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Início / Programa de aplicações para proteção foliar com fungicidas

  • Materiais Técnicos
  • 23/02/2022

Programa de aplicações para proteção foliar com fungicidas

Sumário

O trabalho traz alguns pontos a serem observados durante o posicionamento de fungicidas a fim de propiciar a maior eficácia de controle de doenças em soja

Controle x Epidemia

Nosso sistema agrícola é intensivo e altamente produtivo localizado nos cenários tropical e subtropical, onde as condições edafoclimáticas permitem com que as exigências para sobrevivência e infecção do patógeno ocorram de forma acelerada.

 

Assim, a relação entre os patógenos e o hospedeiro pode ser estabelecida em qualquer fase do ciclo da cultura, e quando esta relação é compatível, temos o processo doença instalado.

 

Este fato justifica porque realizamos cada vez mais aplicações no ciclo da cultura para tentar controlar as doenças que parecem estar cada vez mais incontroláveis.

 

Talvez no equívoco de interpretação do conceito possa residir o principal fato para explicar a oscilação de eficácia dos fungicidas.

 

Por vários anos, e ainda hoje, o controle da doença é entendido no campo como a aplicação do fungicida sobre o sintoma, na esperança que o patógeno seja erradicado e o residual do controle permaneça atuando na folha da planta.

 

No entanto, isso é um processo biologicamente impossível, visto as condições edafoclimáticas onde estamos trabalhando: pressão de inóculo, fungicidas e tecnologia de aplicação, que favorecem o estabelecimento do patossistema.

 

Sintoma:  tecido já danificado


Vale lembrar que o sintoma é o resultado final do ciclo da doença, que iniciou sua infecção 7 a 14 dias antes, em etapas invisíveis ao olho humano (Figura 1).

 

Ao final, a expressão do sintoma identifica a etapa reprodutiva do patógeno na geração de seus descendentes com grande variabilidade genética sobre o tecido já danificado.

 

Figura 1 – Fases do ciclo das relações entre patógeno e hospedeiro até a expressão dos sintomas.

Via de regra, nenhum fungicida tem potencial para controlar sintoma estabelecido sobre o tecido da folha, ou seja, erradicativo.

 

A maior eficácia imprimida por qualquer fungicida é quando esse for posicionado sobre o tecido da folha antes da chegada do esporo, ou seja, preventivo ou protetor, especialmente estrobilurinas e carboxamidas.

 

À medida que a infecção começa a se estabelecer, a eficácia do fungicida vai decrescendo gradativamente e com isso também o residual (Figura 2).

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Figura 2 – Variações de eficácia em função do momento de posicionamento do fungicida sobre a patogênese.

 

Preventivo, Curativo ou Erradicante?

É importante lembrar que os momentos de aplicação Preventivo, Curativo ou Erradicante, não têm relação direta com o estádio fisiológico da planta e sim com o estágio da patogênese.

 

Assim, poderemos ter aplicações preventivas no estádio vegetativo de uma soja semeada no início da época recomendada, bem como curativa ou até erradicante para este mesmo estádio em área semeada no final da época recomendada ou mesmo safrinha.

 

Baseado nestes pressupostos é possível dizer que é um erro atribuir uma eficácia “fixa” para um fungicida, com se mantivesse seu desempenho, independente do momento da aplicação.

 

Programa de aplicação: a busca pela maior eficácia

Não é difícil observar situações de campo onde o mesmo produto, aplicado em momentos diferentes, imprima eficácias que podem ter grandes variações de desempenho.

 

Desta forma, o foco do manejo eficiente é buscar a eficácia do conjunto das aplicações, ou seja, do Programa de Aplicações e não somente no potencial de um ou outro produto a ser aplicado, ainda pior se nas últimas aplicações. Com isso, o objetivo passa a ser a proteção da área foliar que irá ser a fonte para enchimento dos drenos [grãos] e não a tentativa de controle da doença estabelecida.

 

A montagem do Programa de Aplicações tem suporte no entendimento de que o efeito das aplicações não são independentes e sim possuem relações diretas entre elas, ou seja, a função da aplicação

 

  • 1 é entregar a folha protegida para a aplicação
  • 2, que por sua vez precisa entregar a folha protegida para a aplicação
  • 3, e assim por diante….

Assim, é possível manter a doença em nível baixo dentro do Programa, sem que ocorram possíveis falhas de eficácia entre as aplicações e a doença acelere sua evolução (Figura 3).

Figura 3 – Programa com quatro aplicações de fungicidas. Em (A) início muito tarde e retomada rápida da infecção, necessitando da 5° aplicação e em (B) início mais cedo e evolução mais lenta da doença.

Além disso, o sucesso do Programa de Aplicações na folhagem vai depender do papel fundamental do Tratamento de Sementes (TS), especialmente para doenças necrotróficas, cujo patógeno está localizado na semente ou no solo/palhada.

 

Certamente, quando um TS não é levado em consideração, haverá dificuldades de controle de doenças que irão causar manchas na folhagem da planta, reduzindo a eficácia de todas as aplicações.

