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Início / Influência do clima (El Niño e La Niña) no manejo de doenças na cultura do arroz

  • Materiais Técnicos
  • 21/08/2013

Influência do clima (El Niño e La Niña) no manejo de doenças na cultura do arroz

Sumário

Neste material você vai conhecer aspectos importantes relacionados à ocorrência de El niño e La niña como:

  1. Introdução;
  2. Ocorrência de El Niño;
  3. Ocorrência de La Niña.

 

Introdução

Em anos considerados neutros não há ocorrência de alterações no padrão das chuvas, estando próximas da média histórica da região e bem distribuídas ao longo dos meses. Via de regra, não ocorrem dificuldades para a instalação da cultura dentro da época recomendada, beneficiando as práticas de manejo bem como desenvolvimento adequado da cultura do arroz. Entretanto, a neutralidade climática tem se mostrado menos presente quando considerada a ocorrência dos fenômenos El Niño e La Niña.

No decorrer dos anos, tem sido observada relação dos fenômenos climáticos ocorrentes El Niño e La Niña, com a disponibilidade de radiação, pluviosidade e temperatura, alterando todo o sistema climático. Desta forma, a produtividade do Rio Grande do Sul, Estado de maior produção, pode cair na ocorrência desses fenômenos. A redução da produtividade está intimamente ligada ao atraso na instalação da cultura, que desfavorece o desenvolvimento da planta de arroz e expõe as fazes críticas do ciclo aos eventos climáticos adversos bem como maior pressão de doença.


 

Ocorrência de El Niño

Na região Sul do Brasil, o fenômeno El Niño Oscilação Sul (ENOS) manifesta-se através da ocorrência de precipitação superior à média climatológica. Em cada episódio é observado aumento no volume de chuvas podendo aumentar até 150% na precipitação em relação ao índice médio normal, principalmente nos meses de primavera, fim do outono e começo de inverno, onde as temperaturas tendem a permanecer amenas na região Sul.

Em anos de El Niño, o excesso de chuvas na primavera dificulta o manejo da lavoura no período recomendado, prejudicando a semeadura do arroz. Além disso, grandes volumes de chuva podem causar enchentes, representando riscos de perdas significativas desde o estabelecimento até a colheita do arroz, como ocorrido na safra de 2009/2010 no Rio Grande do Sul (Figura 1).

Figura 1 – Médias de produtividade em doze safras, na Região Central do Rio Grande do Sul, em decorrência dos fenômenos El Niño e La Niña.

A semeadura tardia leva ao encontro da fase reprodutiva da cultura com altas amplitudes térmicas e umidade relativa do ar elevadas, nebulosidade, precipitações freqüentes e baixa radiação, comuns a partir do mês de fevereiro e intensificadas com o fenômeno. Não somente temperaturas altas (>34ºC), mas também baixas (<17ºC) provocam danos ao desenvolvimento fisiológico do arroz. Temperaturas baixas são responsáveis por problemas na microsporogênese, durante a floração, causando esterilidade e diminuição da qualidade de engenho dos grãos, quando submetidos a estas oscilações.

Com este cenário, o desenvolvimento fisiológico do arroz é alterado combinando estádio de suscetibilidade da cultura com condições favoráveis à ocorrência e progresso de doenças (Figura 2).

Figura 2 – Área abaixo da curva de progresso da mancha parda do arroz em doze safras, na Região Central do Rio Grande do Sul, em decorrência dos fenômenos El Niño e La Niña.

É importante ter em mente que o uso de cultivares com ciclo médio ou tardio acabam por expor grande parte da fase reprodutiva da cultura a estas condições epidêmicas. Cultivares precoces podem ser uma alternativa de manejo quando o prognostico climático aponta para a ocorrência do fenômeno. Desta forma, a permanência da fase sensível da cultura no campo é menor desencontrando com o período de maior concentração de esporos de patógenos no ambiente. Para as regiões produtoras do Sul, as semeaduras realizadas em dezembro sobrepõem os períodos de emborrachamento e floração do arroz com temperaturas noturnas baixas, alta umidade relativa e nebulosidade. Isto acaba por aumentar a duração do molhamento foliar, condições estas que favorecem a infecção de diversos patógenos da cultura (Quadro 1).

Quadro 1- Fatores de interferência no progresso de doenças na cultura do arroz.

