Uma forma alternativa de controle de doenças em plantas é o uso de indutores de resistência. A indução da resistência consiste no aumento da capacidade de defesa da planta contra o amplo espectro de organismos fitopatogênicos, incluindo fungos, bactérias e vírus. Neste material, você vai conhecer um pouco mais sobre o que são indutores de resistência em plantas, os principais tipos e as vantagens.
A atuação dos indutores de resistência não se dá pela eliminação do patógeno, e sim pela ativação da resistência latente da planta, fazendo com que a entrada ou a posterior atividade do patógeno em seus tecidos seja evitada ou atrasada.
Tipos de indutores de resistência em plantas
As plantas, quando atacadas, defendem-se por meio de mecanismos estruturais ou bioquímicos, que podem ser divididos em:
- pré-formados (passivos ou constitutivos), que já estão presentes nas plantas antes do contato com o patógeno, e;
- pós-formados (ativos ou induzíveis), que estão ausentes ou presentes em baixos níveis antes da infecção, sendo produzidos ou ativados em resposta à presença de patógenos.
Os indutores de resistência pré-formados estruturais são a presença de cutículas, estômatos, tricomas e paredes celulares espessas. A planta pode ainda se defender, se o patógeno conseguir acesso ao seu interior, pela formação de papilas, halos, lignificação, camadas de cortiça e tiloses. Nos mecanismos pré-formados bioquímicos, a planta pode produzir substâncias de natureza química, como fenóis, alcaloides, lactonas e algumas proteínas.
Os mecanismos pós-formados, aos quais se relaciona a indução de resistência, ocorrem em resposta à ativação, por tratamentos bióticos ou abióticos de mecanismos de resistência latentes nas plantas. Esses mecanismos pós-formados podem ser estruturais, formando barreira física contra a entrada do patógeno, e bioquímicos, que são substâncias que podem ser tóxicas ao patógeno ou criam condições que desfavorecem seu desenvolvimento no interior da planta.
As vantagens da indução de resistência e a nutrição de plantas
As vantagens da indução da resistência são a ausência da especificidade (amplo espectro de ação) protegendo a planta contra vários tipos de patógenos, como vírus, bactérias, fungos e nematoides; o caráter sistêmico; pode ser transmitida por enxertia; e pode ser persistente por dias, semanas e até meses. Esse efeito protetor vai depender do intervalo de tempo entre a indução e o ataque pelo patógeno. Essa dependência indica que mudanças no metabolismo da planta, envolvendo síntese ou acúmulo de substâncias, pode interferir no fenômeno da indução.
Diante disto, o equilíbrio nutricional é fundamental para que o controle funcione, pois permite taxas ideais de síntese proteica, evitando acúmulo em excesso. A capacidade que as plantas têm de se defender é, sem dúvida, influenciada pelo vigor e por seu estádio fenológico. Uma planta com deficiências nutricionais é normalmente mais vulnerável ao ataque de patógenos do que outra em condições nutricionais ótimas.
O aumento da tolerância está relacionado à capacidade da planta se recuperar em caso de ataque. Considerando patógenos radiculares, o estado nutricional da planta pode favorecer ou limitar o processo de infecção e de colonização.
Consideração importante sobre a indução de resistência de plantas
Essa resistência pode ser parcial, incompleta e, com o passar do tempo, pode ser necessário reativar a indução. Por ser parcial e inespecífica, a resistência não impõe pressão de seleção sobre o patógeno, dificultando a quebra de resistência.