Os problemas fitossanitários, incluindo doenças, plantas daninhas e pragas, causam diferentes tipos de danos à produção agrícola. Em média, mais de um terço da produção de diversas culturas tem sido perdido em função desses problemas fitossanitários.
De qualquer maneira, o impacto não se restringe à redução na quantidade produzida. Os danos podem incluir a dificuldade na colheita, associada, por exemplo, à presença de plantas daninhas trepadeiras, como corda de viola (Ipomoea spp.), bem como ao aumento na umidade e nas impurezas dos grãos devido à presença de plantas daninhas.
Alguns fungos fitopatogênicos, por sua vez, como Fusarium spp. e Aspergillus spp., atacam grãos e produzem micotoxinas. Esses grãos contaminados, caso sejam ingeridos por animais, podem causar diversos problemas de saúde, podendo, inclusive, levar à morte.
Dessa forma, o controle fitossanitário é de vital importância para a segurança alimentar. Acompanhe este artigo para aprender mais sobre o assunto!
O que é controle fitossanitário?
O controle fitossanitário consiste no emprego de diferentes métodos de controle para a mitigação dos danos causados por doenças, plantas daninhas e pragas.
O objetivo do controle fitossanitário é evitar que a população de plantas daninhas ou pragas, ou a intensidade de doenças, atinja um nível que cause dano econômico. Para isso, diferentes técnicas podem ser utilizadas, incluindo o controle químico, biológico, cultural, físico, mecânico e preventivo.
É importante salientar que essas técnicas devem ser empregadas de forma unificada, dentro de um programa de manejo integrado, pois, frequentemente, o uso de uma ou poucas técnicas de controle têm resultado em falhas de controle. Um exemplo disso é a resistência de fungos a fungicidas, em situações em que o controle químico é usado de forma isolada no controle fitossanitário.
Quais são os tipos de controle fitossanitário?
A seguir, descubra os seis tipos de controle fitossanitário:
- Controle químico;
- Controle biológico;
- Controle cultural;
- Controle físico;
- Controle mecânico;
- Controle preventivo.
Controle químico
O controle químico representa um dos métodos mais utilizados para o controle fitossanitário. Os produtos químicos podem ser aplicados no tratamento do solo, no sulco de semeadura, no tratamento de sementes, na parte aérea e na pós colheita. Entre essas modalidades de uso, destaca-se a aplicação no tratamento de sementes e na parte aérea.
No tratamento de sementes, os inseticidas são usados principalmente para combater problemas de estabelecimento, como lagartas que causam danos às plântulas. Alguns nematicidas químicos também podem ser aplicados em sementes e outros materiais propagativos para o controle de nematoides.
Fungicidas aplicados nas sementes têm como objetivo reduzir o inóculo de patógenos disseminados pelas sementes (Cercospora, Colletotrichum, Drechslera, Septoria), diminuindo sua transmissibilidade às plântulas, bem como protegê-las contra o ataque de patógenos de solo que causam tombamento e podridão de raízes (Fusarium, Phytophthora, Pythium, Rhizoctonia).
Caso os produtos utilizados nas sementes sejam sistêmicos, eles podem ser absorvidos pelas raízes e translocados para a parte aérea, conferindo proteção em folhas e caules. Por exemplo, inseticidas do grupo dos neonicotinoides têm sido usados em tratamento de sementes de milho, conferindo uma proteção nos primeiros estádios da cultura contra pragas, como a cigarrinha.
De modo similar, fungicidas sistêmicos aplicados nas sementes podem proteger a parte aérea das plantas. Algumas carboxamidas, por exemplo, têm sido registradas para o tratamento de sementes de algodão, arroz, milho, soja e trigo, conferindo proteção contra doenças foliares. Na parte aérea, diferentes pragas, incluindo cigarrinhas, lagartas, percevejos e afídeos, são controladas por meio da aplicação de inseticidas.
