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Início / Você sabe como funcionam os inseticidas de contato e ingestão?

  • Controle Químico, Pragas
  • 22/02/2022

Você sabe como funcionam os inseticidas de contato e ingestão?

Sumário

Neste material você verá quais são as vias de entrada dos inseticidas nos insetos, e quais as interações fisiológicas que podem ocorrer com as plantas.

A toxicologia dos inseticidas é o estudo dos efeitos biológicos de moléculas inseticidas sob os insetos em função da dose e exposição. A dose diz respeito à quantidade da molécula do ingrediente ativo, e a exposição é referente às vias da exposição e ao tempo da exposição.

Inseticidas: ações sobre as pragas e as plantas

Cada inseticida apresenta toxidade diferente, conforme sua natureza química, dose empregada e também seu estado físico.

O controle do inseto é decorrente de uma cascata de ações. A primeira etapa é a decisão da dose do produto. Após a aplicação, os inseticidas entram no inseto através de uma via, e devem alcançar o sítio de ação no organismo do inseto. Essa ação ocorre em um espaço de tempo e a resposta biológica poderá refletir no controle.

O conhecimento da natureza físico-química das moléculas inseticidas aliado a estratégias na tecnologia de aplicação ajuda a melhorar a eficiência agronômica dos inseticidas no campo.

Como exemplo, tem-se o uso de produtos formulados com Abamectina e adição de óleo mineral ou vegetal na calda, auxiliando no controle do ácaro-rajado (Tetranychus urticae).

Quais são as vias de entrada dos inseticidas nas pragas?

As principais vias de assimilação dos inseticidas pelos insetos-praga são por contato, ingestão e respiração.

Contato

A via de entrada dos inseticidas por contato no organismo-alvo é comum para a maior parte dos inseticidas. Ocorre através do contato do tegumento da praga com o ingrediente ativo, como por exemplo os piretroides e carbamatos.

O contato pode ocorrer de dois tipos:

  • dorsal quando o produto atinge diretamente o inseto;
  • na maioria dos casos tarssal quando o produto cai na planta e o inseto caminha sobre ele.

Ingestão

A ingestão está ligada ao inseto consumir tecidos ou seiva e adquirir junto o inseticida presente nos tecidos.

Os produtos podem estar ou na superfície das folhas, ou no mesófilo, internamente na planta, e quando a praga consome tecidos adquire o inseticida junto.

Essa forma figura como principal via de entrada em dois casos:

  • Moléculas com pouca ou nenhuma interação com o tegumento do inseto, não sistêmicas em plantas e sem efeito fumigante. Cita-se como exemplo as benzoilfenilureias (Lufenuron), aplicadas na superfície foliar e ingeridas por lagartas no ato de consumo foliar.
  • Nos inseticidas sistêmicos, visto que estão presentes nos tecidos da planta, a via de ingestão é a principal forma de aquisição. O inseticida Tiametoxam é um exemplo de inseticida sistêmico com ação de contato e ingestão, no entanto, quando aplicado em tratamento de sementes a via de entrada é pela ingestão da planta após sua translocação para a parte aérea da planta.

Respiração

A terceira forma de entrada é via respiração. A via por respiração diz respeito aos inseticidas que atuam por inalação no inseto e possuem natureza física volátil, como por exemplo os inseticidas em grãos armazenados (Pirimifós-metílico).

Interações fisiológicas dos inseticidas com plantas

Alguns inseticidas não apresentam nenhuma interação com processos fisiológicos da planta, como por exemplo os piretroides. Alguns organofosforados e metilcarbamatos podem apresentar moléculas com interações (Profenofós) e moléculas sem interações (Pirimifós-metil).

Outros grupos químicos apresentam uma boa interação com a planta. É o caso dos neonicotinóides, principalmente o Tiametoxam e Imidacloprido, que atuam como inseticidas sistêmicos pela mobilidade em tecidos da planta e são relatados alterações na fisiologia da planta (efeito fitotônico).

Translocação de inseticidas na planta

Os inseticidas classificados como sistêmicos são aqueles capazes de serem translocados pela planta. No entanto essa translocação limita-se ao movimento acropetal, via apoplasto e via vasos do xilema.

Ilustração do movimento acropetal na planta

Este é o fundamento do tratamento de sementes com inseticidas sistêmicos (Tiametoxam e Fipronil). A fundamentação do método encontra-se na localização do produto no solo, junto à semente. Assim, com o desenvolvimento da planta, o inseticida pode ser absorvido pelas raízes e distribuído para a parte aérea da planta de forma sistêmica, pelos vasos do xilema.

Há também o efeito sistêmico em aplicações foliares de inseticidas, onde resultados com Imidacloprido demonstram o efeito sistêmico da molécula em conjunto com substâncias (adjuvantes) que auxiliaram na interação com o tecido foliar, gerando mortalidade em pulgões, sete dias após a aplicação.

No entanto, o efeito do inseticida sistêmico, em pulverização foliar, é dificultado pelo entrave de localização do produto na planta e pelo perfil de distribuição via xilema.

Os casos dos inseticidas Pimetrozina, Flonicamida e Ciantraniliprole também merecem destaque.

Pimetrozina e Flonicamida são moléculas efetivas para insetos sugadores (moscas-branca e pulgões) e possuem como via de entrada a ingestão da planta, visto que são sistêmicos através da aplicação foliar.

