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Início / Amônia quaternária: o que são esses compostos?

  • Controle Químico
  • 19/02/2022

Amônia quaternária: o que são esses compostos?

Sumário

Compostos de amônia quaternária (CAQs) são surfactantes catiônicos altamente tóxicos contra microrganismos (fungos, bactérias e vírus) e por isso, são conhecidamente agentes com ação biocida. São bastante utilizados por diversos ramos da indústria (farmacêutica, alimentícia, etc.) como desinfetantes ou sanitizantes (Nguyen et al., 2017). Recentemente, alguns produtos à base de amônia quaternária têm sido testados na agricultura, como potencial ferramenta no controle de fitopatógenos causadores de doenças em plantas. 

Dentre os principais compostos de amônia quaternária testados na agricultura está o cloreto de dodecil dimetil amônio (CDDA). O cloreto de benzalcônio é outro exemplo de amônia quaternária bastante conhecido.

Mecanismo de ação dos compostos de Amônia Quaternária

Mecanismo de ação dos CAQs contra microrganismos envolve o rompimento da membrana celular, através da interação do composto carregado positivamente com a bicamada fosfolipídica, levando ao vazamento do conteúdo celular e posterior morte celular (Gilbert & Moore, 2005). 

Ordem processual dos eventos envolvidos na ação dos CAQs (McDonnell, 2007):

  1. Penetração do CAQ pela parede celular do microrganismo;

  2. Reação com a membrana plasmática da célula (lipídios ou proteínas);

  3. Desorganização da membrana celular; 

  4. Vazamento de material intracelular de menor peso molecular;

  5. Degradação de proteínas, ácidos nucleicos e desregulação da homeostase interna da célula;

  6. Rompimento da parede celular por enzimas autolíticas, seguido de morte celular. 

Quanto ao cloreto de benzalcônio, existem trabalhos que relatam que é um composto capaz de induzir respostas de defesa na planta (Guzzo et al., 1999). Tais mecanismos estariam ligados ao aumento do teor de compostos fenólicos e síntese de B-1,3-glucanase e quitinases no tecido vegetal, conferindo uma proteção local, não evidenciando a proteção sistêmica. Além disso, é relatada uma ação direta sobre o patógeno Hemileia vastatrix, pela inibição da germinação de esporos e formação de apressórios no fungo (Guzzo et al., 1999).

Detalhes técnicos da estrutura química dos compostos de amônia quaternária

O nitrogênio quaternário central é o local da molécula que carrega consigo cargas positivas (cátions), capazes de se ligarem aos grupos polares dos fosfolipídios ácidos das membranas dos fungos e bactérias.  Quatro radicais ficam anexados a esse nitrogênio central, podendo variar bastante entre os diferentes CAQs. A porção aniônica carregada negativamente é usualmente cloro ou bromo e está ligada ao nitrogênio, para formar o sal CAQ. 

Os CAQs podem ser classificados com base na natureza dos radicais (R), pelo número de átomos de nitrogênio, tamanho das cadeias de carbono e pela presença de grupos aromáticos. Estas variações podem afetar a atividade antimicrobiana do composto. Por exemplo, o comprimento das cadeias carbônicas pode afetar muito a atividade antimicrobiana. Comprimentos de 12 a 16 carbonos (C12 a C16) geralmente mostram a maior atividade antimicrobiana. 

Muitos produtos podem conter misturas de CAQs e outros adjuvantes de modo a aumentar sua eficácia ou para atingir um grupo específico de organismos. 

Estrutura básica de CAQs e estrutura molecular do cloreto de dodecil dimetilamônio (CDDA).

Aplicabilidade prática

Em testes in vitro, em laboratório, estes compostos demonstram uma elevada letalidade a diversos microrganismos. Por isso são muitas vezes considerados compostos com ação biocida, ou seja, possuem baixa seletividade e ação tanto sobre fungos como bactérias.

Em condições de campo, um primeiro ponto a ser levado em conta é que a aplicação isolada desses compostos não é recomendada. Isso porque, alguns trabalhos demonstram que o efeito residual desses produtos não é longo (Pontes et al., 2012), e por mais que apresentem uma forte ação tóxica de imediato, no campo existe uma contínua exposição das plantas aos patógenos, e o baixo residual poderia comprometer esse controle.

Por outro lado, alguns trabalhos de campo têm demonstrado resultados positivos da associação desses compostos aos fungicidas de forma a complementar o controle, principalmente de fungos de difícil controle. Um exemplo tem sido no controle de antracnose na soja, principalmente em regiões tropicais de forte pressão dessa doença, onde esses compostos tem contribuído para elevar controle.

Então, se trata de mais uma opção a ser pensada em associação com os fungicidas de modo a somar no controle.  

