Spodoptera frugiperda
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Assuntos abordados neste material:
- Aspectos gerais relacionados a espécie Spodoptera Frugiperda;
- Identificação de diferentes estádios de desenvolvimento;
- Ciclo de vida;
- Monitoramento;
- Controle químico;
- Controle biológico;
A Spodoptera frugiperda é conhecida popularmente como lagarta-do-cartucho na cultura do milho, e lagarta-militar na cultura da soja. Essa espécie é caracterizada pelo alto grau de polifagia, pode se alimentar de mais de 50 espécies vegetais (Panizzi et al., 2012). Entretanto, a espécie possui preferências alimentares, como é o caso da cultura do milho. Além disso, pode atacar outras culturas de importância econômica, como algodão (Figura 1), arroz e milheto. A partir de janeiro têm se observado uma maior ocorrência da praga no Rio Grande do Sul, em cultivos de soja e milho. Isto está relacionado a vários fatores, entre eles, a ocorrência de períodos secos.

Saiba identificar os diferentes estágios de desenvolvimento
Ovos
Os ovos de S. frugiperda possuem coloração esverdeada logo após a postura. Com o passar do tempo se tornam alaranjados, e ficam mais escuros com a proximidade da eclosão (Figura 2). Cada massa de ovos pode conter em média 100 ovos, e cada fêmea pode realizar em média 8 posturas durante um dia (Panizzi et al., 2012). A postura da mariposa pode ser encontrada na parte superior das folhas, em camadas sobrepostas.

Período larval
Logo após a eclosão as lagartas apresentam coloração verde-clara e chegam até próximo a coloração preta. As lagartas iniciam a alimentação próximo a eclosão (Figura 3), além disso, nessa fase ela tecem um fio de seda, que auxilia na dispersão da espécie, essa habilidade é perdida logo no primeiro ínstar de desenvolvimento. Nessa fase de desenvolvimento as lagartas podem atingir aproximadamente 50 mm de comprimento (Figura 4, 5 e 6).



Pupa
A pupa pode ser encontrada no solo, tem coloração marrom-escura (Figura 5). Essa fase é muito sensível a danos externos.

Mariposa
A mariposa tem coloração pardo-escura, asas posteriores branco-acinzentadas, com cerca de 35 mm de envergadura (Figura 7).

Ciclo de vida
O ciclo pode durar em média de 25 a 45 dias, dependo das condições climáticas e da disponibilidade de alimento (Figura 8). Essa espécie apresenta metamorfose completa.

Danos
Os surtos da praga podem ocorrer durante todo o ciclo de desenvolvimento da soja e do milho, por exemplo. A ocorrência de lagartas no início do desenvolvimento da cultura da soja causa tombamento das plantas, destrói os cotilédones, intensa desfolha, corte dos ponteiros e ataca as vagens. Os maiores danos desta praga são observados em lagartas de 5°ínstar. No milho, as lagartas, além dos danos acausados na folhas, podem destruir totalmente o colmo e as espigas.

Monitoramento
O monitoramento de lagartas pode ser realizado com:
- Uso de armadilhas com feromônio sexual auxiliam no monitoramento das mariposas na área de cultivo;
- Contagem direta da densidade da praga (ex: pano de batida);
- Contagem indireta, avaliação do dano nas plantas.
O controle deve iniciar com menos de 10% das plantas com sintomas de ataque de S. frugiperda
Controle químico
O controle eficiente é extremamente dependente do nível de infestação e do tamanho das lagartas. Quanto menores forem as lagartas, mais será a eficiência dos produtos utilizados. O ideal é que o manejo inicie quando o tamanho das lagartas for inferior a 1,5 cm, a partir deste ponto o controle fica cada vez mais difícil. O tratamento de sementes é uma boa opção na proteção de plântulas.
- Para lagarta pequenas com baixa infestação,são recomendados produtos dos grupos químicos das diamidas.
- Para lagartas grandes com alta infestação são recomendados produtos dos grupos químicos dos carbamatos, organofosforados, piretróides, neonicotinóides, entre outros.
Controle biológico
No Brasil existem alguns bioprodutos disponíveis no mercado a base de:
- Bactéria: Bacillus thuringiensis.
- Vírus: Baculovirus Spodoptera frugiperda e Spodoptera frugiperda multiple nucleopolyhedrovirus;
- Parasitóides: Trichogramma pretiosum, Trichogramma atopovirilia.
Referências bibliográficas
PANIZZI, Antônio Ricardo; BUENO, A. de F.; SILVA, FAC da. Insetos que atacam vagens e grãos. Soja: manejo integrado de insetos e outros artrópodes-praga. Brasília: Embrapa, p. 335-420, 2012.

Saiba diferenciar as Spodopteras
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