Os percevejos fitófagos são insetos que afetam diretamente a qualidade do produto final na cultura da soja. Isso ocorre devido a sua alimentação, que provoca murcha e má formação de grãos e vagens, além de comprometerem a qualidade fisiológica das sementes.
A espécie se tornou uma das principais pragas que ocorrem na soja. Na cultura da soja as perdas causadas por percevejos podem ser superiores a 30% (DEGRANDE e VIVAN, 2006). A espécie Euschistus heros, (Hemiptera, Pentatomidae), conhecida como percevejo-marrom (Figura 1 e 2), ocorre em toda América do Sul, em especial nas regiões com temperaturas mais elevadas, entre 22°C e 28°C (PANIZZI, 2012).
Em média, desenvolve-se do ovo a fase adulta em 25 dias (Figura 3), podem alcançar cerca de 116 dias de longevidade (PANIZZI et al., 2012). O percevejo-marrom inicia a alimentação a partir do segundo ínstar, e somente após o terceiro ínstar de desenvolvimento, começa a causar danos na cultura da soja e pode completar três gerações. Isso irá depender das condições ambientais e da disponibilidade de alimento na área.
Quando a cultura da soja não está mais presente na área de cultivo, o percevejo-marrom utiliza outras plantas como hospedeiras, se protege sob a vegetação, e busca refúgios até encontrar as condições adequadas de sobrevivência. Além disso, tem a capacidade de permanecer em estado de hibernação parcial, desde a colheita da soja até a nova semeadura. Na soja, o maior aumento populacional do inseto ocorre entre os estádios de desenvolvimento V4 e V5, das plantas. Os maiores danos são causados a partir do estágio R4, com tendência de aumento populacional nos estádios R5 e R7, quando pode atingir seu pico (Figura 4).
Referências
DEGRANDE, P. E.; VIVAN, L. M. Pragas da soja. Boletim de Pesquisa de Soja, n. 10, p. 153-179, 2006.
PANIZZI, A. R.; BUENO, A. de F.; SILVA, F. da. Insetos que atacam vagens e grãos. Soja: manejo integrado de insetos e outros artrópodes-praga. Brasília: Embrapa, p. 335-420, 2012.