Antracnose (Colletotrichum truncatum) da soja

Publicado em: 09/10/2014
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Neste material você vai ter acesso a informações sobre o patógeno causador da antracnose da soja, tais como:

  • Etiologia
  • Sintomas
  • Danos
  • Recomendações de manejo 

Etiologia

Colletotrichum truncatum é caracterizado pela formação de acérvulos escuros, com forma oval a alongada, com a presença de numerosas setas. Os conídios são hialinos, unicelulares e curvos, com conidióforos que estão no interior do acérvulo.

A disseminação em grandes distâncias pode ocorrer através das sementes contaminadas. Níveis altos de infecção de sementes de soja em torno de 81% já foram descritos em regiões tropicais e subtropicais.

 

Sintomas

O fungo pode atacar a planta durante quase todo o seu ciclo de vida, porém, mais frequentemente da floração ao enchimento de grãos. As partes da planta que podem ser afetadas por C. truncatum são as folhas, os ramos, as inflorescências e as vagens.

Nas folhas ocorrem lesões escuras que acompanham as nervuras e comumente acabam rompendo o tecido. Nas hastes estas lesões são deprimidas e, em condições de umidade alta irá ocorrer a formação de acérvulos do fungo (Figura 2).

 Sementes colonizadas por C. truncatum podem não mostrar inicialmente, qualquer sintoma, mas desenvolvem manchas marrons ou áreas cinza pequenas e irregulares com pintas pretas (Figura 1 e 3).

Figura 1 - Plântulas de soja infectadas por Colletotrichum truncatum.
Figura 2 - Acérvulos de C. truncatum em hastes de soja.
Figura 3 - Semente de soja com acérvulos de C. truncatum.
Figura 4 – Acérvulos de C. truncatum em folhas de soja.
Figura 5 – Isolamento do patógeno em meio de cultura.

 

Figura 6 - Acérvulos e conídios de C. truncatum.

Danos

Sob condições de alta umidade relativa do ar, a doença causa apodrecimento e queda das vagens, abertura das vagens imaturas e germinação dos grãos em formação.

As sementes infectadas podem morrer durante a germinação ou, se elas germinam, podem produzir plântulas infectadas (Figura 1).

A doença pode causar perda total da produção e, com maior frequência, causar alta redução do número de vagens, induzindo a planta à retenção foliar e haste verde.

Nos EUA são relatadas perdas em função da redução de “stand”, qualidade de sementes e produtividade da ordem de até 26% ou mais, enquanto que na Tailândia e em algumas regiões do Brasil as perdas podem girar ao redor de 30 a 100%.

 

Recomendações de manejo

A redução da incidência de antracnose, nas condições dos Cerrados, só é possível através de rotação de culturas, maior espaçamento entre as linhas, população de plantas adequada, tratamento químico de semente e de parte aérea, além do manejo adequado do solo, principalmente, com relação à adubação potássica.

 

Autor(a)

Drª. Caroline Gulart

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