- Informação do número de casos de resistência no Brasil e no mundo
- Mecanismos de ação com presença de resistência
- Espécies resistentes de maior destaque no Brasil
Até o presente momento, já foram relatados mais de 450 casos de resistência a herbicidas no mundo, englobando mais de 250 espécies de invasoras em 86 países, e afetando ao todo 66 culturas diferentes (Tabela 2). O problema se torna mais claro quando se analisa o número de mecanismos de ação (M.D.A) afetados pela resistência, 23 de 26 existentes. Mesmo que sejam lançados novos herbicidas constantemente no mercado, o último mecanismo de ação foi lançado há mais de 20 anos, indicando que a taxa de lançamento de moléculas com novos mecanismos não tem acompanhado o rápido crescimento de casos de resistência. No caso do Brasil, são 37 casos de resistência relatados, afetando 27 espécies em 8 culturas diferentes. Apesar do panorama favorável, deve-se mencionar que, casos de resistência nem sempre são relatados por pesquisadores brasileiros ao banco de dados mundial da área (website www.weedscience.org) e estes números podem não representar um retrato fiel dos problemas de resistência a herbicida na agricultura nacional.
No Brasil, algumas plantas daninhas resistentes à herbicidas têm recebido bastante atenção devido a extrema dificuldade de manejo de populações resistentes pelos produtores. Nesta lista encontramos as três espécies de buva citadas anteriormente, as quais são competidoras agressivas em lavouras de soja, milho e trigo. Cabe destacar que a resistência ao glifosato foi desenvolvida recentemente, além de casos de resistência a múltiplos herbicidas em C. sumatrensis. Além destas, as espécies Bidens pilosa e B. subalternans, chamadas comumente de picão-preto, e invasoras agressivas em soja, também desenvolveram resistência a herbicidas inibidores da enzima acetolactato sintase (ALS), como por exemplo, os ativos no grupo das sulfonilureias e imidazolinonas. Como resultado do surgimento de biótipos resistentes, têm-se muitas vezes um aumento na complexidade do programa de manejo de plantas daninhas, acompanhada da elevação de custos, de perdas financeiras ocasionadas pela mato-competição dos biótipos resistentes, dentre outros efeitos deletérios.