Neste material você vai conhecer um pouco mais sobre:
- Uma visão geral sobre micorrizas;
- Ocorrência e estrutura das ectomicorrizas.
Uma visão geral sobre micorrizas
Na tradução literal, o termo micorriza significa fungo de raiz (do grego mykes – fungos; rhiza – raiz). Os fungos micorrízicos realizam simbiose mutualista com a planta. Nesse processo o fungo recebe fotoassimilados (açúcares, vitaminas e/ou lipídios) da planta, e a planta recebe água e nutrientes minerais do fungo (PRATES JÚNIOR et al. 2021).
As micorrizas são agrupadas conforme as diferenças morfológicas e os grupos de plantas e fungos que se associam. Desse modo, existem as micorrizas arbusculares, as micorrizas de orquídeas e as ectomicorrizas. Neste material vamos conhecer um pouco mais sobre o último grupo, as ectomicorrizas (ANTONIOLLI, KAMINSKI 1991; PRATES JÚNIO et al. 2021).
Ocorrência e estrutura das ectomicorrizas
As ectomicorrizas ocorrem em várias famílias de plantas, mas predominam em espécies florestais, por exemplo, Eucalyptus (eucaliptos), Corymbia Angophora (eucaliptos) e Pinus. As ectomicorrizas tiveram origem há cerca de 50 milhões de anos e os principais fungos envolvidos são os Basidiomycota e Ascomycota, em menor proporção (PRATES JÚNIOR et al. 2021). Os Basidiomycotas formam os famosos cogumelos (Figura 1). Os cogumelos são o corpo de frutificação das ectomicorrizas e são indispensáveis na dispersão dos esporos fúngicos no ambiente.
Figura 1: Cogumelo e suas estruturas. Fonte: Elevagro
Na figura 1 podemos observar um exemplar de cogumelo e em destaque sua estrutura. Acima do solo encontram-se o píleo, o himênio, o anel e o estipe, e abaixo do solo estão a volva e o micélio. Na próxima parte desse material vamos conhecer a função de cada uma dessas estruturas.
As ectomicorrizas podem ser visualizadas a olho nu. Na figura 2 podemos visualizar na extremidade da raiz de pinus estruturas de coloração mais clara, que são as ectomicorrizas.
Figura 2: Raízes de pinus colonizadas com ectomicorrizas. Fonte: Lisiane Sobucki – foto própria.
A visualização a olho nu é possível porque ocorrem uma série de modificações na raiz. Intracelularmente, o fungo penetra no córtex e forma a “Rede de Harting” e, externamente há formação de um manto de hifas e rizomas, que resultam em alterações na morfologia da raiz (ANTONIOLLI, KAMINSKI 1991; PRATES JÚNIOR et al. 2021) (Figura 2).
No próximo conteúdo, mais detalhes sobre as ectomicorrizas serão discutidos.
REFERÊNCIAS
ANTONIOLLI, Zaida Ines; KAMINSKI, João. Micorrizas. Ciência Rural, v. 21, p. 441-455, 1991.
PRATES JÚNIOR et al. Micorrizas: conceitos, metodologias e aplicações. Viçosa: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, Núcleo Regional Leste, 2021.