 

Aplicação em vegetativo

Já na parte aérea da planta, o início efetivo do Programa passa a ser a aplicação no período vegetativo da cultura por três motivos técnicos específicos relacionados com o patógeno, a tecnologia de aplicação e a planta.

Aplicação em vegetativo: fator patógeno

Com relação ao primeiro, o foco é sempre a aplicação preventiva, buscando proteger o tecido antes da entrada do patógeno, pois grande parte dos esporos chegam no período vegetativo da planta.

 

Outro ponto positivo para o manejo é que o estabelecimento e a evolução do patossistema nesta fase são de grande dificuldade para o patógeno.

 

Sendo assim, a entrada nesta fase reduz drasticamente a multiplicação do inóculo inicial que irá causar a epidemia durante o estádio reprodutivo da cultura (Figura 4).

Figura 4 – Inóculo inicial e epidemia de doenças em soja.

 

Aplicação em vegetativo: fator tecnologia de aplicação

A tecnologia de aplicação tem grandes dificuldades de levar as gotas para o dossel inferior da cultura, especialmente quando ela atinge seu máximo IAF (Índice de Área Foliar), durante o estádio reprodutivo (Figura 5).

 

Figura 5 – Efeitos do posicionamento de fungicidas em diferentes estádios da planta de soja.

Aplicação em vegetativo: fator planta

Por último a planta, especificamente tocando sobre a idade da folha.

 

Tecidos novos e interceptando radiação direta possuem características morfológicas e fotossintéticas que favorecem a retenção do ingrediente ativo posicionado sobre ele, mantendo maior o período residual.

 

Por outro lado, folhas mais velhas e interceptando menos radiação direta apresentam o oposto (Figura 6).

Figura 6 – Concentração de triazol (preto) e estrobilurina (cinza) em diferentes idades de trifólios de soja.

Portanto, a falta de entendimento das relações entre as aplicações na construção do Programa pode levar à perdas precoces de área foliar, resultando diretamente em baixa produtividade.

É importante retomar que a eficácia buscada deve ser do Programa de Aplicações, compreendendo em que momento a aplicação está sendo posicionada no estádio da planta e sua relação com os patógenos.

Assim, a leitura do ambiente é fundamental para a percepção técnica do período residual, que poderá variar e houver necessidade de reorientação dentro do Programa para manter a doença em nível baixo.

 

Foto de Ph.D. Ricardo Balardin

Ph.D. Ricardo Balardin

"CEO do Phytus Group e CRO da DigiFarmz Smart Agriculture. Ph.D. em Crop and Soil Sciences, Plant Pathology pela Michigan State University (EUA); Doutorado em Crop and Soil Sciences, Plant Pathology. Michigan State University, MSU, Estados Unidos. (1994 - 1997); Mestrado em Fitotecnia pelas Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS, Brasil. (1982 - 1984); Graduação em Agronomia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS, Brasil. (1977 - 1982). Área de atuação: Soja, milho, proteção de plantas e controle químico das doenças, arroz, cereais de inverno e tecnologia de aplicação de fungicidas."
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Dr. Marcelo Gripa Madalosso

Dr. Marcelo Gripa Madalosso

Engenheiro Agrônomo, MSc. em Engenharia Agrícola (UFSM) e Dr. em Agronomia: Fitopatologia e Tecnologia de Aplicação de Fungicidas (UFSM). Professor e Pesquisador na Universidade Regional Integrada, Campus Santiago e Santo Ângelo. Diretor da Madalosso Pesquisas. Palestrante. Participa do desenvolvimento de Fungicidas e Tecnologias de Aplicação. Autor de bibliografias na área e revisor. Tem experiência nas áreas de fitopatologia, controle químico, estudo avançados de fungicidas, fitotoxidade, absorção foliar e tecnologia de aplicação de defensivos agrícolas, atuando principalmente nos patossistemas ligados a soja, milho, arroz e trigo.
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Drª. Mônica Debortoli

Drª. Mônica Debortoli

Diretora Técnica Sul do Instituto Phytus. Formação: Doutorado em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal de Santa Maria, UFSM, Brasil (2008 - 2011); Mestrado em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal de Santa Maria, UFSM, Brasil (2006 - 2008); Graduação em Agronomia pela Universidade Federal de Santa Maria, UFSM, Brasil; (2000 - 2005).
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Dr. Nedio Tormen

Dr. Nedio Tormen

Técnico Agrícola (2005) pelo CEDUP Água Doce (SC), Engenheiro Agrônomo (2011) pela Universidade Federal de Santa Maria (RS), Mestre em Fitopatologia pela Universidade de Brasília (2014) e Doutor em Fitopatologia pela Universidade de Brasília (2018) . Possui pesquisas concentradas em fitopatologia nas culturas da soja, algodão, milho e feijão. Atualmente é Diretor Técnico Cerrado no Instituto Phytus e pesquisador na área de fitopatologia.
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