O tema no segundo dia do Evento Microbioma e Produtividade foi: como usar a microbiota para compreender seu solo. Contamos com as participações do Dr. Marcus Adonai, oceanógrafo e cofundador da Biome4All; Me. Estácio Odisi, biólogo e cofundador da Biome4All; Leonardo Gomes, sócio da Biome4All, com 25 anos de experiência no setor financeiro e na produção de conteúdos e tecnologia; Diego Siqueira com formação em engenharia agrônoma e pós-doutorado pela UNESP Jaboticabal.
O tema do evento apresenta a importância da análise biológica como uma ferramenta que traz conhecimento e informações sobre o solo, permitindo avaliar as estratégias de manejo que podem ser adotadas. Os quatro pontos principais abordados pelos palestrantes serão resumidos na sequência:
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Análise biológica do solo
Mesmo sendo uma das metodologias mais recentes no diagnóstico, as análises biológicas do solo são muito importantes. Entre as estratégias que podem ser utilizadas temos: os métodos baseados em cultivo laboratorial de bactérias e fungos, medidas de atividade microbiana e técnicas moleculares de análises microbiológicas.
As análises genéticas iniciam com a coleta de amostras de solo e seguem com o processamento de extração, amplificação e sequenciamento do DNA. Com o uso da bioinformática é possível comparar os genomas presentes no solo com as bases de dados, obtendo assim, os genomas dos organismos presentes. Informações que nos permitem inferir sobre a diversidade de microrganismos e sua funcionalidade.
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Solo: análise das nanopartículas, relação entre metagenômica, enzimas e tipos de argila no solo.
O solo apresenta diversas e importantes funções ecossistêmicas. Uma delas é a atuação na filtragem e no armazenamento de água, promovendo maior segurança alimentar e resiliência hídrica, caso ocorram secas ou enchentes. Outra função ecossistêmica do solo está na diversidade de organismos que o mesmo contém. É fundamental conhecer a fundo esse “ativo” tão importante.
Os solos de qualquer local do planeta são resultantes da interação entre rocha, clima, relevo e microrganismos, a alteração de um destes fatores pode mudar a formação mineral do solo. Portanto, podemos dizer que os microrganismos têm estreita relação com a formação das nanopartículas de um solo e na sua composição como um todo. Uma das ferramentas disponíveis para melhor conhecer o solo e a partir desse conhecimento tomar melhores decisões, é a análise de nanopartículas que relaciona a metagenômica, enzimas e os tipos de argila.
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Agro Bioma Brasil: o maior e mais abrangente estudo sobre a genética do solo é
o projeto Agro Bioma Brasil, desenvolvido pela Biome4All em parceria com produtores, consultores agrícolas, cooperativas e entidades de pesquisas. O estudo tem como finalidade o levantamento de evidências práticas sobre os ganhos de eficiência, produtividade e biodiversidade na agricultura por meio de estratégias de administração do solo, baseadas na compreensão de sua microbiota em diferentes biomas.
São mais de 110 empresas parceiras que realizam as análises dos solos em 55 diferentes culturas, dentre as mais representativas em seus respectivos biomas e regiões, por área de plantio, custos de produção ou importância estratégica em seu mercado.