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Início / Sistemas de cultivo de pastagens e seus reflexos – Parte 2

  • Materiais Técnicos
  • 16/02/2022

Sistemas de cultivo de pastagens e seus reflexos – Parte 2

Sumário

Na parte 1, você conheceu um pouco mais sobre sistema extensivo e intensivo de pastejo; sucessão vegetal; sucessão primária e secundária; relação entre sucessão e pastejo e sobre consórcios. Vamos agora, na parte 2, aprender sobre:

  • A importância da biodiversidade;
  • Competição entre plantas;
  • Como funciona o banco de sementes no solo;
  • Relação solo x planta x animal.

BIODIVERSIDADE

A biodiversidade apresenta-se imprescindível para as pastagens naturais e cultivadas, e baseia-se na premissa do uso de consorciações de espécies forrageiras. Em um ecossistema pastoril, define-se a diversidade taxonômica, que consiste na abundância das espécies presentes com competitividade entre as espécies principais e as indesejáveis, e com a manutenção da diversidade para incrementar a produção de forragem.
A expressão da diversidade específica define o número de espécies existentes, em relação à área de cultivo abrangida; em contrapartida, a diversidade ecológica refere-se às características do habitat, à competição das espécies e à variabilidade do número de indivíduos por espécies na comunidade de plantas forrageiras. Portanto, as pastagens nativas revelam níveis de fertilidade do solo que determinam o número de espécies e a habilidade competitiva. Neste contexto, a diversidade funcional consiste na similaridade morfológica, fisiológica e ecológica das espécies forrageiras, pois espécies mais similares tendem a evidenciar um maior desenvolvimento das plantas e a permanência destas na pastagem.

COMPETIÇÃO

A competição pode ser definida como o processo de disputa entre duas ou mais espécies forrageiras que partilham o mesmo espaço físico e recursos de luz, água e nutrientes necessários para suprir a espécie; consiste na interação entre os indivíduos que partilham elementos limitantes para seu crescimento e desenvolvimento. Pode ser caracterizada como competição intraespecífica, quando se dá entre os indivíduos da mesma espécie forrageira ponderada pelo tamanho e pela estabilidade da população; ou como competição interespecífica, quando ocorre entre indivíduos de espécies diferentes, podendo acarretar na extinção de uma das espécies competidoras.

Alguns fatores podem influenciar na dinâmica de competição das plantas forrageiras, tais como:

  • hábito de crescimento, 
  • potencial de afilhamento, 
  • compostos alelopáticos, 
  • profundidade do solo e sistema radicular, 
  • arquitetura das plantas e tamanho da parte aérea, 
  • taxa de crescimento e desenvolvimento, 
  • seletividade dos animais. 

A desfolha, quando realizada em diferentes períodos, pode contribuir para a competição das plantas, conjuntamente aos animais seletores e às máquinas utilizadas para o manejo. Diante disto, as plantas resultam no armazenamento de mais assimilados de reserva, para que estes sejam direcionados para o rebrote e promovam a superioridade na habilidade competitiva.

As técnicas de manejo interferem na competitividade das plantas ao longo do ano e nos estádios fenológicos da espécie forrageira, bem como, determinam a fertilidade do solo, a intensidade, o controle do pastejo e as aplicações de herbicidas seletivos. 

Pontos críticos da competição das plantas são estabelecidos pela dinâmica de germinação e pelo estabelecimento de plântulas no solo, pelo stand adequado por unidade de área, pela taxa de crescimento e desenvolvimento das plantas forrageiras, pela presença de plantas daninhas e erosões do solo. 

A competição das plantas pode ser considerada como um fator de sucessão no ecossistema pastoril, pois plantas mais adaptadas são mais competitivas por recursos disponíveis no ambiente de cultivo, plantas com hábito de crescimento ereto interceptam mais luz e sombreiam as plantas menores, no entanto, plantas com hábito de crescimento prostrado sombreiam o solo e minimizam a competição da espécie forrageira com as plantas daninhas. 

BANCO DE SEMENTES DO SOLO

É definido como um reservatório de sementes viáveis e disponíveis no solo (comunidade passiva), formado por sementes não germinadas com potencial para substituir plantas adultas que senescem, ou plantas perenes, que foram acometidas por doenças, insetos-praga, desfolhas ou pastejadas por animais.

Este reservatório de sementes é mantido por diferentes formas de dispersão, tais como, anemocoria (vento), endozoocoria (dentro do trato digestivo), epizoocoria (aderidas à pelagem dos animais), hidrocória (água) e autocoria (pelas próprias plantas com frutos deiscentes). O tempo de permanência das sementes no banco é dependente de fatores como germinação, dormência, viabilidade, umidade, temperatura, luz, predadores de sementes, patógenos, balanço hormonal e pH do solo. 

O banco de sementes transitório é formado por sementes não dormentes que germinam em menos de um ano (ex.: azevém anual) e exploram espaços abertos decorrentes de distúrbios previsíveis pelo tempo. Geralmente são espécies forrageiras anuais que iniciam a sucessão. Como vantagens do banco de sementes no solo, destaca-se a capacidade de manter a variabilidade e a divergência genética das espécies forrageiras ao longo do tempo, a persistência das espécies no ambiente de cultivo e a ressemeadura natural; em contrapartida, apresenta-se dependente da magnitude e da densidade de sementes, das condições ambientais favoráveis, do tipo de tegumento (impermeável à água e ao oxigênio), embrião imaturo, presença de hormônios inibidores e ou dormência.

