A lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis Hueb., 1818), normalmente, apresenta cor verde com cinco listras brancas longitudinais sobre o dorso (Figura 1), porém, em condições de alta população, torna-se escura (Figura 2).
Essa espécie passa por seis estádios larvais em aproximadamente 15 dias, podendo atingir até 40 mm de comprimento.
As lagartas possuem três pares de pernas na região torácica, quatro pares abdominais e um par na região terminal. Podem comportar-se como mede-palmo nos ínstares iniciais (GALLO et al., 2002).
Lagartas dessa espécie podem raspar as folhas já no primeiro ínstar.
Lagartas até o terceiro ínstar podem provocar perfurações nas folhas, deixando as nervuras centrais e laterais intactas (Figura 3).
A partir do terceiro ínstar consomem o limbo foliar e as nervuras, deixando pequenos orifícios nas folhas, provocando redução da área foliar e da taxa fotossintética (Figura 4).
Do quarto ao sexto ínstar, essas podem consumir mais de 95% do total consumido.
O consumo por indivíduo é em média 90 cm² de folhas até completar seu desenvolvimento larval.
Os danos são geralmente elevados, em ataques severos, podendo desfolhar completamente a planta.
Em função da época de ataque e das condições ambientais, a redução foliar pode redundar em perdas de produção.
A lagarta da espécie Chrysodeixis includens (Walker) conhecida como falsa-medideira, apresenta coloração verde claro, com uma série de linhas brancas longitudinais sobre o dorso, podendo atingir de 40 a 50 mm de comprimento (Figura 5).
Caracteristicamente, apresentam apenas dois pares de falsas pernas na região abdominal fazendo com que, no seu deslocamento, ocorra intenso movimento do corpo, parecendo medir palmos.
Lagartas dessa espécie também podem causar danos desde os primeiros ínstares.
No primeiro e segundo ínstar apenas raspam as folhas, e a partir do terceiro ínstar, conseguem perfurá-las, deixando, as nervuras centrais e laterais intactas.
As lagartas alimentam-se das folhas da soja e não consomem as nervuras, o que confere às mesmas um aspecto rendilhado (Figura 6).
Quando completamente desenvolvidas consomem até 90 cm² de área foliar por indivíduo.
Tipicamente, esta espécie é favorecida por condições de seca.
Lavouras biologicamente desequilibradas, com ausência de inimigos naturais, como fungos entomopatogênicos, são mais atacadas pela praga.
Referência bibliográfica:
GALLO, D. et al. Entomologia Agrícola. Piracicaba: FEALQ, 2002. 920p.