Antracnoses, ferrugens, manchas foliares, míldios e oídios são doenças controladas pela aplicação de fungicidas foliares. Apesar de ser uma ferramenta indispensável para a proteção dos cultivos, o controle químico tem apresentado algumas limitações.
Primeiramente, diversos fungos têm evoluído para a resistência a fungicidas, a qual deve ser manejada por meio do uso de fungicidas multissítios, além da rotação de mecanismos de ação distintos. Além disso, questões relacionadas ao impacto ambiental, à saúde humana e o aumento no custo e no tempo para o registro deve reduzir a oferta de moléculas químicas no mercado nas próximas décadas.
Controle biológico
O mercado de controle biológico tem crescido drasticamente. No Brasil, o faturamento de produtos biológicos já ultrapassa R$ 3 bilhões e deve alcançar mais de R$ 16 bilhões em 2030. Os produtos de controle biológico (biopesticidas) podem ser classificados em substâncias químicas naturais (bioquímicos e semioquímicos), microbiológicos (fungos, bactérias, protozoários e nematoides) e macrobiológicos.
No caso de insetos, o controle biológico pode envolver o uso de feromônios, substâncias usadas pelos insetos para sua comunicação, que são colocadas em armadilhas que os atraem, capturando-os. Macrobiológicos, a exemplo de Telenomus podisi e Trichogramma pretiosum, parasitam ovos de lepidópteros e do percevejo marrom (Euschistus eros), respectivamente, atuando no seu controle.
Ainda em se tratando do controle biológico de insetos, o uso de microbiológicos a base dos fungos Beauveria bassiana, Metarhizium anisopliae e Isaria fumosorosea e da bactéria Pseudomonas chlororaphis tem ganhado destaque. Entre os alvos controlados estão a mosca branca (Bemisia tabaci) e a cigarrinha do milho (Dalbulus maidis).
A cigarrinha constitui o principal desafio fitossanitário da cultura do milho, dada a elevada população encontrada nas últimas safras e a sua capacidade de transmissão de patógenos, incluindo molicutes (espiroplasma e fitoplasma), além de viroses (vírus da risca). Tem sido observado que a inclusão de produtos biológicos aos programas de controle químico tem aumentado a eficácia do controle da cigarrinha do milho.
Com relação ao controle biológico de doenças, o uso de microbiológicos tem se destacado. No caso de nematoides fitopatogênicos, como o nematoide de galhas (Meloidogyne incignita e M. javanica), o nematoide de cisto da soja (Heterodera glycines) e o nematoide das lesões radiculares (Pratylenchus brachyurus), os bionematicidas constituem uma das mais importantes estratégias de controle.
Os principais bionematicidas comercializados são produtos contendo bactérias do gênero Bacillus e fungos dos gêneros Trichoderma, além das espécies Pochonia chlamydosporia e Purpureocillium lilacinum. Espécies de Trichoderma (T. harzianum e T. asperellum) são importantes agentes de fungos de solo, incluindo Fusarium solani (podridão de raízes), Macrophomina phaseolina (podridão cinzenta da haste), Sclerotinia sclerotiorum (mofo branco) e Rhizoctonia solani (podridão de raízes).
Para o controle de doenças foliares, ainda existem poucos biofungicidas registrados, os quais são compostos de bactérias do gênero Bacillus. É importante salientar, que a escolha da cepa do microrganismo a ser empregada deve levar em consideração o alvo a ser controlado.
Controle cultural
Diferentes práticas de controle cultural podem ser adotadas para reduzir a infestação por problemas fitossanitários. Entre elas, destaca-se a rotação de culturas.
A rotação de culturas consiste no cultivo de espécies de plantas distintas na mesma área e na mesma estação de cultivo. Por exemplo, se um produtor cultiva soja num verão e, no verão seguinte, cultiva milho, está fazendo rotação de culturas. Por outro lado, caso esse mesmo produtor, ao longo dos anos, cultive soja na primeira safra e, milho na segunda, ele está fazendo uma sucessão de culturas, com duas monoculturas, uma com soja e, a outra, com milho.