Os bancos de sementes influenciam a regeneração, a manutenção e a diversidade natural da pastagem, contribuem para a recuperação de áreas degradadas e para a sucessão de plantas no nível trófico primário do ecossistema pastoril. Neste contexto, o número de espécies e de indivíduos por espécie evidencia-se inversamente proporcional à profundidade do solo, pois solos profundos fazem com que as sementes permaneçam por mais tempo e só iniciam sua germinação em condições favoráveis com o revolvimento do solo e sua exteriorização. 

A recuperação das pastagens pode ser procedida através da ativação do banco de sementes do solo, sendo viável, sustentável e de baixo custo. Algumas condições favoráveis para que isso ocorra são obtidas pela incorporação dos resíduos vegetais e a exteriorização das sementes, ativação biológica dos microrganismos presentes na matéria orgânica, que minimizam a dormência das sementes.

RELAÇÃO SOLO x PLANTA x ANIMAL

As plantas e o solo interagem biologicamente através da dinâmica simbiótica, que se apresenta equilibrada, assim os nutrientes absorvidos pelo sistema radicular são acumulados pela planta e, posteriormente, retornam ao solo através dos resíduos vegetais, que são reciclados ciclicamente. O uso de fertilizantes e corretivos no solo permite suprir as defasagens do sistema, incrementando a produtividade forrageira, a qualidade nutricional e a ciclagem de nutrientes. 

A passagem dos nutrientes contidos nos resíduos vegetais para o solo pode ser rápida, intensa e gradual, dependendo das condições climáticas, da temperatura do ar e do solo, da precipitação pluviométrica, das características físicas, químicas e biológicas do solo, da quantidade de tecido vegetal e da relação carbono/nitrogênio. Quando a pastagem se apresenta nutrida, ela transmite aos animais os elementos disponibilizados pelas plantas, desta forma, as plantas direcionam de forma rápida e eficiente os nutrientes contidos no solo para os animais que se alimentam da forragem.

Neste contexto, o pisoteio, a distribuição dos excrementos e a intensidade da desfolha da pastagem modificam a absorção, a transferência, a realocação e a reciclagem dos nutrientes no sistema pastoril. A maioria dos nutrientes ingeridos pelos animais retornam ao sistema através das excreções, mas isto depende da quantidade de forragem consumida, da composição química da forragem, da distribuição das excreções, da taxa de lotação, da espécie animal, da raça, do sexo e do sistema de pastejo. 

Da mesma maneira, as plantas forrageiras precisam da ação dos animais para remover tecidos foliares, para que seja possível a emissão de tecidos jovens e fotossinteticamente ativos, assim a interação solo x planta x animal, quando em equilíbrio, evita a degradabilidade da pastagem, mas é imprescindível que sejam mantidas as boas práticas de manejo, a desfolha planejada, a distribuição dos excrementos, a qualidade luminosa, a disponibilidade de dióxido de carbono e água, a fertilidade do solo, o controle da seletividade e as características genéticas dos animais, para que o equilíbrio de clímax seja mantido, bem como, a sustentabilidade biológica do ecossistema pastoril.

Figura 1. Relação solo x planta x animal. Fonte: Dra. Médica Veterinária Gabriela Bueno Luz.
Figura 1. Relação solo x planta x animal. Fonte: Dra. Médica Veterinária Gabriela Bueno Luz.

REFERÊNCIAS

SILVA, J. A. G.; CARVALHO, I. R.; MAGANO, D. A. A cultura da aveia: da semente ao sabor de uma espécie multifuncional. 1. ed. Curitiba, PR: CRV, 2020. v. 1000. 404p.

CARVALHO, I. R.; SZARESKI, V. J.; NARDINO, M.; VILLELA, F. A.; SOUZA, V. Q. Melhoramento e produção de sementes de culturas anuais: soja, milho, trigo e feijão. 1. ed. Saarbrücken, Germany: Ommi Scriptum Publishing Group, 2018. v. 50. 229p.

CARVALHO, I. R.; NARDINO, M.; SOUZA, V. Q. Melhoramento e cultivo da soja. 1. ed. Porto Alegre: Cidadela, 2017. v. 100. 366p.

Foto de Dr. Ivan Ricardo Carvalho

Dr. Ivan Ricardo Carvalho

Engenheiro Agrônomo pela Universidade Federal de Santa Maria (2014). Especialista em Ciência e Tecnologia de Sementes pela Universidade Federal de Pelotas (2018). Mestre em Agronomia pelo Programa de Pós Graduação em Agronomia, Agricultura e Ambiente da Universidade Federal de Santa Maria (2015). Doutor em Agronomia pelo Programa de Pós Graduação em Agronomia da Universidade Federal de Pelotas (2018).Pós Doutor em Ciência e Tecnologia de Sementes/Plantas de Lavoura através da Universidade Federal de Pelotas (2018/2019). Atualmente é Professor de Agronomia e Medicina Veterinária, Coordenador do Programa de Melhoramento Genético na Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul - (Linha de Pesquisa Grãos) e Professor Permanente do Programa de Pós-Graduação em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade.
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