade a longo prazo (BAYER E DIECKOW, 2020). Mas, os fluxos de energia e matéria são dinâmicos no solo. O sistema solo para produção agrícola é resultado de uma rede de relações não lineares que são conectados com o ambiente (VEZZANI 2001) e por isso, possuem diferentes ordens de organização. 

Por exemplo, o fluxo de compostos orgânicos é constituído pela matéria vegetal que é adicionada pelas culturas e transformada pela biota edáfica. Como resultado, tem-se a produção de uma sequência de compostos intermediários, com tempo variável de permanência no solo, e liberação de parte da matéria na forma de CO2. Esse processo caracteriza o fluxo de energia e matéria. A entrada de compostos orgânicos no sistema promove a formação de agregados no solo, que a longo prazo resulta na formação de estruturas numa hierarquia de tamanho e complexidade (VEZZANI 2009). Desse modo, os fundamentos propostos por Bayer e Dieckow (2019) vão de encontro ao fluxo de energia e matéria, e por isso são indispensáveis para manutenção ou melhoria da qualidade do solo.

A não perturbação do solo pode ser obtida através da utilização do sistema de plantio direto, e o alto aporte de resíduos pode ser atingido com o cultivo de culturas com alta produção primária líquida. Entretanto, deve-se considerar outras estratégias que contribuam com a produção de fitomassa, como por exemplo a adubação, a utilização de plantas de cobertura ou integração lavoura-pecuária. Quando apenas um dos fundamentos é utilizado, ocorre um desequilíbrio entre os processos ordenativos e dissipativos, conduzindo a perda da qualidade do solo (BAYER E DIECKOW, 2020).   

Para exemplificarmos esses fundamentos, na figura abaixo são utilizados dois sistemas contrastantes (Figura 2). Na figura são demonstrados os processos predominantes em cada sistema segundo os fundamentos propostos por Bayer e Dieckow (2020).

Fonte: Lisiane Sobucki (2022).

Assim, o equilíbrio entre processos dissipativos e ordenativos é indispensável para a sustentabilidade do sistema solo. A utilização de práticas agrícolas que visam a diminuição do revolvimento do solo e o alto aporte de resíduos são indispensáveis para a sustentabilidade e qualidade do solo.

REFERÊNCIAS 

ADDISCOTT, T. M. Entropy and sustainability. European Journal of Soil Science, v. 46, n. 2, p. 161-168, 1995.

BAYER, Cimélio; DIECKOW, Jeferson. Lessons Learnt from Long-term No-till Systems Regarding Soil Management in Humid Tropical and Subtropical Regions. In: No-till Farming Systems for Sustainable Agriculture. Springer, Cham, 2020. p. 437-457.

VEZZANI, Fabiane Machado; MIELNICZUK, João. An overview of soil quality. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 33, p. 743-755, 2009.

Autores:

Lisiane Sobucki, Engenheira Agrônoma, Me. em Ciência do Solo.

Rodrigo Ferraz Ramos, Engenheiro Agrônomo, Me. em Ciência do Solo.

Foto de Me. Lisiane Sobucki

Me. Lisiane Sobucki

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Me. Rodrigo Ferraz Ramos

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Eng. Agrônomo e Me. em Ciência do Solo. Pesquisador em Nutrição de Plantas na Phytus | Staphyt Brazil.
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