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Início / Saiba mais sobre o fungo Venturia inaequalis, causador da Sarna-da-macieira, principal doença da cultura da maçã

  • Materiais Técnicos
  • 18/02/2022

Saiba mais sobre o fungo Venturia inaequalis, causador da Sarna-da-macieira, principal doença da cultura da maçã

Sumário

Neste material são abordados os seguintes tópicos:

  • Características gerais;
  • Biologia e ciclo do patógeno;
  • Danos;
  • Fatores importantes para ocorrência do patógeno;
  • Principais manejos utilizados;

 

Características Gerais


A cultura da macieira (Malus domestica) é uma frutífera importante para a região sul do Brasil. Sendo a sarna, causada pelo fungo Venturia inaequalis, a principal doença da cultura da macieira, principalmente em regiões com clima temperado e úmido, favoráveis para a sua ocorrência. No Brasil, é encontrada em todas as regiões produtoras de maçã.

 

Danos

A sarna é uma doença policíclica, os sintomas podem ser observados em folhas (Figura 1) e frutos. Os danos causados nos frutos fazem com que o valor comercial para o consumo in natura diminua. Além disso, causa abortamento de botões florais e flores, queda prematura dos frutos e desfolhamento das plantas, além de afetar o vigor. Nas folhas, as lesões podem ser observadas pelo surgimento de manchas de coloração verde-oliva, nos dois lados. Nos frutos, pode causar deformações, queda prematura e lesões circulares. Depois de colhidas, os sintomas continuam a se desenvolver. Além disso, os locais das lesões nos frutos também podem ser porta de entrada para lagartas e outros patógenos que atacam a cultura.

Figura 1 – Sintomas da sarna observados nas folhas da macieira.

Ciclo e epidemiologia

Através da compreensão do ciclo do patógeno é possível compreender sua dinâmica na área a fim de escolher os melhores momentos para realização do manejo (Figura 2).

O ciclo é constituído por duas fases, uma saprófita (sexuada), que acontece durante o período de dormência, o fungo fica nos restos culturais durante este período. Outra fase (assexual) acontece durante o período vegetativo da macieira (Figura 2). O período crítico de incidência acontece durante o período de brotação. Desta forma, o fungo está presente na área durante todo o ano. Durante a primavera, os ascósporos são ejetados e alcançam as brotações novas das plantas, principalmente em períodos úmidos. Temperaturas abaixo de 10°C são desfavoráveis a essa liberação. A severidade da doença varia de acordo com as condições climáticas.

 

Figura 2 – Ciclo da sarna-da-macieira V. inaequalis. Os ascósporos são responsáveis pelas infecções primárias e conídios responsáveis pela infecção secundária. Fonte: Adaptado de Agrios (2005)

A ocorrência da sarna da macieira depende de três fatores:

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Hospedeiro

  • Período crítico para controle inicia na brotação;
  • No florescimento a planta é altamente suscetível e coincide com o período de alta liberação de ascósporos;
  • Quanto menor a idade das folhas mais suscetíveis elas são aos patógenos; com o aumento da idade das folhas elas ficam menos suscetíveis ao patógeno.

Inóculo

  • A maturação dos ascósporos pode ocorrer nos meses de julho e agosto, a determinação deste período é importante, pois auxiliar no planejamento das aplicações (Julho-Agosto);
  • As folhas infectadas que caem nos meses de maio e junho liberam maior quantidade de ascósporos, o que ajuda na manutenção do patógeno na área;
  • As folhas que caem prematuramente, nos meses de de janeiro ou fevereiro não chegam a liberar ascósporos.

Condições ambientais favoráveis

  • Germinação e infecção são dependentes do período de molhamento foliar, o que depende do número de esporos disponíveis, ou seja, quando mais esporos o ambiente tiver menor o período de molhamento foliar necessário para ocorrer infecção;
  • Temperaturas entre 16°C e 24°C favorecem a infecção;
  • Existe uma tabela muito conhecida, chamada tabela de Mills, que ajuda a identificar períodos de maior probabilidade de infecção por V. inaequalis. Essa tabela relaciona o grau de infecção com o tempo de molhamento das folhas e temperatura.

 

Controle da sarna da macieira

O manejo deve ser baseado em um conjunto de estratégias integradas. Vamos elencar algumas práticas que auxiliam na diminuição da ocorrência do patógeno na área. Na escolha de período de aplicações é muito importante conhecer os processos que influenciam a doença: ambiente x patógeno x hospedeiro, o que possibilita o manejo com menos aplicações.

  1. Monitoramentos das condições climáticas: O acompanhamento das condições climáticas é fundamental no manejo da sarna, pois possibilita a determinação de períodos favoráveis para a ocorrência do patógeno. Sistemas de alerta podem ser muito úteis nesse período.
  2. Rotação de ingredientes ativos: O uso do mesmo princípio ativo pode selecionar organismos resistentes, o que diminui a eficiência dos produtos. Desta forma, é muito importante a rotação de diferentes grupos.
  3. Primeira aplicação: A determinação do início do controle químico é fundamental no manejo da sarna. Normalmente as aplicações começam a partir do mês de agosto.
  4.  Fungicidas protetores: Fungicidas protetores são importantes no manejo de resistência da sarna. Também são considerados boas opções para aplicações antes de períodos chuvosos, protegendos as plantas.
  5. Manutenção do controle da doença até a queda das folhas: É importante manter as aplicações de fungicidas até o início do período de queda, pois possibilita que diminua a quantidade de inóculo para o próximo ciclo.
  6. Destruição de restos culturais: Em áreas muito infestadas recomenda-se a destruição dos restos culturais, além de controlar outros patógenos e pragas, interrompe o ciclo da sarna.
  7. Uso de cultivares resistentes: Existem algumas cultivares resistentes à sarna disponíveis no mercado. As cultivares mais consumidas no Brasil são suscetíveis (Gala e Fuji) ao patógeno.

Para evitar os problemas de resistência do fungo, Venturia inaequalis, nos pomares de macieira é importante fazer o tratamento com ureia a 5% para redução do inóculo inicial do patógeno, utilizar o quebra-vento e equipamentos de pulverização adequados e calibrados, fazer uso de variedades tolerantes ou resistentes e aplicar fungicidas na dose recomendada e no momento certo. Além de fazer a poda e assegurar a nutrição equilibrada da planta.

Referência

AGRIOS, G.N. Plant pathology. 5a Ed., Academic Press. 2005.

Foto de Dr. Cristiano Bellé

Dr. Cristiano Bellé

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Me. Daiane Dalla Nora

Me. Daiane Dalla Nora

"Engenheira Agrônoma formada pela Universidade Federal de Santa Maria, Mestra em Ciência do Solo na mesma instituição, com ênfase em Biodinâmica e Manejo do Solo. Formação: Engenheira Agrônoma pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) (2012-2017); Mestra em Ciência do Solo pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) (2017-2019); PhD student at University of Puerto Rico"
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