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Início / Mosca-da-haste da soja: uma praga em crescimento no Brasil

  • Materiais Técnicos
  • 18/02/2022

Mosca-da-haste da soja: uma praga em crescimento no Brasil

Sumário

A mosca-da-haste da soja (Melanagromyza sojae) foi confirmada atacando lavouras de soja no Sul do Brasil em 2015, pela equipe do Laboratório de Manejo Integrado de Pragas (LabMIP) da Universidade Federal de Santa Maria/RS. Sua ocorrência continuou sendo relatada nas safras seguintes em localidades da região Sul, mas até então era considerada uma praga não disseminada no país devido a ausência de relatos em outras regiões.

No entanto, em 2018, a equipe do Laboratório de Manejo Integrado de Pragas (Lab-MIP) da Universidade Federal de Goiás constatou uma área de soja voluntária de aproximadamente 223 hectares, no município de Silvania-GO, na fase reprodutiva, com uma infestação de aproximadamente 100% das plantas atacadas e com presença de larvas e pupas evidenciando que a sua ocorrência tem evoluído para outras regiões do Brasil [1].

Figura 1. Adulto da mosca-da-haste. Foto: Czepak et al. (2018)[1]

 

Características da praga


 

É relatada a sua preferência por hospedeiros da família Fabaceae, como a soja. O adulto é uma pequena mosca de coloração preta, difícil de visualizar a campo devido ao seu tamanho diminuto, apenas quando em grandes infestações depositadas em inflorescências ou folhas. As moscas fazem sua oviposição no interior dos tecidos, comumente nas folhas unifolioladas ou primeiro trifólio, pela face abaxial.

Dentro de uns 4 dias as larvas eclodem. Iniciam seu consumo de tecido e migram através do pecíolo até a haste, cavando galerias. As larvas são pequenas, em torno de 4mm e apresentam coloração amarelo-clara. As larvas ficam ativas por um período de 7 a 11 dias, após entram na fase de pupa dentro mesmo das galerias na haste. As pupas são cilíndricas, amareladas inicialmente, podendo tornar-se marrons. Os adultos emergem dentro das galerias e abandonam a planta pelos orifícios abertos pela larva.

Figura 2. Larva e pupa da mosca-da-haste (M. sojae).
Figura 3. Ciclo de vida da mosca-da-haste da soja (M. sojae). Adaptado de Czepak et al. (2018).

Danos

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Os adultos não representam prejuízos a cultura. As larvas são a principal preocupação, pois abrem galerias internas na haste devido a sua alimentação. Há prejuízo na translocação de água e nutrientes. As plantas atacadas apresentam encurtamento de entrenós, redução na estatura, engrossamento da base da haste um nanismo característico, podendo haver também brotamento nas axilas e um repolhamento da parte aérea (Figura 4). Na fase reprodutiva pode haver redução no número de flores, número de vagens, e consequentemente prejuízos na produtividade de grãos.

Vale lembrar que a severidade dos danos dependerá da região de ocorrência da praga, do estado nutricional das plantas, cultivar de soja plantada, época de semeadura e medidas de controle adotadas.

Figura 4. Plantas atacadas por mosca-da-haste exibindo sintomas de redução de estatura e repolhamento (A) e detalhe interno das galerias na haste (B). 

Monitoramento e identificação a campo

As ocorrências têm sido mais comuns em épocas de semeadura do tarde, próximos ao outono, comumente em soja safrinha.

Os sintomas externos nas plantas no início da infestação são praticamente imperceptíveis. Nesse caso, a simples observação visual das plantas não é suficiente. Inclusive, esse tem sido um dos principais fatores ligados a identificação tardia do ataque da praga. Os primeiros sintomas visíveis são comumente o encurtamento de entrenós, emissão de ramos laterais e repolhamento da parte aérea, e quando esses são observados, a infestação ocorreu bem antes disso.

As cinco primeiras semanas após a emergência das plântulas é o período de maior vulnerabilidade da soja à Melanagromyza sp. o monitoramento deve considerar a inspeção de plantas aleatórias pela lavoura, abrindo a haste longitudinalmente com auxílio de um canivete, verificando se há a presença de galerias, larvas ou pupas do inseto.

Estratégias de Manejo

Sabe-se que integrar estratégias de manejo será fundamental para manejar essa praga. Existe ainda carência de informações para a realidade do Brasil, principalmente quanto a resposta das cultivares aqui plantadas. Práticas como escolha de cultivares, época de semeadura, controle biológico, eliminação de plantas voluntárias e controle químico deverão ser os alicerces do manejo.

Plantas de soja voluntárias remanescentes após a colheita podem favorecer a sobrevivência e multiplicação dessa praga, principalmente nas regiões tropicais do Brasil. A destruição dessas plantas pode contribuir para reduzir a incidência de M. sojae, ou mesmo evitar que a praga se espalhe para outras regiões do país.

No caso do controle químico com inseticidas, esses deverão ser utilizados já no tratamento de sementes e posteriormente no início do ciclo da cultura, de forma a proteger as plantas durante a fase mais vulnerável ao ataque da mosca[2]. Na necessidade de pulverização foliar, essa deve ser realizada o mais tardar 10 dias após a emergência das plantas e repetida pelo menos uma vez em um intervalo máximo de 10 dias[2].

Para tratamento de sementes podem ser utilizados os inseticidas clorantraniliprole, tiametoxam, fipronil, ciantraniliprole e imidacloprido + bifentrina.

Para pulverizações foliares podem ser utilizados clorpirifós, tiametoxam + lambda-cialotrina, tiodicarbe, imidacloprido + beta-ciflutrina, bifentrina e clorfenapir.

Essas medidas são necessárias para evitar que a M. sojae se estabeleça em altos níveis populacionais e cause maiores danos às próximas safras de soja no Brasil.


[1] Mosca-da-haste da soja: avanço detectado – Grupo Cultivar

[2] Curioletti, L.E. et al. First insights of soybean stem fly (SSF) Melanagromyza sojae control in South America. Australian Journal of Crop Science, v.12, p. 841-848, 2018.

Foto de Dr. Leandro Marques

Dr. Leandro Marques

Graduado em Agronomia (2011) pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Possui mestrado e doutorado pelo Programa de Pós Graduação em Agronomia pela mesma Universidade. Atuou na pesquisa a campo como pesquisador no Instituto Phytus na área de fitopatologia. Na área de ensino atuou como coordenador de conteúdo e treinamentos da plataforma Elevagro, sendo autor e tutor de diversos cursos online e presenciais. Possui experiência em fitopatologia, com ênfase em: controle químico de doenças em plantas, quantificação de doenças, ferrugem da soja, absorção e dinâmica de fungicidas, respostas fisiológicas de plantas a estresses abióticos e fitotoxidade de agrotóxicos. Atualmente é professor de Fitopatologia no curso de Agronomia da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUI).
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