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Início / Fungicidas protetores inorgânicos

  • Materiais Técnicos
  • 24/02/2022

Fungicidas protetores inorgânicos

Sumário

O material didático traz informações sobre os fungicidas protetores inorgânicos e suas principais classes: cúpricos e sulfúricos.

Neste material você vai encontrar informações importantes sobre os fungicidas protetores inorgânicos como:

  • Introdução
  • Fungicidas Cúpricos
    • Mecanismo de ação dos fungicidas cúpricos
    • Exemplo de fungicida cúprico
  • Fungicidas Sulfúricos
    • Mecanismo de ação dos fungicidas sulfúricos
    • Exemplo de fungicida à base de Enxofre
    • Restrições de uso

       

Os fungicidas protetores inorgânicos permanecem inalterados após a aplicação.

  • Cúpricos
  • Sulfúricos

Quadro 1 – Fungicidas protetores orgânicos e inorgânicos e respectivos grupos químicos Adaptado de: FRAC, 2017; RODRIGUES, 2006).

 

Fungicidas Cúpricos

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O cobre, na forma de Cu+2 é prontamente acumulado nas células de fungos sensíveis, formando complexos com enzimas que possuem grupos sulfidrila, hidroxila, amino ou carboxila.

Estas enzimas são inativadas ocorrendo uma desordem generalizada no metabolismo e o rompimento da integridade da célula.

O cobre é utilizado no controle de doenças do Grupo V (ferrugem, oídio, míldio; manchas foliares) e também em doenças do Grupo I (podridão em órgãos de reserva).

Os produtos à base de cobre devem mostrar-se insolúveis em água, evitando os efeitos fitotóxicos do íon cobre.

O desempenho de um fungicida cúprico é determinado pelo nível de cobre bioativo disponível para as plantas, e não pelo nível de cobre metálico.

O cobre metálico não é biologicamente ativo, mas funciona como reservatório para controle de doenças.

Mecanismo de ação dos fungicidas cúpricos

Os fungicidas cúpricos possuem mecanismos de ação físico e químico sobre os fungos:

Processo Físico:

  • Desidratação: Os esporos tem grande capacidade de absorverem íons de Cobre (Cu+1 e Cu+2). A penetração dos íons de cobre provoca micro lesões/ferimentos na parede celular do esporo, provocando perda de sais vitais. Perda de sais = morte do esporo.

Processo Químico:

  • Mitocôndria: Os íons Cu+1 e Cu+2 são levados para a mitocôndria, onde irão bloquear a respiração celular causando a morte do esporo.

 

Exemplo de fungicida cúprico: Calda Bordalesa

A calda bordalesa é um exemplo de fungicida cúprico.

É uma suspensão coloidal de hidróxido de cobre, com aspecto gelatinoso, de coloração azul, praticamente insolúvel em água, estabilizado pela adsorção de sulfato de cálcio.

A composição da calda recém preparada altera-se com o tempo, razão pela qual a aplicação deve ser feita logo após seu preparo.

Possui largo espectro de ação antifúngica e antibacteriana e é amplamente utilizada na horticultura, fruticultura e cafeicultura.

 

Fungicidas Sulfúricos

Os fungicidas sulfúricos inibem a germinação de conídios.

O enxofre atua em diversos sítios bioquímicos: Inibindo a respiração celular através de seus produtos de redução, como sulfito de hidrogênio; Interferindo na síntese de proteínas e forma quelatos com metais pesados na célula do fungo.

O enxofre é utilizado como fungicida no controle de doenças do Grupo V (oídios), de acordo com a classificação de McNew (1960).

Os principais exemplos de fungicidas à base de Enxofre são: o enxofre elementar (S0) e a calda sulfo-cálcica.

Uma vez que o enxofre é insolúvel em água, algumas características explicam sua ação fungicida.

