Conheça essa praga e saiba controlar
Neste material, você vai conhecer um pouco mais sobre:
- As características da lagarta-rosca
- Os danos causados por essa praga
- As principais formas de controle
Características da lagarta
A lagarta-rosca, Agrotis ipsilon (Lepidoptera: Noctuidae), é uma praga de hábito alimentar polífago, capaz de ingerir uma ampla variedade de fontes alimentares. Essa praga tem como hospedeiros várias espécies e gêneros, sendo mais de 100 espécies de plantas, cultivadas e voluntárias. Como exemplo, temos a alface (Figura 1) e o milho (Figura 2).
Figura 1. Dano de lagarta-rosca (Agrotis ipsilon) em alface. Fonte: Dr.ª Mônica Debortoli.
Os adultos são mariposas de, em média, 35 mm de envergadura; já a lagarta pode atingir até 50 mm, e apresenta uma característica marcante, que é a marca na forma de Y invertido. Seu nome é oriundo do fato de se enrolar quando é tocada, e seu ciclo de desenvolvimento, de ovo a adulto, dura em média 35 dias (Figura 3).
Figura 2. Lagarta-rosca (Agrotis ipsilon). Fonte: Dr.ª Mônica Debortoli.
Danos
Por estarem associadas ao solo, as lagartas são facilmente encontradas, durante o dia, ao lado das plantas enterradas, e no período da noite, expostas causando seus danos, o que dificulta o controle.
Como apresentam várias plantas hospedeiras, as lagartas aumentam o potencial de dano por conseguirem mais facilmente um ambiente favorável para se desenvolver, permanecendo por mais tempo na área.
Um dos danos mais severos ocorre no estabelecimento da lavoura, de modo que uma única lagarta maior pode seccionar várias plântulas durante uma noite. Em milho, por exemplo, os maiores danos são em plantas do estádio VE ao V4, quando a lagarta-rosca corta a planta em sua base (Figura 2). Dependendo da região onde esse dano ocorre, em função dos tecidos meristemáticos, pode acontecer a perda de plantas (quando os danos estão abaixo dos tecidos meristemáticos), ou a perda do potencial produtivo em 50% (quando os danos se concentram acima dos tecidos meristemáticos). Os danos mais leves estão associados à raspagem das folhas.
Controle
Para o controle da lagarta-rosca, o tratamento de sementes mostra-se eficiente, assim como a eliminação de restos culturais e plantas que podem servir como hospedeiros alternativos à praga. A severidade do ataque da lagarta está muito relacionada ao histórico da lavoura.
O controle químico deve ser realizado com produtos registrados para cada cultura. Os grupos químicos Espinetoram, Benzoato de emamectina, Indoxacarbe e Clorfenapir apresentam maior efetividade para o manejo de lagartas em milho. Para a cultura da alface, há o registro de três produtos, um a base de Piretroide e dois com Semicarbazone.
Referência
MICHEREFF FILHO, M.; GUIMARÃES, J. A.; MOURA, A. P. Lagartas-roscas. In: AGÊNCIA EMBRAPA DE INFORMAÇÃO TECNOLÓGICA – AGEITEC. Árvore do conhecimento: cebola. Brasília, DF: Embrapa, s.d. Disponível em: https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/cebola/arvore/CONT000gnn6iroc02wx5ok0cdjvscy0riznw.html.
GASSEN, D. N. Pragas iniciais em milho. Passo Fundo: Embrapa Trigo, 2000. (Embrapa Trigo. Comunicado Técnico Online, 49). Disponível em: http://www.cnpt.embrapa.br/biblio/p_co49.htm.