Conheça alguns conceitos importantes em sistemas de produção de forragem
O aumento da produção de forragem pode ocorrer através do âmbito extensivo ou intensivo.
Atualmente, o Brasil revela mais de 150 milhões de hectares com pastagens, sendo estas a base para a alimentação dos rebanhos bovinos, bubalinos, ovinos e equinos nas mais variadas regiões.
Papel da pastagem nos sistemas de produção
Em muitos sistemas produtivos, o uso de pastagens caracteriza-se como o principal componente da dieta dos animais. Estando estas bem supridas por nitrogênio, tendem a expressar seu máximo potencial bromatológico, proteico, produtividade forrageira, ganho de peso animal e viabilizam o aumento da taxa de lotação. Além disso, o uso de pastagens acarreta em vantagens econômicas ao produtor, pois minimiza os gastos com concentrados altamente dispendiosos. As pastagens são alternativas ótimas para suprir as carências alimentares dos rebanhos bovinos de cria, recria e engorda, sendo a alimentação o fator limitante para os atributos fisiológicos, metabólicos e reprodutivos. Novilhas bem nutridas, com escore corporal adequado e alimentadas por uma boa pastagem tendem a alcançar a puberdade e acasalar antecipadamente, trazendo ganhos aos pecuaristas.
Pastagens consorciadas são uma boa escolha?
Neste contexto, o consórcio de espécies gramíneas com leguminosas potencializa a proporção proteica da forragem, incrementa a taxa de consumo e o ganho de peso do animal. Assim, além de revelar uma exploração econômica complexa e sustentável, busca-se o máximo potencial da pastagem através do uso de maiores lotações que maximizam a produtividade e a lucratividade por área. A viabilidade da utilização de uma pastagem é definida por meio da eficiência em que a forragem é acumulada, e pela capacidade do animal em extrair os nutrientes necessários para seu crescimento e desenvolvimento.
Desempenho animal x disponibilidade de forragem
A produtividade animal submetida ao pastejo é determinada pelo desempenho animal (quantidade de matéria seca ingerida, qualidade da forragem e características genéticas) e pela capacidade de suporte da pastagem (baseado no potencial de produção de matéria seca por unidade de área e eficiência da colheita de forragem pelo animal). Desta forma, mesmo que em certos casos o desempenho animal deixe a desejar, a alta disponibilidade de forragem pode minimizar os efeitos prejudiciais da baixa eficiência animal, diante disto, este capítulo tem o objetivo de evidenciar os principais usos da forragem, bem como, demonstrar os principais fatores a serem considerados no âmbito econômico, produtivo e sustentável da pastagem.
Para o entendimento das sequências e práticas de manejo envolvidas no sistema de produção de forragem, tornam-se necessárias algumas definições importantes, assim como, compreender fatores que devem ser considerados para incrementar a eficiência da produção das espécies forrageiras e dos animais, aumentar a lucratividade da atividade, maximizar o conforto animal e manter o equilíbrio do sistema pastoril de forma temporal e espacial.
Vamos conhecer algumas definições importantes?
Sistema de pastejo:
definido como a combinação integrada de componente animal, planta forrageira, solo e ambiente de cultivo. Caracteriza-se pelo uso de métodos que se baseiam em premissas e objetivos (ex.: sistema agropastoril e silvipastoril).
Métodos de pastejo:
consiste nos procedimentos ou técnicas para o manejo das pastagens, que utilizam estratégias de desfolhas por meio do pastejo animal (ex.: pastejo contínuo ou rotacionado).
Frequência de desfolha:
refere-se ao intervalo entre os cortes, desfolhas ou pastejos.
Intensidade de desfolha:
determinada através da altura da desfolha, e refere-se ao ponto de entrada e saída dos animais na pastagem, sendo determinante para o rebrote da espécie forrageira.
Carga animal:
caracteriza-se pela magnitude de peso vivo (kg) animal contido por hectare em uma pastagem.
Lotação ou intensidade de pastejo:
evidencia o número de animais ou unidade animal – UA (450 kg) contido por unidade de área da pastagem, porém, não apresenta conexão com a quantidade de forragem.
Oferta de forragem:
caracteriza-se como a relação entre a produtividade de forragem e o número de animais que estão consumindo a forragem (ex.: 1 kg/matéria seca / 100 kg peso vivo/ dia = 1 % do peso vivo).
Pressão de pastejo:
relação entre o número de animais que estão consumindo a forragem e a produtividade de forragem por área, refere-se ao inverso da oferta de forragem (ex.: percentual de peso vivo/ matéria seca/ dia).
Lotação x Pressão de pastejo:
Similar: 1 UA para 3 toneladas de MS x 2 UA para 6 toneladas de MS
Diferente:1 UA para 3 toneladas de MS x 2 UA para 3 toneladas de MS
Capacidade de suporte:
revela a taxa de lotação em uma determinada pressão de pastejo ótima durante um período definido, nestas condições se tem o maior ganho animal por área sem degradar a pastagem.
REFERÊNCIAS
SILVA, J. A. G.; CARVALHO, I. R.; MAGANO, D. A. A cultura da aveia: da semente ao sabor de uma espécie multifuncional. Curitiba PR: CRV, 2020. v. 1000. 404p.
CARVALHO, I. R.; SZARESKI, V. J.; NARDINO, M.; VILLELA, F. A.; SOUZA, V. Q. Melhoramento e produção de sementes de culturas anuais: soja, milho, trigo e feijão. Saarbrücken, Germany: Ommi Scriptum Publishing Group, 2018. v. 50. 229p.
CARVALHO, I. R.; NARDINO, M.; SOUZA, V. Q. Melhoramento e Cultivo da Soja. Porto Alegre: Cidadela, 2017. v. 100. 366p.