Introdução
A soja (Glycine max) é considerada uma das principais plantas oleaginosas do mundo (CARCIOCHI et al., 2019). O amplo uso do grão para a alimentação humana e animal, bons preços de comercialização e pesquisas abundantes são alguns fatores que contribuíram para a expansão da produção do grão no Brasil (DALL’AGNOL, 2011).
A produtividade brasileira de soja na safra 2020/2021 foi de 138.153 mil toneladas, obtendo uma produtividade média de 3.525 kg/ha, e a área semeada foi de 39.195.600 hectares. No Rio Grande do Sul a produtividade média foi de 3.433 kg/ha, tendo 6.055.200 hectares semeadas, gerando uma produtividade de 20.787,5 mil toneladas (CONAB, 2022).
A utilização de inoculantes na cultura da soja é uma alternativa viável para a obtenção de altos tetos produtivos, uma vez que ele favorece a produtividade final, além de conferir às plantas resistências a fatores bióticos e abióticos (BARBOSA et al., 2021). Além disso, o incremento de nitrogênio, possibilitado pela inoculação, é de suma importância para a obtenção de altos tetos produtivos, uma vez que a cultura da soja demanda grandes quantidades de nitrogênio durante o seu ciclo (BRACCINI et al., 2016). Tanto que para a produção de 1000 kg a cultura necessita absorver 80 kg de nitrogênio (CARCIOCHI et al., 2019)
A co-inoculação é baseada na utilização de mais de um microrganismo, sendo que estes devem apresentar características distintas quanto a sua influência no crescimento e desenvolvimento da planta (BARBOSA et al., 2021). Assim, a co-inoculação se torna um manejo agronômico favorável para melhorar o desempenho da planta e consequentemente a sua produtividade (ZEFFA et al., 2020).
Diante do exposto, o objetivo deste trabalho foi avaliar o rendimento da cultivar Pioneer 95Y72 submetida à inoculação e co-inoculação com diferentes microrganismos.
Material e Métodos
O experimento foi desenvolvido em Vila Gramado, interior da cidade de Sobradinho, no Rio Grande do Sul, cujas latitude e longitude são 29º 25’ 22’’ Sul e 53º 1’ 57’’ Oeste, na safra de soja 2020/2021.
O delineamento experimental utilizado foram blocos casualizados. A cultivar selecionada para condução do experimento foi a Pioneer 95Y72. A semeadura ocorreu com densidade de 14 sementes por metro linear, sendo realizada em 27 de outubro de 2020, com sistema de plantio direto, utilizando uma semeadeira SEMEATO PSM 102 de 9 linhas de espaçamento 45cm.
Os tratamentos utilizados foram, T1: sem inoculação e sem ureia; T2: somente com ureia; T3: Nitrosphera Power (Bradyrhizobium japonicum com estirpes SEMIA 5979 e SEMIA 5080); T4: Biosphera (Azospirillum/ Rhizobium e seus aditivos) + BiomaPhos (BRM 119 (Bacillus megaterium) e BRM 2084 (Bacillus subtilis)) e T5: Nitrosphera Power + Biosphera + BiomaPhos, com suas doses de 100 ml, 100 ml + 80 ml, 100 ml + 100 ml + 80 ml, respectivamente, aplicadas no momento da semeadura. O tratamento T2 (testemunha + ureia) recebeu 20 Kg/ha de N na semeadura aplicados a lanço e mais 30 Kg/ha de N no estádio R1 da cultura, totalizando 50 Kg/ha de N para o tratamento.
As avaliações pós-colheita do experimento foram realizadas no Laboratório Análise de Sementes do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Sementes, pertencente à Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, da Universidade Federal de Pelotas campus Capão do Leão – RS. Para avaliação dos parâmetros foram realizadas as seguintes avaliações: número de legumes por planta, peso de mil sementes, número de legumes com 1, 2, 3 e 4 grãos, número de grãos por plantas e produtividade média.
Resultados e Discussão
O T1 (testemunha) apresentou maiores médias para legumes com 1 semente e para legumes com 4 sementes. Para os legumes com 2 sementes o T5 (Bradyrhizobium japonicum + Azospirillum/ Rhizobium + Bacillus megaterium) apresentou as maiores médias, enquanto que o T4 (Azospirillum/ Rhizobium + Bacillus megaterium + Bacillus subtilis) obtiveram as maiores médias para legumes com 3 sementes (Tabela 1). Avaliações visuais permitiram concluir que o abortamento de grãos nas vagens foi decorrente de falhas durante o enchimento, possivelmente por danos sofridos no período de desenvolvimento dos mesmos e/ou carência nutricional, fato este que pode ter influenciado nos resultados finais da variável em questão.
Tabela 1: Legumes com 1, 2, 3 e 4 sementes dos cinco tratamentos (T1: testemunha, T2: ureia, T3: Bradyrhizobium japonicum, T4: Azospirillum/ Rhizobium + Bacillus megaterium + Bacillus subtilis e T5: Bradyrhizobium japonicum + Azospirillum/ Rhizobium + Bacillus megaterium + Bacillus subtilis) para a cultivar Pioneer 95Y72.