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Início / Meloidogyne graminicola no arroz irrigado: um problema subestimado

  • Materiais Técnicos
  • 18/02/2022

Meloidogyne graminicola no arroz irrigado: um problema subestimado

Sumário

A produção mundial de arroz (Oryza sativa) atinge anualmente 700 milhões de toneladas. No Brasil, o estado do Rio Grande do Sul se destaca como maior produtor com mais de 70% da produção nacional deste cereal, ocupando uma área de 1,10 milhões de hectares para o cultivo do arroz irrigado. No cultivo do arroz diversos problemas de ordem fitossanitários apresentam capacidade para limitar o potencial produtivo da cultura. Dentre estes fatores, os nematoides parasitas de plantas podem destacar-se no cenário orizícola. Estes microrganismos são especializados em infectar e prejudicar o crescimento do sistema radicular das plantas. Um dos principais grupos envolvidos neste processo são os nematoides-das-galhas, grupo considerado de maior importância econômica na agricultura a nível mundial.


Apesar da grande diversidade que compõem este grupo e das várias espécies que podem atacam o arroz irrigado, Meloidogyne graminicola é de maior ocorrência e capaz de causar danos significativos a cultura nas diferentes partes do globo. Estimativas têm apontado que o impacto causado por esse nematoide em lavouras de arroz irrigado está na ordem de 10% a 80%. Os sintomas relacionados à infecção causada por Meloidgyne, em arroz, variam com a densidade populacional do nematoide, com as práticas de manejo utilizada nas lavouras e a resistência das plantas a esta praga.

No entanto, os sintomas geralmente iniciam pela formação de galhas nas pontas das raízes (comumente conhecidas como cabo de guarda-chuva), que prejudicam significativamente o desenvolvimento do sistema radicular, bem como o da parte aérea das plantas (Figura 1).

Esse processo interfere diretamente no fluxo de absorção e transporte de água e nutrientes pela planta, podendo refletir em sintomas na parte aérea, tais como raquitismo, clorose, perda de vigor, retardo na maturação e redução no perfilhamento, prejudicando o crescimento das plantas e substancialmente o rendimento da cultura (Figura 2).

Cabe salientar que esses sintomas quase sempre são pouco expressivos, devido a aplicação da adubação nitrogenada, que acaba reduzindo ou até mesmo os ocultando, permitindo assim que o problema aumente.

Figura 1. Raiz com aspecto de cabo-de-guarda-chuva, sintoma característico do parasitismo de Meloidogyne graminicola.
Figura 1. Raiz com aspecto de cabo-de-guarda-chuva, sintoma característico do parasitismo de Meloidogyne graminicola.

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 No tocante, outro possível fator que dificulta a observação dos sintomas a campo é o fato desses microrganismos não serem visíveis a olho nu, e os principais sintomas iniciais da problemática ocorrerem no sistema radicular das plantas, ambiente “subterrâneo” de difícil visualização.

Figura 2. Plantas com aspecto de amarelecimento na parte aérea, e galhas nas raízes sintomas típicos do parasitismo do nematoide-das-galhas.
Figura 2. Plantas com aspecto de amarelecimento na parte aérea, e galhas nas raízes sintomas típicos do parasitismo do nematoide-das-galhas.

Todos os problemas de diagnose e identificação, têm proporcionado condições favoráveis para o aumento do nematoide-das-galhas nas áreas produtoras de arroz. Tendo em vista o potencial biótico deste grupo de nematoide e a alta capacidade de reprodução quando as condições ambientais são favoráveis, gera-se uma preocupação grande com o possível aumento das populações nas lavouras de arroz irrigado. Outro ponto a se levantar, é a questão da associação do nematoide-das-galhas com plantas daninhas como capim-arroz (Echinochloa crusgalli), tiriricas (Cyperus difformis, Cyperus rotundus e Cyperus iria) e cominho (Fimbristylis miliacea), que pode sobrevive e se reproduz na entressafra nestas plantas, contribuindo com o aumento da densidade populacional no solo (Figura 3).

