A incidência da podridão cinzenta da haste ou podridão de carvão, causada pelo fungo Macrophomina phaseolina, vem aumentando na cultura da soja nas últimas safras. A doença é favorecida por solos compactados, elevadas temperaturas, além de períodos de deficiência hídrica, fatores que predispõem as plantas de soja ao ataque pelo fungo. O patógeno apresenta uma ampla gama de hospedeiros, incluindo, entre outras espécies, o algodoeiro, o amendoim, o feijoeiro, o girassol e o milho. Danos próximos de 50% foram registrados no Brasil devido à ocorrência da podridão cinzenta (FERREIRA et al., 1979).
O controle de M. phaseolina envolve diversas estratégias, incluindo os controles cultural, biológico e genético. O controle cultural através da rotação de culturas é uma medida que apresenta limitações devido à polifagia do patógeno, bem como a sua capacidade de formar estruturas de resistência (microescleródios), que podem permanecer no solo por longos períodos. Por outro lado, medidas que favoreçam o desenvolvimento radicular das plantas em profundidade e o aumento na capacidade de retenção de água pelo solo (plantas de cobertura, correção e adubação do solo) podem minimizar o problema.
O controle biológico com fungos do gênero Trichoderma e bactérias do gênero Bacillus têm emergido recentemente como uma alternativa importante para reduzir a podridão cinzenta da haste. No entanto, considerando a dificuldade de controle da podridão cinzenta da haste, múltiplas estratégias de controle devem ser utilizadas com a finalidade de reduzir os danos causados pela doença. Embora os agricultores ainda não disponham de cultivares de soja com elevada resistência à podridão cinzenta da haste, o conhecimento da sua reação à doença pode auxiliar o produtor na escolha do material a ser cultivado em áreas e anos predisponentes à ocorrência da doença. Este trabalho teve como objetivo avaliar a incidência da podridão cinzenta da haste na cultura da soja em condições de campo, em solo naturalmente infestado com M. phaseolina.
O experimento foi realizado na área experimental da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Campus Santa Helena na safra 2021/22, com semeadura realizada na segunda quinzena de outubro. A população final foi de aproximadamente 250 mil plantas ha-1, com espaçamento entre linhas de 0,45 m. A adubação de base consistiu na aplicação de 300 kg ha-1 de adubo NPK (02-20-18). Foi realizada uma aplicação do herbicida glifosato (Shadow, 2 L ha-1) para o controle de plantas daninhas aos 10 dias após a emergência da cultura e duas aplicações do fungicida trifloxistrobina + protioconazol + bixafem (Fox Xpro, 0,5 L ha-1) acrescido de óleo metilado de soja (0,25% v/v) para o controle de doenças foliares aos 25 e 40 dias após a emergência da cultura. Após esse período, o controle de doenças foliares foi descontinuado em função da severa restrição hídrica e das altas temperaturas que ocorreram no mês de dezembro.
As seguintes cultivares foram avaliadas …