Não há apenas um composto de enxofre que pode ser concebido a partir do elemento, sob condições de uso, ao qual sua ação tóxica não foi atribuída. Entre estes compostos estão dióxido de enxofre, ácido sulfúrico, ácido tiossulfúrico, ácido pantotênico e sulfeto de hidrogênio. Mesmo o próprio elemento em forma finamente dividida ou na forma de vapor foram sugeridas como o ativo tóxico para os patógenos.

Marsh (1945) e Barker (1929) demonstraram que o sulfeto de hidrogênio foi produzido quando várias espécies de plantas superiores e fungos foram polvilhadas com enxofre. Marsh (1945) também mostrou que o sulfeto de hidrogênio foi tóxico para a germinação dos esporos.

 

Mecanismo de ação de fungicidas à base de enxofre

O enxofre age sobre o fungo como competidor de receptores de hidrogênio, rompendo as reações normais de hidrogenação e desidrogenação.

Esses fungicidas penetram no interior dos microorganismos, provocando reações químicas não específicas, com grupamentos sulfidrílicos (SH), amino (NH2), hidroxílicos (OH), presentes nas proteínas, com ácido nucleicos e seus precursores em várias rotas metabólicas.

Os fungicidas à base de enxofre são bem antigos e usados para o controle de diversas doenças.

Existe fungicidas à base de enxofre registrados para soja, feijão, uva, trigo, citros, maça, pêssego, dentre outras culturas.

Na maioria dos casos a utilização desses fungicidas é para controle de oídio e em outros casos para controle de ácaro.

Os fungicidas sulfúricos inibem a gerinação de esporos.

O enxofre atua em diversos sítios bioquímicos:

  • inibindo a respiração celular através de seus produtos de redução como sulfeto de hidrogênio;
  • Interferindo na síntese de proteínas e formando quelatos com metais pesados na célula do fungo

 

 

Exemplos dos fungicidas à base de Enxofre: enxofre elementar (S0) e calda sulfocálcica.

O enxofre elementar pode ser um importante composto para ser associado com os fungicidas Inibidores da DesMetilação (IDM), porque apresenta baixo risco de desenvolvimento de resistência (TWEEDY, 1981).

Pesquisas apontam que o enxofre elementar apresenta efeito contra Monilinia fructicola (CHANDLER, 1974; ZEHR et al., 1984), sendo um composto barato e natural, com pouca ou nenhuma preocupação ambiental (TWEEDY, 1981; MARKOSYAN, 1970).

Este elemento foi amplamente recomendado para o manejo da podridão parda em plantas no estádio de desenvolvimento dos frutos (BYRDE; WILLETTS, 1977; BATRA, 1991).

Sua eficácia é provavelmente baseada na redução da germinação e viabilidade dos esporos de M. fructicola (TWEEDY; TURNER, 1966).

O enxofre é também um produto que apresenta adequado desempenho para o manejo de oídio no cajueiro, causado pelo fungo Oidium anacardii (CARDOSO et al., 2012).

Estudos sobre misturas de enxofre elementar com IDM, como uma estratégia de manejo da resistência são raros, e restritos ao controle do oídio em uva e nectarina (GALET, 1996; REUVENI, 2001).

Os estudos disponíveis mostram que tais misturas são capazes de melhorar a eficácia no controle da doença, bem como reduzir o risco de desenvolvimento de resistência de oídio em uva (GALET, 1996).

 

Restrições de uso

– Evitar aplicações nas horas mais quentes do dia, sob o risco de fitotoxidade;

