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Início / Manejo da adubação nitrogenada em trigo

  • Materiais Técnicos
  • 17/02/2022

Manejo da adubação nitrogenada em trigo

Sumário

A recomendação de adubação nitrogenada para suprir a demanda das culturas é baseada na análise de solo, sobretudo no teor de matéria orgânica e da cultura antecessora (CQFS-SC/RS). Dessa forma, é fundamental utilizar boas práticas de manejo da nutrição, com o uso racional dos insumos agrícolas, principalmente daqueles que possuem riscos ambientais, tais como o nitrogênio (N). O uso eficiente do nitrogênio, além de aumentar produtividade e a qualidade dos grãos colhidos, também reduz os custos de produção e os impactos sobre o sistema produtivo.

Na cultura do trigo, o manejo da adubação nitrogenada é ainda mais importante e desafiador, pois doses muito baixas de N podem reduzir severamente o rendimento de grãos, enquanto que doses muito elevadas podem causar o acamamento das plantas e contaminação do lençol freático.

Neste material você vai entender um pouco mais sobre:

  • Funções do nitrogênio nas plantas;
  • Absorção e época de aplicação;
  • Cuidado com as perdas do nitrogênio;
  • Sintomas de deficiência.

O nitrogênio é um dos nutrientes mais requeridos pelas gramíneas e faz parte da constituição de aminoácidos, ácidos nucléicos e da molécula da clorofila. Desta forma, as principais reações bioquímicas que ocorrem nas plantas são altamente dependentes desse elemento, sobretudo a fotossíntese. Características fisiológicas e morfológicas das plantas, tais como o porte, tamanho das folhas, surgimento e desenvolvimento de perfilhos são constantemente relacionadas à disponibilidade de nitrogênio no solo.

O nitrogênio faz parte da fração proteica do cereal, portanto é essencial no que se refere à qualidade tecnológica dos grãos de trigo. Nesta cultura, as proteínas de armazenamento formam a malha do glúten, responsável pela elasticidade. Além disso, o nitrogênio tem influência direta nos componentes de rendimento da cultura (número de espigas, tamanho das espigas, massa de grãos), principalmente aquele absorvido antes do emborrachamento/antese. O nutriente absorvido após esse período tem pouco efeito direto na quantidade produzida, mas tem impacto na concentração de proteínas e qualidade dos grãos de trigo.

Absorção e época de aplicação

A ureia é o fertilizante nitrogenado mais utilizado, sendo um adubo mineral sintetizado industrialmente, a partir da combinação de amônia (NH3) líquida com gás carbônico. A ureia encontrada no Brasil apresenta em sua composição 44% a 46% de N. As plantas não absorvem a ureia diretamente, esta deve ser transformada em NH4+ (amônio) ou NO3- (nitrato), que são as formas preferencialmente absorvidas. Dessa maneira, a medida que o produtor aplicada a ureia no solo, ela é rapidamente hidrolisada pela ação da urease, enzima liberada por microrganismos, formando NH4+. O NH4+ formado poderá ser absorvido pelas plantas, imobilizado por microrganismos, convertido à nitrito (NO2-) e na sequência em NO3- por meio da nitrificação.

O nitrogênio é absorvido do solo via fluxo de massa e varia de acordo com o estádio fenológico da cultura (Figura 1). A absorção de N é lenta durante a fase de emergência até o início do perfilhamento (afilhamento). A demanda de N aumenta rapidamente e gradativamente, no período compreendido entre o final do perfilhamento/alongamento do colmo e emborrachamento/antese. A partir dessa fase a absorção de N diminui progressivamente até o enchimento de grãos. No florescimento a cultura já absorveu 95% do N total requerido durante todo o ciclo.

Figura 1. Curva de demanda de nitrogênio de acordo com os estádios fenológicos. Fonte: Adaptado de Brown et al. (2005)

Um dos grandes desafios para a adubação nitrogenada no trigo é sincronizar a demanda de N pela planta e a disponibilidade deste elemento no solo. Com base nisso, a adubação pode ser parcelada com o objetivo de aumentar a eficiência de absorção (Figura 2), seguindo a proporção:

  • 1/3 na linha de semeadura
  • 1/3 no perfilhamento
  • 1/3 no início do alongamento
Figura 2. Manejo de nitrogênio e a fenologia da cultura do trigo. Fonte: Adaptado de Pires et al. (2011).

A dose de nitrogênio é estabelecida de acordo com o teor de matéria orgânica presente no solo e da cultura antecessora.

