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Início / Aplicação noturna de fungicidas e movimentos foliares

  • Materiais Técnicos
  • 23/02/2022

Aplicação noturna de fungicidas e movimentos foliares

Sumário

O Brasil possui uma larga faixa territorial, posicionada nas regiões tropicais e subtropicais do globo terrestre. Do ponto de vista biológico, não existe outro local no planeta que contemple as melhores condições para um ser vivo se abrigar, se alimentar e se reproduzir, do que aqui.

Desta forma, os cultivos agrícolas são alvos constantes dos mais intensos ataques bióticos já registrados. Especialmente a cultura da soja, pela sua representatividade espacial e econômica, sofre o impacto negativo da ferrugem asiática que acelera a queda da folha, prejudicando a formação e enchimento dos grãos.

Frente a isso, a alternativa é lançar mão das aplicações com fungicidas para evitar o avanço descontrolado dessa enfermidade.


A aplicação por pulverização é um processo complexo e pode ser drasticamente influenciado pelos elementos do clima como temperatura, umidade relativa do ar, velocidade do vento e luminosidade. É notório que essas condições influenciam na qualidade da tecnologia de aplicação, ainda mais com intenso desenvolvimento foliar e fechamento de entrelinha, que consequentemente afetam a eficácia dos fungicidas utilizados pelos produtores. Sabe-se que durante boa parte do dia, as condições de clima são adversas para a aplicação.

Vale ressaltar que, no momento da aplicação a temperatura deve estar abaixo de 30°C, velocidade do vento entre 3 a 10 km h-1 e umidade relativa do ar acima de 55% (ANDEF, 2004). Desta forma, é necessário buscarmos momentos que apresentem estas condições, as quais favorecerão o aumento da vida da gota na superfície foliar.

Assim, a aplicação em períodos noturnos surge como uma estratégia para aplicações em condições de clima mais ameno. Na grande maioria das vezes, a partir do final do dia, os extremos climáticos se atenuam, apresentando condições muito interessantes para que o produtor produza gotas e posicione-as nos tecidos foliares.

Em relação às aplicações noturnas, existe um fenômeno climático que precisa ser levado em consideração. Este fenômeno é a inversão térmica que poderá prejudicar a aplicação. O mesmo ocorre especialmente no final da tarde e início da noite em regiões mais baixas e próximas a matas. (FIGURA 1).

 

Figura 1

 

A inversão térmica ocorre pela ausência de vento e convecção do calor que é armazenado e refletido para a superfície, formando uma camada de calor que evita a penetração de gotas no dossel inferior da cultura.

Por isso, é fundamental a presença de vento leve para remover esta camada de calor e evitar a perda das gotas para o ambiente (FIGURA 2).

 

Figura 2

 

Ao olharmos a planta, notamos que existem particularidades muito importantes para observarmos na qualidade da aplicação noturna, em especial na cultura da soja, a nictinastia.

Este é o nome dado ao movimento foliar que as folhas exercem durante o período da noite e que podem prejudicar a aplicação, se não levados em consideração. Este termo deriva do grego “nyctos” = noite e nastos = fechar, e produz respostas não direcionais a estímulos exógenos provocados pela presença ou não de luz.

O movimento foliar é responsabilidade do pulvino, conjunto de células localizadas na base do pecíolo de cada folíolo responsivo a turgescência (FIGURA 3).

 

Figura 3

 

Desta forma, elas conseguem perder água rapidamente, devido ao movimento dos íons cloro e potássio através das membranas, causando movimento da água para dentro ou para fora da célula, que proporciona mudança de turgor na célula (Taiz e Zeiger, 2014). Durante o dia, as plantas de soja posicionam as suas folhas abertas para captação de radiação solar e, na medida que a noite avança até o final da madrugada, este movimento vai lentamente fechando e apontando as folhas para o solo (FIGURAS 4a1 – 16hs, 4a2 – 23hs e 4a3 – 4hs; 4b1 – 16hs, 4b2 – 23hs e 4b3 – 4hs).