Diversos patógenos, como os agentes causais de podridões radiculares (Fusarium, Pythium, Phytophthora e Rhizoctonia), de manchas foliares (Bipolaris, Cercospora, Corynespora, Drechslera, Exserohilum, Pyricularia e Septoria) e de antracnoses (Colletotrichum) apresentam uma fase parasítica, retirando nutrientes da planta viva, e outra fase saprofítica, obtendo nutrientes dos restos culturais.
A rotação de culturas atua na sobrevivência desses patógenos, pois, caso uma cultura não hospedeira seja cultivada, ocorrerá a mineralização dos restos da cultura, com a consequente eliminação do inóculo primário do patógeno. Assim, é de suma importância conhecer a gama de hospedeiros do patógeno que se pretende controlar pela rotação para escolher uma espécie vegetal adequada.
Além disso, é importante conhecer o tempo necessário para a mineralização dos restos de cultura, o qual determina o período de rotação requerido. De maneira similar, a ausência de uma cultura hospedeira compromete a continuidade do ciclo biológico de pragas, reduzindo a sua população.
A época de semeadura é um fator importante no controle de doenças. Por exemplo, a semeadura no início da época recomendada constitui uma estratégia de escape à ferrugem asiática. Alterações no espaçamento entre linhas e na densidade de plantas podem ser realizadas de sorte a tornar o microclima menos favorável à ocorrência de doenças.
Por outro lado, o rápido fechamento das entrelinhas, obtido com espaçamentos reduzidos, representa uma prática para a supressão de plantas daninhas. O fornecimento de nutrientes de forma equilibrada, por sua vez, representa uma prática cultural que reduz a predisposição de plantas ao ataque de pragas e patógenos.
Controle físico
O controle físico consiste na manipulação da temperatura, da umidade e da radiação.
A refrigeração consiste no método de controle físico mais usado no mundo. Embora as baixas temperaturas normalmente não sejam letais aos organismos, elas reduzem drasticamente o seu metabolismo, mitigando o dano causado por eles.
Esse método é bastante utilizado na pós-colheita de frutos. Além da redução da temperatura, atmosferas controladas ou modificadas podem ser empregadas para o controle de patógenos. Isso pode ser obtido por meio da redução na concentração de oxigênio e do aumento na concentração de gás carbônico. Além de reduzirem o crescimento dos patógenos, tais atmosferas reduzem a respiração dos frutos, aumentando a sua resistência a esses microrganismos.
Já a solarização consiste num método físico em que um filme plástico transparente é colocado sobre o solo preparado. O plástico deve ser colocado numa época do ano em que existe elevada radiação. Isso cria um efeito estufa, aumentando e temperatura do solo e, dessa forma, inviabilizando propágulos de patógenos de solo. Determinadas faixas de radiação luminosa podem ser utilizadas para atrair e capturar insetos com hábito noturno.
O uso de cobertura plástica que retém determinados comprimentos de onda pode controlar doenças causadas por fungos fitopatogênicos que requerem tais comprimentos de onda para sua esporulação, como Botrytis cinerea. A radiação ultravioleta tem sido empregada com sucesso para a redução na incidência de podridões causada por Penicillium em frutos de maçã.
Confira também: Tratamentos físicos e químicos aplicados às plantas doentes.
Controle mecânico
Por muito tempo, o emprego de práticas mecânicas, incluindo a aração e gradagem, com o objetivo de correção da fertilidade e preparo do solo, também contribuiu para o controle de patógenos, pragas e plantas daninhas.
Conforme mencionado acima, alguns patógenos sobrevivem em restos de cultura. Dessa forma, o preparo convencional do solo acelera a mineralização dos restos de cultura, diminuindo o período de sobrevivência desses microrganismos.