Figura 3. Plantas daninhas do gênero Cyperus spp., apresentando sintomas do parasitismo causado por Meloidogyne graminicola.
Figura 3. Plantas daninhas do gênero Cyperus spp., apresentando sintomas do parasitismo causado por Meloidogyne graminicola.

 Frente a essa situação, o Instituto Phytus (RS), nos últimos anos têm realizado estudos em lavouras de arroz irrigado no estado do Rio Grande do Sul, a fim de determinar o possível impacto deste nematoide na produtividade da cultura. Alguns estudos foram conduzidos em municípios produtores de arroz da região nos anos de 2018/19, buscando entender melhor essa relação. Para isso, lavouras infestadas por M. graminicola foram escolhidas para esse estudo durante a safra 2018/19. Foram realizadas diversas coletas de plantas nas manchas (plantas com leve amarelecimento e porte reduzido), e fora das manchas (plantas aparentemente normais), aos 30 dias após a emergência das plantas e encaminhadas para o laboratório de nematologia do Instituto Phytus, para identificação e quantificação. Após as análises, foram demarcados os pontos de maior e a menor infestação, e realizado o acompanhamento até a produtividade.

Na produtividade, dentro de cada ponto de maior e menor infestação, foram colhidos aproximadamente 2,0 m² distribuídos em vários pontos da lavoura, para obtenção da estimativa de produtividade dentro e fora das manchas contendo a presença do nematoide.

De acordo com os resultados obtidos, foi observado redução na produtividade para os pontos com maior infestação em relação aos de menor infestação (Gráficos 1 e 2).

Gráficos 1 e 2: Número médio de juvenis e ovos de Meloidogyne graminicola por 5 gramas de raiz, aos 30 dias após a emergência e incrementos produtivos dentro e fora da mancha de nematoides.

 Esses resultados obtidos nas condições desse estudo, mostraram a capacidade deste nematoide em interferir na produtividade, variando entre 415 Kg a 697 Kg, o que representa uma média de 8,3 a 13,9 sacas em relação as áreas com maior e menor infestação (Gráficos 1 e 2).

A ocorrência e/ou presença desse nematoide se dá função do monocultivo de arroz com cultivares suscetíveis ao longo de anos, devido à dificuldade de se fazer rotação de culturas com plantas não hospedeiras, o que contribui significativamente para o seu rápido crescimento populacional. Outra possível causa, relaciona-se ao desconhecimento e a falta de diagnóstico do problema por técnicos e produtores, onde os danos causados pelo nematoide acabam não sendo vinculados, sendo confundidos com outros eventos como deficiências nutricionais, ataque de outras pragas de solo (Orizophagos oryza– Bicheira-da-raiz), fitotoxidez, ou até mesmo dano indireto por excesso de ferro no solo.

Portanto, todos os problemas de diagnose e identificação têm proporcionado condições favoráveis para o crescimento do nematoide-das-galhas nas áreas produtoras de arroz. Tendo em vista o potencial biótico deste grupo de nematoides e a alta capacidade de reprodução, quando as condições ambientais são favoráveis, há uma grande preocupação com o possível crescimento das populações nas lavouras de arroz irrigado.

Apesar de esses serem os primeiros resultados buscando mensurar o impacto desse nematoide na cultura, novos estudos deverão ser realizados nesta safra para confirmação dos dados obtidos, bem como alternativas de manejo que possibilitem auxiliar os produtores na redução dos danos causados pelos nematoides.

Foto de Dr. Cristiano Bellé

Dr. Cristiano Bellé

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Dr. Paulo S. Santos

Dr. Paulo S. Santos

Possui graduação em Ciências Biológicas pelo Centro Universitário de Várzea Grande (2009), Especialização em Processamento Pós-colheita de Grãos e Sementes pela Universidade Federal de Mato Grosso (2012), Mestrado em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal de Santa Maria (2015), Doutorado em Agronomia pela Universidade Federal de Santa Maria (2020). Atualmente é coordenador de pesquisa na área da Nematologia pelo Instituto Phytus/DF.
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