Em safras sob regência do fenômeno, a antecipação da aplicação de fungicidas é fundamental para manutenção do residual e da eficiência de controle de doenças. Nestes casos, dependendo da época de semeadura e ciclo, uma segunda aplicação de fungicida garante uma lavoura mais limpa e melhor qualidade de grão.

Ocorrência de La Niña

De forma oposta ao El Niño, a La Niña promove alteração na dinâmica de ocorrência de chuvas na região Sul. Como conseqüência deste fenômeno, as frentes frias que atingem o centro-sul do Brasil têm sua passagem mais rápida que o normal e com mais força. Assim, ocorrem estiagens, com grande queda no índice pluviométrico, principalmente nos meses de setembro a fevereiro.

Uma lavoura de arroz bem sucedida passa necessariamente pela correta implantação, de sorte a expor as fases da cultura aos máximos períodos de incidência de radiação, baixas oscilações térmicas e irrigação adequadas. Em anos com ocorrência de La Niña, a escassez de precipitação causada pelo fenômeno pode favorecer o manejo nas várzeas dentro da época recomendada para cada região, alcançando maiores rendimentos como pode ser verificado na figura 1. Importante ressaltar que, nesta situação, a disponibilidade de água para irrigação pode ser um limitante da área semeada.

Partindo do pressuposto que o estabelecimento da cultura foi realizado de forma adequada, salvo algum evento extremo, os períodos críticos da cultura como, final do estádio vegetativo e início do reprodutivo se estabelecem com baixa pluviosidade, alta insolação, temperatura entre 20 a 33ºC, menores períodos de molhamento foliar e maior atividade fotossintética. Estas condições permitem um desenvolvimento fisiológico privilegiado para cultura podendo resultar em menor sensibilidade às doenças. Associado a isso, as condições ambientais ocorrentes desfavorecem o patógeno, reduzindo a pressão de inóculo tanto para a safra em questão como para a seguinte, o que pode ser observado na figura 2. Assim, a aplicação de fungicidas torna-se mais efetiva e o residual é prolongado, protegendo o potencial produtivo da cultura.

Das doze safras analisadas somente 25% não representaram ocorrências de El Niño ou La Niña. Tendo em vista estes aspectos, cabe ao produtor de arroz levar em consideração os prognósticos de ocorrência dos fenômenos para o planejamento da lavoura orizícola, reduzindo o efeito dos eventos adversos e garantindo a estabilidade da produção.

Foto de Dr. Marcelo Gripa Madalosso

Dr. Marcelo Gripa Madalosso

Engenheiro Agrônomo, MSc. em Engenharia Agrícola (UFSM) e Dr. em Agronomia: Fitopatologia e Tecnologia de Aplicação de Fungicidas (UFSM). Professor e Pesquisador na Universidade Regional Integrada, Campus Santiago e Santo Ângelo. Diretor da Madalosso Pesquisas. Palestrante. Participa do desenvolvimento de Fungicidas e Tecnologias de Aplicação. Autor de bibliografias na área e revisor. Tem experiência nas áreas de fitopatologia, controle químico, estudo avançados de fungicidas, fitotoxidade, absorção foliar e tecnologia de aplicação de defensivos agrícolas, atuando principalmente nos patossistemas ligados a soja, milho, arroz e trigo.
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Drª. Mônica Debortoli

Drª. Mônica Debortoli

Diretora Técnica Sul do Instituto Phytus. Formação: Doutorado em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal de Santa Maria, UFSM, Brasil (2008 - 2011); Mestrado em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal de Santa Maria, UFSM, Brasil (2006 - 2008); Graduação em Agronomia pela Universidade Federal de Santa Maria, UFSM, Brasil; (2000 - 2005).
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Ph.D. Ricardo Balardin

Ph.D. Ricardo Balardin

"CEO do Phytus Group e CRO da DigiFarmz Smart Agriculture. Ph.D. em Crop and Soil Sciences, Plant Pathology pela Michigan State University (EUA); Doutorado em Crop and Soil Sciences, Plant Pathology. Michigan State University, MSU, Estados Unidos. (1994 - 1997); Mestrado em Fitotecnia pelas Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS, Brasil. (1982 - 1984); Graduação em Agronomia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS, Brasil. (1977 - 1982). Área de atuação: Soja, milho, proteção de plantas e controle químico das doenças, arroz, cereais de inverno e tecnologia de aplicação de fungicidas."
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