Máquinas como o pulverizador ou o distribuidor centrífugo, para tratos culturais, como a aplicação de defensivos agrícolas (inseticidas, fungicidas e herbicidas) ou adubações (nitrogênio e NPK), muitas vezes trafegam na lavoura quando as culturas já estão implantadas, podendo danificar estas plantas, e dependendo do estádio da cultura, causam perdas completas por esmagamento.
O problema desta perda é que esta planta já consumiu recursos como água, nutrientes e radiação solar, que poderiam ter sido aproveitados por uma planta que irá produzir, e gerou custos pela compra das sementes, fertilizantes e agrotóxicos.
Importância do tráfego controlado de máquinas
Nesse cenário, podemos empregar o tráfego controlado de máquinas tanto para reduzir a perda de plantas, como para proporcionar melhores condições de desenvolvimento às culturas, e também melhorar as condições do solo, com a redução da compactação, e a melhora na infiltração e no armazenamento de água. Isso tudo pela redução do tráfego aleatório e excessivo das máquinas, contribuindo para uma produção mais eficiente e barata, além de ambientalmente sustentável e correta.
Por meio do tráfego controlado, podemos fazer uso de uma tecnologia já adotada em outros países, que é o não cultivo das linhas de tráfego, ou seja, nos locais onde os pneus das máquinas trafegam, as linhas de semeadura são retiradas, de forma que na lavoura tenhamos a área para cultivo e os locais específicos para o tráfego das máquinas.
Vantagens do tráfego controlado
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A quantidade de área destinada ao tráfego das máquinas vai depender da distância entre cada linha de tráfego (largura da plataforma da colhedora, barra do pulverizador, largura útil da semeadora) e também das características dos pneus das máquinas, como a maior largura dentre os vários tipos de pneus que irão trafegar. Essa porcentagem de área trafegada geralmente é menor do que 20%.
Separação de áreas
Com essa separação em áreas de cultivo e locais específicos para o tráfego, são observados ganhos na eficiência das máquinas, como: menor índice de patinamento das rodas motrizes, por trafegarem em locais de solo agrícola firme; maior velocidade de deslocamento, pela redução do patinamento; e maior capacidade de tração, pelo menor aprofundamento do pneu no solo.
Economia
Além de que, com o não cultivo das linhas de tráfego, os gastos despendidos com sementes, fertilizantes e tratamento de sementes para plantas que depois seriam esmagadas pelo tráfego dos pulverizadores e distribuidores centrífugos serão evitados, trazendo assim uma economia de até 5% no custo total desses insumos.
Compensação de áreas não cultivadas
Outra vantagem é que a produção da área não cultivada pode ser compensada pelas plantas que estão ao lado das linhas de tráfego, dependendo da cultura implantada. A soja é um exemplo dessa compensação, pois verifica-se que as plantas adjacentes às linhas de tráfego conseguem emitir ramificações em sua estrutura e ocupar o espaço físico disponibilizado pela ausência de plantas nas linhas trafegadas, de forma que, quando a máquina passar, simples abridores de linhas podem fazer com que essas ramificações sejam afastadas do pneu, impedindo que sejam danificadas e que ocorra perdas na produção.