Cuidado com as perdas do nitrogênio

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Como mencionado, anteriormente, o NH4+ formado a partir da aplicação da ureia pode ser absorvido pelas plantas, imobilizado por microrganismos, convertido à nitrito (NO2-) e na sequência em nitrato (NO3-) por meio da nitrificação. A maior parte do nitrogênio disponível nos solos se encontra na forma de nitrato, o qual está constantemente sujeito a perdas por lixiviação, em situações de chuvas excessivas. Além disso, o NH4+ pode sofrer uma rápida transformação para NH3 (amônia). NH3 é um gás, que se perde para a atmosfera, através do processo de volatilização (Figura 3). Lara Cabezas et al. (1997) afirmam que até 78% do N aplicado na forma de uréia na superfície do solo pode ser perdido para o ar por volatilização.

Figura 3. Processos de perda de nitrogênio. Fonte: Vieira et al. (2017)

Como alternativa para reduzir as perdas de N por volatilização e/ou lixiviação, podem ser utilizadas fontes de N orgânico ou fertilizantes nitrogenados revestidos, os quais liberam o N de forma gradual para o solo. Além disso, a absorção pelas plantas pode ser beneficiada por estas fontes, pois o nutriente vai sendo liberado lentamente e está constantemente disponível no solo para absorção.

Sintomas de deficiência

A deficiência de nitrogênio nas plantas de trigo pode ser visualizada principalmente pelo amarelecimento uniforme das folhas mais velhas, as quais, posteriormente, ficam necrosadas (Figura 4). Esse comportamento é explicado pela elevada mobilidade no N nas folhas, portanto, a translocação deste na planta continua, mesmo após cessar o suprimento via solo.

A falta desse elemento na planta também pode ocasionar redução do crescimento, do vigor e do número de perfilhos, o que pode levar à queda precoce de espigas e, consequentemente, causar prejuízos à produtividade.

Figura 4. Sintomas de deficiência de nitrogênio em trigo.

Referências bibliográficas

BROWN, B.; WESTCOTT, M.; CRISTENSEN, N.; PAN, B.; STARK, J. Nitrogen management ford hard wheat protein enhancement. Pacific Northwest Etension Publication, PNW578, 2005.

CQFS – Comissão de Química e Fertilidade do Solo (2016). Manual de calagem e adubação para os Estados de Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Viçosa, Sociedade Brasileira de Ciência do Solo. 376p.

LARA CABEZAS, W.A.R.; KORNDÖRFER, G.H.; MOTTA, S.A. Volatilização de N-NH3 na cultura de milho: II. Avaliação de fontes sólidas e fluidas em sistema de plantio direto e convencional. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.21, p.489-496, 1997.

PIRES, J. L. F. et al. Integração de práticas de manejo no sistema de produção de trigo. In: PIRES, J.L.F; VARGAS, L.; CUNHA, G.R da. Trigo no Brasil: bases para produção competitiva e sustentável. Passo Fundo, RS: Embrapa Trigo. p.77-114, 2011.

Vieira, R. F. (2017). Ciclo do nitrogênio em sistemas agrícolas. Embrapa Meio Ambiente-Livro científico (ALICE).

Foto de Me. Daiane Dalla Nora

Me. Daiane Dalla Nora

"Engenheira Agrônoma formada pela Universidade Federal de Santa Maria, Mestra em Ciência do Solo na mesma instituição, com ênfase em Biodinâmica e Manejo do Solo. Formação: Engenheira Agrônoma pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) (2012-2017); Mestra em Ciência do Solo pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) (2017-2019); PhD student at University of Puerto Rico"
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Engenheira Agrônoma formada pela Universidade Federal de Santa Maria, Mestre e Doutoranda em Ciência do Solo (PPGCS) na mesma instituição. Atua em pesquisas relacionadas a melhoria da camada de enraizamento profunda do solo, manejo do solo, plantas de cobertura, nutrição de plantas e severidade de doenças na cultura da soja.
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Já atuou como colaborador de pesquisa e ensino do Instituto Phytus. Possui experiência na área de Fitopatologia, atuando principalmente nos temas de proteção de plantas e controle químico de doenças em soja, milho, arroz e cereais de inverno e tecnologia de aplicação de fungicidas. Formação: Doutorado em Programa de Pós-Graduação em Agronomia pela Universidade Federal de Santa Maria, UFSM, Brasil; (2014 - 2017) Mestrado em Programa de Pós-Graduação em Agronomia pela Universidade Federal de Santa Maria, UFSM, Brasil; (2012 - 2014) Especialização em Programa Especial de Graduação de Formação de Professores para a Educação P. pela Universidade Federal de Santa Maria, UFSM, Brasil; (2014 - 2015) Graduação em Agronomia pela Universidade Federal de Santa Maria, UFSM, Brasil; (2006 - 2011)
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