Referências:

Nguyen KA, Förster H, Adaskaveg JE. Quaternary Ammonium Compounds as New Sanitizers for Reducing the Spread of the Olive Knot Pathogen on Orchard Equipment. Plant Disease 2017 101:7, 1188-1193.

Pontes NC, Nascimento AR, Verdú ROM, Quezado-Duval AM. Avaliação do cloreto de dodecil dimetil amônio para o controle da mancha bacteriana do tomateiro. Biosci. J. 2012; v.28, n.1, p. 43-47.

Guzzo SD, Harakava R, Kida K, Martins EMF, Roveratti DS. Proteção de cafeeiros contra Hemileia vastatrix por cloreto de benzalcônio (composto de amônio quaternário). Summa Phytopathologica, 1999; v.25, n.4, p. 339-345.

McDonnell GE. 2007. Antisepsis, disinfection, and sterilization. ASM Press, Washington, DC.

Foto de Dr. Leandro Marques

Dr. Leandro Marques

Graduado em Agronomia (2011) pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Possui mestrado e doutorado pelo Programa de Pós Graduação em Agronomia pela mesma Universidade. Atuou na pesquisa a campo como pesquisador no Instituto Phytus na área de fitopatologia. Na área de ensino atuou como coordenador de conteúdo e treinamentos da plataforma Elevagro, sendo autor e tutor de diversos cursos online e presenciais. Possui experiência em fitopatologia, com ênfase em: controle químico de doenças em plantas, quantificação de doenças, ferrugem da soja, absorção e dinâmica de fungicidas, respostas fisiológicas de plantas a estresses abióticos e fitotoxidade de agrotóxicos. Atualmente é professor de Fitopatologia no curso de Agronomia da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUI).
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6 respostas

  1. Avatar jose geraldo ricardo disse:
    23/04/2024 às 06:55

    Como fica o manejo biológico nas culturas e a vida microbiana no solo, sendo que o uso da amônia quartenaria é altamente tóxica a fungos, bactérias e vírus?

    Responder
    1. Avatar mariana.oliveira disse:
      29/04/2024 às 10:49

      Olá José, bom dia.
      Obrigada pela sua pergunta!

      A amônia quaternária não tem seletividade para os organismos vivos, como bactérias, fungos e vírus, porém o comprimento das cadeias carbônicas estão relacionadas com a maior ou menor atividade antimicrobiana. Além disso, o uso de amônia quaternária não tem período residual longo, sendo mais utilizado em combinação com outros fungicidas para aumentar a eficiência de controle, como é o caso da antracnose na soja.

      Portanto, adotar o uso da amônia quaternária deve considerar as condições de campo, a incidência de severidade de fungos, bactérias e vírus causadores de doenças, a eficiência da amônia no controle deles e se não existe outra alternativa de controle com menor impacto nos microrganismos benéficos da lavoura.

      Indicaria o artigo Amônia quaternária: você conhece?

      Responder
  2. Avatar Vitor Hugo disse:
    24/04/2024 às 14:10

    A Amônia Quaternária é eficaz contra as bactérias nas fezes de pombos (salmonelose, histoplasmose e criptococose) ?

    Responder
    1. Avatar mariana.oliveira disse:
      29/04/2024 às 10:51

      Olá Vitor, bom dia.
      Obrigada pela sua pergunta!

      A amônia quaternária pode ser utilizada na limpeza de fezes dos pombos, ajudando no controle de Salmonela spp. , Histoplasma e Criptococcus. Porém, deve seguir alguns cuidados no momento da limpeza, utilizando máscara para evitar inalação da poeira, utilizar luvas e após a desinfecção utilizar meios para impedir a entrada dos animais no ambiente novamente.

      Em caso de dúvidas é sempre importante contatar o Departamento Técnico de Controle de Zoonoses da sua cidade.
      Att;

      Responder
  3. Avatar MARCOS EVALDO CAPELETTI disse:
    05/06/2024 às 14:32

    Gostaria saber qual a primeira entrada com ela na soja e qts aplicação teria um bom controle na antracnose?

    Responder
    1. Caroline Rabuscke Caroline Rabuscke disse:
      06/06/2024 às 09:39

      Olá Marcnos, Tudo bem?
      Obrigada pela sua pergunta!
      O uso de amônia quaternária não tem período residual longo, sendo mais utilizado em combinação com outros fungicidas para aumentar a eficiência de controle, como é o caso da antracnose na soja.
      Para aplicação em momento adequado da amônia quaternária, sugerimos considerar as condições de campo, a incidência de severidade da doença, a eficiência da amônia no controle deles e outras alternativas de controle.
      Indico ainda a leitura o artigo Amônia quaternária: você conhece?

      Responder

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