Neste material você vai conhecer um pouco mais sobre:
- Os aspectos gerais da espécie Anastrepha fraterculus
- Identificação
- Danos
- Desenvolvimento da espécie
- Monitoramento
A citricultura exerce grande papel na economia brasileira, principalmente na indústria do suco de laranja e/ou no seu consumo in natura. Assim como em outros cultivos, a citricultura é afetada por uma grande diversidade de pragas, dentre elas, destaca-se a mosca-da-fruta, em especial a espécie Anastrepha fraterculus (Diptera – Tephritidae). Essa praga também é conhecida como mosca sul-americana, sendo responsável por causar grandes perdas nos pomares de citros.
Identificação
Os adultos da mosca possuem a coloração amarelada típica, possuindo asas transparentes que apresentam duas manchas características para sua identificação, uma em forma de “S” na parte central e outra em “V” invertido no ápice. Na fase adulta pode atingir cerca de 7 mm de comprimento e 16 mm de envergadura. As fêmeas são maiores que os machos devido a presença do acúleo ao final do abdômen (Figura 1).
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Danos
A espécie causa danos no pomar direta e indiretamente, pois, através de seu acúleo realiza a postura dos ovos dentro da fruta. O maior dano da praga ocorre com o desenvolvimento da larva no interior da fruta, que se alimenta da polpa, além do orifício servir de porta entrada para doenças. Estes danos tornam a laranja imprópria para a comercialização in natura (Figura 2).
Desenvolvimento da espécie
A mosca é caracterizada pelo difícil controle, devido ser uma praga polífaga, ou seja, completa seu ciclo em vários hospedeiros (Figura 3). No sul do Brasil, mesmo havendo uma estação fria, a mosca-das-frutas consegue completar seu desenvolvimento. Isto acontece devido a longevidade média dos adultos, que pode variar de 128,7 a 55,5 dias na faixa térmica de 15ºC a 25ºC, respectivamente (NAVA & BOTON, 2010).
Monitoramento
O monitoramento da praga no pomar pode ser realizado através de armadilhas McPhail. As armadilhas podem ser compostas por um atrativo feito de suco de laranja, uva, proteína hidrolisada a 3%, vinho na diluição de 20%.
O nível de controle para a praga é de 0,5 moscas/armadilha/dia.
É recomendado o uso de pelo menos 2 a 4 armadilhas por hectare, que podem ser alocadas nas plantas ¾ dentro da copa. É importante que as armadilhas sejam verificadas semanalmente.
Referências
KAMIYA, Aline Cristiane. Criação massal em dieta líquida e radioesterilização da mosca-sul-americana Anastrepha sp. 1 aff. fraterculus (Wied., 1830)(Diptera: Tephritidae). 2010. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.
NAVA, D. E.; BOTTON, M. Bioecologia e controle de Anastrepha fraterculus e Ceratitis capitata em pessegueiro. Embrapa Clima Temperado-Documentos (INFOTECA-E), 2010.
MALAVASI, Aldo; ZUCCHI, Roberto Antonio; SUGAYAMA, R. L. Moscas-das-frutas de importância econômica no Brasil: conhecimento básico e aplicado. Ribeirão Preto: Holos Editora, 2000.