A molécula Ciantraniliprole representa a segunda geração das diamidas, existem algumas particularidades que a diferenciam do Clorantraniliprole. O Ciantraniliprole possui eficiência em insetos mastigadores e sugadores, em geral sob baixas dosagens, é uma molécula sistêmica no xilema com boa translocação solo-planta e parece exercer efeito fitotônico de vigor e produtividade.

Translocação no floema

De uma forma geral é pouco comentado, o efeito sistêmico dos inseticidas pelo floema. Sabe-se que é dificultado, porque exige determinadas propriedades físico-químicas da molécula, a fim de interagir quimicamente com a fisiologia da planta e também manter o efeito inseticida.

Quanto à planta, uma série de parâmetros inatos pode moderar a translocação no floema, citando-se o tamanho dos tubos do floema, a taxa de fluxo do floema, a taxa de descarregamento do inseticida, distância de translocação e efeitos diurnos dos processos fisiológicos.

Desta forma, no Brasil não são encontrados inseticidas registrados que apresentam translocação basipetal via floema.

Movimento translaminar

Adicionalmente a movimentação de inseticidas na planta, cita-se a ação de profundidade ou movimento translaminar. Abamectina e Espinosinade são exemplos de inseticidas com esse tipo de translocação, a qual não é exatamente translocação sistêmica, mas sim distribuição loco-sistêmica em profundidade (de um lado para outro da folha) ao longo do mesófilo foliar.

Em relação a molécula Espinosade, houve indícios de efeito sistêmico sobre ácaro-rajado quando plantas de feijão e tomate foram aspergidas na base do caule com soluções de baixas doses do inseticida.

Movimento translaminar

Caso prático da importância da relação inseticida – planta e a ação de controle

Existe elevada eficácia de controle de inseticidas fisiológicos sobre percevejos? 

Este questionamento é bastante recorrente no campo. Os inseticidas ditos fisiológicos são do grupo das benzoilureias, os quais atuam na síntese de quitina.

Alguns trabalhos experimentais mostram bons controle desses inseticidas sobre percevejos. Inclusive, em função da quitina ser um composto também envolvido na formação de estruturas reprodutivas das fêmeas, é relatado efeito desses inseticidas sobre a esterilidade de fêmeas.

O detalhe é que esses testes experimentais são realizados em laboratório, utilizando altas doses, expondo o produto em contato direto com a praga, fatores que contribuem para que os resultados sejam positivos.

Porém a campo, esse efeito não tem sido visto, pois demandaria altas doses, além do que, o desempenho dos inseticidas fisiológicos é dependente de ingestão pelo inseto e como esses produtos ficam sobre a superfície da planta, dificulta que o produto seja ingerido pelo percevejo.

Diferentemente, inseticidas sistêmicos, como por exemplo os neonicotinoides, ao serem distribuídos no mesófilo foliar, facilitam de ser ingeridos pelos percevejos.

Então, na prática, esses produtos fisiológicos não têm sido usado e não apresentam bons resultados de controle sobre percevejos que justifique o uso para esse alvo.

Foto de Dr. Juliano Ricardo Farias

Dr. Juliano Ricardo Farias

Engenheiro Agrônomo pela UFSM com período de estágio de vivência prática nos Estados Unidos nas áreas de agricultura e bovinocultura de corte. Durante a graduação ainda desenvolveu pesquisas nas áreas de tecnologia de aplicação de inseticidas, georeferenciamento de insetos-praga e manejo integrado de pragas na soja. Mestre pela UFSM com o trabalho de dissertação na área de manejo de lepidopteros-praga com milho Bt e inseticidas. Doutor em entomologia da ESALQ/USP, atuando na área de resistência de insetos as proteínas Cry. Durante o doutorado participou de um período sanduíche na University of Minnesota (EUA). Formação: Doutor em Entomologia. Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz - Universidade de São Paulo, ESALQ - USP (Brasil) com período sanduíche em University of Minnesota System (EUA) . (2010 - 2014); Mestre em Agronomia. Universidade Federal de Santa Maria, UFSM (RS) (2008 - 2010); Graduação em Agronomia. Universidade Federal de Santa Maria, UFSM (RS) (2002 - 2008); Curso técnico/profissionalizante em Técnico em Agropecuária. Colégio Agrotécnico (RS) (1996 - 1998);
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4 respostas

  1. Avatar Lemos Goba Nhamacoa disse:
    18/09/2024 às 15:05

    Estou muito grato tive informação que estava tanto a procura, sou técnico agronómica em Moçambique, mas durante as minhas actividade estou a deparar com pragas do solo para cultura de gergelim

    Responder
    1. Caroline Rabuscke Caroline Rabuscke disse:
      18/09/2024 às 17:49

      Ficamos felizes que gostou, Lemos! Não perca nossos demais conteúdos e animações!
      Para a cultura do gergelim, indico um material da Embrapa, caso queira mais infomações.
      Espero ter ajudado!
      Um abraço!

      Responder
  2. Avatar Antonio Carlos Rodrigues disse:
    11/11/2024 às 16:32

    Boa tarde gostaria de saber, quantos dias depois de passar um inseticida, posso utilizar os produtos para o consumo?

    Responder
    1. Caroline Rabuscke Caroline Rabuscke disse:
      12/11/2024 às 17:02

      Olá Antônio, tudo bem?
      Esse período de temo é chamado de período de carência ou intervalo de segurança, que é quantidade de tempo entre a última aplicação com defensivo e a colheita.
      Essa informaçõa você encontra na bula do defensivo a ser aplicado.
      Espero ter ajudado!
      Abraços!

      Responder

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