  • Evitar pulverizar sob condições de temperaturas elevadas (acima de 26 a 30 oC), o que pode causar queima das folhas, desfolha e diminuição da produção. Recomenda-se aplicar com umidade relativa acima de 65%.
  • Deve-se evitar aplicações durante a florada para determinadas culturas;
  • Em pulverizações protetoras, a calda sulfocálcica deve ser aplicada em menor dosagem do que a do enxofre, devido à sua maior fitotoxidade, a qual é atribuída à maior solubilidade em água e maior capacidade de penetração na planta.
  • Para a cultura da maça: não realizar aplicações durante o desenvolvimento dos frutos, pois poderá causar “Russeting” (caracteriza-se por apresentar manchas irregulares de coloração marrom-clara com epiderme áspera próximo à cavidade pistilar ou afastada dela);
  • Para a cultura do citros: não realizar aplicações 30 dias antes ou após a utilização de óleos ou produtos à base de óleos.
  • Para a cultura da videira:
    • Deve-se ter o cuidado de não aplicar enxofre trinta dias antes da colheita, pois poderá transmitir cheiro sulfídrico ao vinho. Também não se deve aplicar enxofre nas horas mais quentes do dia, pois pode causar queimaduras na folhagem, flores e bagas.
    • Pode ocorrer leve bronzeamento nas folhas de variedades sensíveis, como Niágara.
    • Condições ambientais, tais como períodos prolongados de umidade, chuva ácida, etc, que podem alterar o pH da superfície da folha podem influenciar no desempenho do produto, resultando em diminuição do período de controle, ou fitotoxidade em cultivares sensíveis.
    • Aplicações de doses elevadas a intervalos reduzidos podem provocar fitotoxicidade em cultivares sensíveis.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARKER, B. T.P. Investigations on the fungicidal action of sulphur. IV. Third progress report. Long Ashton Agr. & Hort. Res. Sta., Ann. Rep. 1929: 130-148. 1929.

BATRA, L. R. World species of Monilinia (fungi): their ecology, biosystematics and control. Mycologia Memoir No. 16. J Cramer, Berlin, Germany. 1991.

BYRDE, R. J. W.; WILLETTS, H. J. The brown rot fungi of fruit: their biology and control. Pergamon Press, Oxford, UK.1977.

CARDOSO, J. E.; MARTINS, M. V. V.; VIANA, F. M. P.; LIMA, J. S.; SILVA, L. G. C. da. Controle Químico do Oídio do Cajueiro. 2012. Comunicado Técnico 196. Embrapa Agroindústria Tropical, Fortaleza, CE.

Disponível em: https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/951557/controle-quimico-do-oidio-do-cajueiro.Acessado em: 28/03/2017.

FISHEL, F, M. Fungicide Resistance Action Committee’s(FRAC) Classification Scheme of FungicidesAccording to Mode of Action.University of Florida, IFAS Extension, PL 94, 9p.

FRAC.Fungicide Resistance Action Committee(FRAC): http://www.frac.info/

GALET, P.Grape Diseases.Plurimedia Publishers, Caintre, France.1996.

GARCIA, A.FungicidasI: utilizaçãono controle químico de doenças e sua ação contra osfitopatógenos. Porto Velho:EMBRAPA-CPAF Rondônia, 1999.32p. (EMBRAPA-CPAF Rondônia.Documentos, 46).

GODOY, C. V.; BERGAMIN FILHO, A.; SALGADO, C. L. Doenças do cafeeiro. In: KIMATI, H.;BERGAMIN FILHO, A.; CAMARGO, L. E. A.; REZENDE, J. A. M. (Ed.)Manual de Fitopatologia.3. ed.São Paulo: Ceres,1997. v. 2.Doenças de plantas cultivadas, 1997. p.184-200.

GULLINO,M. L. et al. Mancozeb: Past, present and future,Plant Disease, v. 94, n. 9, p. 1076-1087,2010.

MANSK, Z.Coffee berry disease(ColletotrichumcoffeanumNoack); Revisão de Literature.Viçosa:UFV,Imprensa Universitária.1970. 14p.

MARKOSYAN, Z. K. Effect ofpesticides on trees under hot-house conditions.Chem. Abs.,v. 73, p.297–298, 1970.

MARSH, R.W. Investigationson the fungicidal action of sulphur. III. Studies on the toxicity of sulphurettedhydrogen and on the interaction ofsulphur with fungi.Jour.Pore. & Hort. Sci., v. 7, p. 237-250, 1929.

