A incidência da podridão cinzenta da haste ou podridão de carvão, causada pelo fungo Macrophomina phaseolina, tem aumentado dramaticamente nos últimos anos nas diferentes regiões de cultivo de soja no Brasil. Experimentos realizados na UTFPR-Campus Santa Helena na safra 2021/2022 mostraram que a incidência da doença, em algumas cultivares de soja, foi maior que 80%, reduzindo drasticamente a produtividade. A doença é favorecida por temperaturas elevadas (acima de 30ºC) e condições de deficiência hídrica. O fungo possui a habilidade de sobreviver de forma saprofítica, bem como por meio da formação de estruturas de resistência chamadas microescleródios, os quais podem manter-se viáveis por longos períodos no solo.
A podridão cinzenta é uma doença de difícil controle e práticas integradas devem ser adotadas. Entre elas, destacam-se a construção de um perfil de solo com boas características químicas, físicas e biológicas, que permita o desenvolvimento radicular em profundidade, visto que a compactação e a deficiência hídrica favorecem a infecção por M. phaseolina.
Uma prática que tem crescido e que apresenta resultados significativos de controle, principalmente visando a redução do inóculo primário do fungo, consiste no uso do controle biológico. Diversos estudos têm apontado que o uso do fungo de biocontrole do gênero Trichoderma, incluindo algumas cepas de T. harzianum e T. asperellum, constitui uma importante ferramenta no controle da podridão cinzenta da haste. Essas duas espécies apresentam diferentes mecanismos de ação, incluindo o micoparasitismo, a antibiose, a competição por espaço e nutrientes, a indução de resistência, bem como a promoção do crescimento de plantas.