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Figura 4. 4a1 – 16hs, 4a2 – 23hs e 4a3

 

Figura 4. 4b1 – 16hs, 4b2 – 23hs e 4b3 – 4hs

 

Analisando esse contexto, podemos observar a dicotomia dos dois momentos, em relação ao dia, condição climática em determinados horários quase sempre adversa, mas estatura de plantas com folhas eretas e à noite, condição climática adequada e movimento foliar, sendo direcionadas para baixo. A grande vantagem deste último é que o movimento do pulvino é lento, e isso permite que as aplicações de fungicidas possam ser feitas até um momento da madrugada.

Diversos trabalhos de pesquisa e acompanhamentos de campo tem direcionado para isso. Situações em que a logística da aplicação não pode ser atingida nas melhores condições do dia, ou especialmente em condições de estresse hídrico por falta de água, as aplicações noturnas com fungicidas são uma estratégia fundamental para a proteção da planta.

No entanto, em aplicações noturnas, é preciso considerar o que foi dito e evitar algumas situações como o final da madrugada, chuva no dia seguinte e adjuvantes tensoativos (organosiliconados). Estes últimos podem ser evitados, nestas condições, pois irão quebrar a tensão superficial dos líquidos e, aí sim, pode haver alguma movimentação adversa, seja por escorrimento ou em direção ao pecíolo ou haste da planta.

Em todos os ensaios conduzidos, o final da madrugada (entre 3 e 6h) as eficiências das aplicações para o controle de doenças não ficaram satisfatórias, ficando abaixo dos melhores momentos, 9h, 18hs e 23hs (FIGURA 5 e 6).

 

Figura 5

 

Figura 6

 

Este baixo desempenho não está diretamente ligado com o orvalho, como é atribuído, mas sim pela nictinastia das folhas de soja que, se posicionando para baixo, evitam captar as gotas da aplicação (FIGURA 7).

 

Figura 7

 

Figura 8
Foto de Dr. Marcelo Gripa Madalosso

Dr. Marcelo Gripa Madalosso

Engenheiro Agrônomo, MSc. em Engenharia Agrícola (UFSM) e Dr. em Agronomia: Fitopatologia e Tecnologia de Aplicação de Fungicidas (UFSM). Professor e Pesquisador na Universidade Regional Integrada, Campus Santiago e Santo Ângelo. Diretor da Madalosso Pesquisas. Palestrante. Participa do desenvolvimento de Fungicidas e Tecnologias de Aplicação. Autor de bibliografias na área e revisor. Tem experiência nas áreas de fitopatologia, controle químico, estudo avançados de fungicidas, fitotoxidade, absorção foliar e tecnologia de aplicação de defensivos agrícolas, atuando principalmente nos patossistemas ligados a soja, milho, arroz e trigo.
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Dr. Marlon Tagliapietra

Dr. Marlon Tagliapietra

Já atuou como colaborador de pesquisa e ensino do Instituto Phytus. Possui experiência na área de Fitopatologia, atuando principalmente nos temas de proteção de plantas e controle químico de doenças em soja, milho, arroz e cereais de inverno e tecnologia de aplicação de fungicidas. Formação: Doutorado em Programa de Pós-Graduação em Agronomia pela Universidade Federal de Santa Maria, UFSM, Brasil; (2014 - 2017) Mestrado em Programa de Pós-Graduação em Agronomia pela Universidade Federal de Santa Maria, UFSM, Brasil; (2012 - 2014) Especialização em Programa Especial de Graduação de Formação de Professores para a Educação P. pela Universidade Federal de Santa Maria, UFSM, Brasil; (2014 - 2015) Graduação em Agronomia pela Universidade Federal de Santa Maria, UFSM, Brasil; (2006 - 2011)
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Ph.D. Ricardo Balardin

Ph.D. Ricardo Balardin

"CEO do Phytus Group e CRO da DigiFarmz Smart Agriculture. Ph.D. em Crop and Soil Sciences, Plant Pathology pela Michigan State University (EUA); Doutorado em Crop and Soil Sciences, Plant Pathology. Michigan State University, MSU, Estados Unidos. (1994 - 1997); Mestrado em Fitotecnia pelas Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS, Brasil. (1982 - 1984); Graduação em Agronomia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS, Brasil. (1977 - 1982). Área de atuação: Soja, milho, proteção de plantas e controle químico das doenças, arroz, cereais de inverno e tecnologia de aplicação de fungicidas."
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