O inóculo de fitopatógenos é reduzido ou eliminado devido à inanição, uma vez que o preparo convencional elimina a sua fonte nutricional, bem como devido à dessecação e à exposição dos propágulos desses microrganismos à radiação ultravioleta, que apresentam efeito letal sobre o inóculo.
A eliminação de plantas (roguing) ou de partes de plantas doentes também representa uma estratégia que pode ser aplicadas em áreas pequenas para evitar a disseminação de patógenos. A poda de ramos de plantas de mangueira que apresentam sintomas da seca, causada por Ceratocystis fimbriata, impede que o fungo colonize outros ramos e o tronco da planta.
A eliminação de alface com sintomas do de mosaico (Lettuce mosaic virus) ou de plantas de batata com sintomas de canela preta (Pectobaterium carotovorum subsp. carotovorum) constitui uma prática de controle mecânico que evita a disseminação do vírus e da bactéria, respectivamente, de uma planta para o restante do campo.
As plantas infectadas podem ser colocadas cuidadosamente em sacos, retiradas do campo e, depois, destruídas por meio da queima ou outro procedimento. Outra prática mecânica inclui a catação manual de pragas que estão causando dano à plantação, como lagartas desfolhadoras.
Entretanto, convém ressaltar que essa prática também está restrita a áreas pequenas em virtude de a demanda de mão de obra para realizar tal prática ser muito elevada.
Controle preventivo
O controle preventivo atua principalmente prevenindo a entrada de patógenos, plantas daninhas ou pragas em uma área onde eles ainda não ocorrem. Portanto, as medidas de controle atuam principalmente impedindo a disseminação desses organismos.
Diversos organismos podem ser disseminados através de material propagativo contaminado. A disseminação de Sclerotinia sclerotiorum, fungo causador do mofo branco, por exemplo, pode ocorrer por meio de seus escleródios misturados às sementes, bem como por meio do micélio dormente, que infecta as mesmas.
Torrões contendo nematoides ou cistos presentes junto a sementes de soja possivelmente introduziram o nematoide do cisto (Heterodera glycines) no Brasil nos anos 1990. De maneira similar, mudas vindas do continente asiático provavelmente introduziram o cancro cítrico, causado pela bactéria Xanthomonas citri pv. citri, no Brasil na década de 1950.
Dessa forma, uma das principais práticas de controle preventivo consiste no uso de material propagativo (sementes, mudas, etc.) com garantia de qualidade sanitária. A limpeza de máquinas e equipamentos agrícolas também é de suma importância, visando à remoção de partículas de solo, restos de cultura e sementes que potencialmente podem disseminar patógenos, pragas e plantas daninhas de uma lavoura para outra.
Caso seja possível, recomenda-se que as operações agrícolas sejam realizadas por último nas áreas infestadas. O uso de quebra ventos também representa uma prática importante, uma vez que limita a disseminação, especialmente de patógenos e vetores.
Como fazer o controle fitossanitário?
O primeiro passo para a adoção de medidas de controle fitossanitário consiste em identificar os organismos que estão causando o problema na lavoura, bem como a determinação do seu nível de infestação. Assim, é de suma importância o monitoramento frequente da área para que medidas de controle sejam adotadas tão logo seja observado o problema fitossanitário.
O controle terá maior eficácia quanto mais cedo for adotado. A eficiência dos métodos de controle, incluindo o químico, diminui drasticamente quando a população de insetos já está elevada, ou os insetos e plantas daninhas estão em estádios de desenvolvimento avançados, bem como se a severidade da doença é alta.
Além disso, com base na identificação e no nível populacional do agente responsável ao problema, pode-se planejar o(s) método(s) de controle a ser empregado de forma mais certeira.
Qual é a importância do controle fitossanitário?
O controle fitossanitário é de suma importância considerando, os diferentes entes da cadeia de produção e de consumo.
