O Brasil é um grande produtor de caqui, sendo que a maior parte do consumo é da fruta fresca. A produção também pode ser destinada à produção de vinagre e à fabricação de passa, resultante da desidratação da fruta.
Neste material você vai conhecer um pouco mais sobre:
- A cercosporiose
- Epidemiologia
- Sintomatologia
- Controle
A cercosporiose
A produção de caqui pode ser influenciada por vários fatores, dentre eles está a ocorrência de doenças. A cercosporiose (Pseudocercospora kaki) é considerada a principal mancha foliar que afeta a cultura no Brasil. Bassanesi e Amorim (1997) destacam entre os prejuízos a queda precoce de folhas, que causa o enfraquecimento da planta. Isso acaba provocando, do mesmo modo, a queda precoce dos frutos. A redução de área foliar também irá afetar a produção do ano seguinte, que acontece devido ao enfraquecimento da planta.
Epidemiologia
Embora a doença tenha grande importância econômica para a cultura do caquizeiro, muito pouco se sabe sobre ela com relação a essa cultura. A umidade e a temperatura exercem papel fundamental para a colonização do fungo. A temperatura ideal para o desenvolvimento do fungo é de aproximadamente 25°C. Alves (2019) estudou os processos de colonização do fungo, e chegou à conclusão de que a temperatura de inoculação foi de 25°C em câmara úmida. Em ambiente escuro, apontou que em 24 horas após a incubação do patógeno houve a germinação do esporo; 48 horas após, ocorreu o alongamento do tubo germinativo do fungo, sua esporulação ocorre na face adaxial das folhas. A sobrevivência do patógeno durante o inverno ocorre nas folhas caídas que servirão de inóculo inicial durante o período vegetativo do caquizeiro (BASSANESI; AMORIM, 1997).
Sintomatologia e controle da cercosporiose em caqui
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Sintomatologia
A doença é caracterizada pelo aparecimento de lesões irregulares, de tamanho variado, que no decorrer do tempo se distribuem por toda a folha (PIO; FILHO; FILHO, 2003) (Figura 1).
A cercosporiose manifesta-se somente nas folhas, e tem o aparecimento das manchas em ambas as faces, estas podem ter de 1 a 8 mm de tamanho (BASSANESI; AMORIM, 1997). Alves (2019) caracteriza a doença como o aparecimento de lesões angulares de tamanhos variados distribuídos pelo limbo foliar, delimitadas pelas nervuras e apresentando a coloração escura parda – avermelhada (Figura 2).
Controle
Cultural
– Uso de variedades resistentes;
– Aquisição de mudas sadias no viveiro;
– Eliminação das folhas contaminadas da área do pomar.
Químico
Tratamento de inverno com calda sulfocálcica e, durante o período vegetativo, pulverizações com fungicidas cúpricos (PIO; FILHO; FILHO, 2003). Bassanesi e Amorim (1997) ressalvam a realização de três a quatro aplicações de calda bordalesa durante o período vegetativo, quando se inicia o período da frutificação.
Referências
ALVES, R. F. Etiologia da cercosporiose do caquizeiro. 2019. Tese (doutorado) – Universidade de São Paulo, Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz. Piracicaba, 2019.
BASSANEZI, R.B.; AMORIM L. Doenças do caquizeiro. In: KIMATI, H. et al. Manual de fitopatologia: doenças das plantas cultivadas. 3.ed. São Paulo: Agronômica Ceres, 1997. p.215-221.
PIO, R.; FILHO, J. A. S.; FILHO, F. A. A. M. A cultura do caquizeiro. 1 ed. Piracicaba: Piracicaba ESALQ Divisão de Biblioteca e Documentação, 2003.