MARTINEZ,J.M.;PEREIRA,F.M.Efeito de diferentesfungicidasno controle da ferrugemda goiabeira(Puccinia psidiiWint.). In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 7., 1984,Florianópolis.Anais…p.519-23.

MCNEW,G.L.The nature,origin,and evolution ofparasitism.In Horsfall,J.G.&Dimond,A.E.Plant Pathology.AnAdvancedTreatise.New York, Academic Press, vol.2, 1960. P.19-69.

OKIOGA, D.M.Ocurrence of strains ofColletotrichum coffeanunmresistant to mehylbenzimidazol 2 –ilcarbamate (carbendazim) and chemically similar compounds.Annals of Applied Biology,Warwick, v.84, n.1, p. 21-30, 1977.

REUVENI,M.Improved control of powdery mildew (Sphaerotheca pannosa) of nectarines in Israel usingstrobilurin and polyoxin Bfungicides;mixtureswith sulfur;and earlybloomapplications.Crop.Prot.,v.20, p. 663–668, 2001.

RODRIGUES, M. A. T. Classificação de fungicidasde acordo como mecanismo de ação proposto pelo FRAC.Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências Agronômicas da UNESP-Campusde Botucatu,para obtenção do titulo de Mestre em Agronomia,2006.249p.

SALUSTIANO,M. E.; ABREU, M. S.; POZZA, E.A.;MIRANDA, E. O. Efeito de fungicidas recomendadospara o controle de ferrugem do cafeeiro sobre Colletotrichumsp. Biosci. J.,Uberlândia,v. 22, n. 3, p. 17-22, 2006.

TWEEDY, B. G. Inorganicsulfur asa fungicide.Residue Rev., v. 78, p. 43–68, 1981.

TWEEDY, B. G.; TURNER,N. The mechanismof sulfur reduction by conidia of Monilinia fructicola.Contrib. Boyce Thompson Inst., v. 23, p. 255–265, 1966.

ZEHR, E. I.; MILLER, R.W.;GORSUCH, C. S.Reduced use of fungicides and insecticides on peaches.PeachTimes,v. 4, p. 6–14, 1984.

 

 

 

 

Foto de Dr. Marcelo Gripa Madalosso

Dr. Marcelo Gripa Madalosso

Engenheiro Agrônomo, MSc. em Engenharia Agrícola (UFSM) e Dr. em Agronomia: Fitopatologia e Tecnologia de Aplicação de Fungicidas (UFSM). Professor e Pesquisador na Universidade Regional Integrada, Campus Santiago e Santo Ângelo. Diretor da Madalosso Pesquisas. Palestrante. Participa do desenvolvimento de Fungicidas e Tecnologias de Aplicação. Autor de bibliografias na área e revisor. Tem experiência nas áreas de fitopatologia, controle químico, estudo avançados de fungicidas, fitotoxidade, absorção foliar e tecnologia de aplicação de defensivos agrícolas, atuando principalmente nos patossistemas ligados a soja, milho, arroz e trigo.
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Dr. Marlon Tagliapietra

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Já atuou como colaborador de pesquisa e ensino do Instituto Phytus. Possui experiência na área de Fitopatologia, atuando principalmente nos temas de proteção de plantas e controle químico de doenças em soja, milho, arroz e cereais de inverno e tecnologia de aplicação de fungicidas. Formação: Doutorado em Programa de Pós-Graduação em Agronomia pela Universidade Federal de Santa Maria, UFSM, Brasil; (2014 - 2017) Mestrado em Programa de Pós-Graduação em Agronomia pela Universidade Federal de Santa Maria, UFSM, Brasil; (2012 - 2014) Especialização em Programa Especial de Graduação de Formação de Professores para a Educação P. pela Universidade Federal de Santa Maria, UFSM, Brasil; (2014 - 2015) Graduação em Agronomia pela Universidade Federal de Santa Maria, UFSM, Brasil; (2006 - 2011)
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