Do ponto de vista do produtor, um bom controle fitossanitário é essencial para manutenção do potencial produtivo das culturas, assegurando a rentabilidade da atividade agrícola. Além disso, o controle fitossanitário garante que os produtos colhidos tenham a qualidade requerida pelo mercado consumidor.
O uso de métodos de controle é imprescindível para garantir a qualidade tanto relacionada à aparência dos produtos, isentos de manchas e podridões, bem como para manter reduzidos níveis de micotoxinas. Em resumo, o controle fitossanitário é indispensável para a segurança alimentar.
Tecnologias utilizadas para auxiliar o controle fitossanitário
O controle químico constitui o principal método de controle fitossanitário em diversas culturas. No entanto, existem várias dúvidas no campo relacionadas à escolha dos fungicidas, ao momento da aplicação, ao intervalo entre aplicações, entre outras.
Para auxiliar os produtores na tomada de decisão, algumas ferramentas digitais estão emergindo. Entre elas, está a Digifarmz, plataforma que fornece a eficácia dos fungicidas para cada alvo a ser controlado, bem como o melhor posicionamento dos ingredientes ativos nas diferentes aplicações, considerando a época de semeadura, cultivar, ambiente, entre outros fatores.
Entre as tecnologias mais recentes para a aplicação de produtos fitossanitários, estão a tecnologia EletroVortex e o uso de veículos aéreos não tripulados (VANTs). A tecnologia EletroVortex combina o carregamento eletrostático e a assistência de ar, possibilitando que as gotas da pulverização atinjam o alvo com maior eficiência.
Essa tecnologia permite reduzir a taxa de aplicação, diminuindo as paradas para o abastecimento. Isso representa um ganho na capacidade operacional de até 35%. Essa tecnologia também permite um aumento de cerca de duas vezes na deposição de gotas no terço médio da planta e uma redução da deriva aérea de cerca de 35%.
O uso de VANTs tem ganhado mercado e popularidade no agronegócio. Os VANTs representam uma ferramenta promissora para as aplicações, pois apresentam diversas vantagens, incluindo:
- a) redução na contaminação do aplicador, pois o operador opera o equipamento remotamente;
- b) não amassamento da cultura, como ocorre na pulverização terrestre;
- c) possibilidade de realização da aplicação mesmo em condições de solo encharcado;
- d) utilização de menor volume de calda;
- e) não utilização de combustíveis fósseis;
- f) possibilidade de aplicação em áreas acidentadas ou com obstáculos que dificultam ou inviabilizam outras técnicas de aplicação.
Conclusão
Doenças, plantas daninhas e pragas representam uma ameaça constante às lavouras brasileiras. Dessa forma, o controle fitossanitário é indispensável para garantir elevadas produtividades e qualidade dos produtos colhidos.
As estratégias de controle fitossanitário incluem o controle químico, biológico, cultural, físico, mecânico e preventivo.
A prevenção da entrada de problemas fitossanitários na área, por meio do uso de sementes sadias, da limpeza de equipamentos, entre outras práticas, representa a primeira estratégia de controle fitossanitário a ser adotada.
O controle biológico representa uma das estratégias que mais tem crescido nos últimos anos, considerando o aumento na restrição do registro de produtos químico, bem como a evolução de organismos resistentes às moléculas químicas.
A adoção de diferentes estratégias de controle fitossanitário, dentro de um programa unificado, torna-se primordial para garantir um controle eficiente e sustentável dos organismos nocivos à agricultura.
Referências
Amorim, L.; Bergamin Filho, A.; Rezende, J.A.M. (Eds.) Manual de Fitopatologia: Princípios e Conceitos. Ceres, 2018. 573p.
Meyer, M.C.; Bueno, A.F.; Mazaro, S.M.; Silva, J.C. (Eds.) Bioinsumos na cultura da soja. Embrapa, 2022. 550p.