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Início / Controle químico de plantas daninhas em pré-emergência na cultura do trigo (Triticum aestivum)

  • Materiais Técnicos
  • 29/07/2016

Controle químico de plantas daninhas em pré-emergência na cultura do trigo (Triticum aestivum)

Sumário


Estima-se que as perdas produtivas causadas pela competição com plantas daninhas em lavouras de Trigo (Triticum aestivum L.) possam chegar a 40-50% de acordo com as espécies infestantes, a densidade destas, e o tempo de convívio com a cultura (OAD et al., 2007; ).

O manejo eficiente de plantas daninhas nesta cultura (figura 1), portanto, constitui etapa essencial à obtenção de elevadas produtividades (HUME, 1988).

Um bom manejo de plantas daninhas em pré-emergência possibilita que a cultura maximize seu arranque inicial em condições de ausência de invasoras e ganhe, assim, a chamada dianteira competitiva.

Herbicidas nesta modalidade possuem atividade residual de durações variadas, controlando invasoras mesmo após a aplicação e permitindo maior flexibilidade na escolha dos herbicidas a serem utilizados em pós-emergência.

Além disso, alguns herbicidas usados em pré-emergência atuam por rotas metabólicas diferentes das utilizadas pelos chamados pós-emergentes, auxiliando no manejo e prevenção de resistência a herbicidas.

Figura 1 – Lavoura de Trigo no RS

São várias as opções para controle químico de plantas daninhas disponíveis aos produtores de Trigo no Brasil.

Atualmente, produtores brasileiros contam com 106 herbicidas registrados para uso na cultura do Trigo, totalizando 16 ingredientes ativos com 9 mecanismos de ação diferentes (AGROLINKFITO, 2016).

Apesar do bom número de defensivos agrícolas disponíveis, somente um herbicida é registrado para uso na pré-emergência da cultura e das plantas daninhas, o Herbadox (que contém o ingrediente ativo pendimethalin).

Além deste, outros três herbicidas registrados para uso em dessecação pré-plantio oferecem a possibilidade de controle de invasoras através de atividade residual no solo.

Estes são o Flumyzin 500 e Sumisoya (que contém o ingrediente ativo flumioxazin), e o herbicida Heat (saflufenacil). 

Indicações de uso de herbicidas pré-emergentes na cultura do trigo, e espectro de ação

Atenção: consulte sempre um Engenheiro Agrônomo antes de utilizar defensivos agrícolas, e a bula dos produtos para maiores informações como toxicidade e primeiros socorros em casos de intoxicação por defensivos agrícolas.

Herbadox (pendimethalin)

O ingrediente ativo no Herbadox, o pendimethalin, atua inibindo a formação de microtúbulos, interferindo no processo de divisão celular (grupo HRAC: K1) (HEAP 2016).

Este herbicida apresenta um amplo espectro de espécies de plantas daninhas controladas, incluindo espécies importantes na cultura do Trigo como o azevém (Lolium multiflorum Lam.) (Figura 2a), a beldroega (Portulaca oleracea L) (Figura 2b, c), a serralha (Sonchus oleraceus L.), e diversas espécies de gramíneas como o capim carrapicho (Cenchrus echinatus L.), além de moderada eficiência de controle de nabo ou nabiça (Raphanus raphanistrum L.).

Figura 2 – (A) Plântula de azevém (Lolium multiflorum Lam), planta daninha comumente encontrada em lavouras de Trigo. (B) Plântula de beldroega (Portulaca oleracea L.), no estágio de folhas verdadeiras expandidas (canto superior direito) e (C) pré-floração.

O uso eficiente de herbadox exige ajuste da sua dosagem.

Por exemplo, em solos com teores de matéria orgânica acima de 3% ou com elevada pressão de plantas daninhas no banco de sementes, deve-se usar doses mais elevadas, podendo estar chegar a 3,5 L/ha do produto, ante uma dose de 2 L/ha em condições diferentes às mencionadas.

Além disso, recomenda-se a aplicação em solo bem preparado para melhor distribuição na superfície do solo, condição nem sempre presente em áreas de plantio direto ou cultivo mínimo.

Por fim, as sementes da cultura devem estar bem cobertas por solo a fim de se evitar contato direto com o herbicida.

A seletividade ocorre por posicionamento, sendo que o herbicida ocupa a camada superficial do solo onde as sementes de plantas daninhas concentram-se, de modo que a cultura possa emergir sem que ocorra absorção do herbicida devido a baixa absorção pelo coleóptilo da cultura. 

Flumyzin 500 e Sumisoya (flumioxazin)

Ambos os produtos possuem como ingrediente ativo o flumioxazin, molécula pertencente ao grupo químico N-fenil-ftalamidas que atua como inibidor da atividade da enzima protoporfirinogen oxidase (Protox) no cloroplasto (grupo HRAC: E).

A protox está presente nas rotas metabólicas de produção de clorofila e carotenóides.

Sua inibição leva à morte da planta devido a produção de espécies reativas de oxigênio produzidas sob a presença de luz, as quais causam peroxidação de lipídios presentes nas membranas, causando sua ruptura.

Estes produtos possuem ação rápida e translocação limitada na planta, agindo primariamente por contato e, portanto, o uso eficiente depende de boa cobertura das folhas das espécies invasoras.

Como mencionado acima, ambos os produtos são registrados para uso em dessecação pré-semeadura em manejo direto e cultivo mínimo, porém sua atividade residual pode proporcionar controle de espécies de folhas largas como a buva (Conyza spp.) (Figura 3), além de azevém, espécies invasoras de extrema importância na cultura do Trigo.

A seletividade em plantas de Trigo dá-se por posicionamento (seletividade física), não podendo o produto ser aplicado sob o dossel da cultura.

O uso destes produtos requer a adição de óleo mineral emulsionável ou adjuvante não-iônico para melhor penetração pela cutícula foliar.

A bula dos produtos indica que, em Trigo, a espécie controlada é a buva (Conyza bonariensis) no estágio entre 6 e 8 folhas, uma espécie extremamente problemática não somente no cultivo do Trigo como também de culturas de verão como a soja e o milho.

Contudo, baseado na eficácia do produto quando utilizado em outras culturas, há também a possibilidade de controle de espécies importantes como a nabiça, o capim colchão ou milhã (Digitaria horizontalis Willd), junça (Cyperus iria L.), corda-de-viola ou corriola (Ipomoea spp.), dentre outras (Lorenzi 2006).

O efeito residual destes herbicidas pode ser afetado pela incorporação da palhada da cultura anterior, tendo sua eficiência preservada em situação onde a palhada está presente cobrindo o solo (EVERMAN, 2016).

Figura 3 – Plântulas de buva (Conyza spp.).

Heat (saflufenacil)

O Heat possui como ingrediente ativo o saflufenacil, molécula pertencente ao grupo químico das pirimidinedionas que, assim como o Flumyzin 500 e Sumisoya, atua inibindo a atividade da enzima Protox (grupo HRAC: E).

Também como mencionado acima, este herbicida possui registro para uso em dessecação pré-semeadura e possui atividade residual, o que permite controle eficiente de espécies de folhas largas como o apaga fogo (Alternanthera tenella Colla), corda-de-viola ou corriola (Ipomoea grandifolia (Dammer) O’Donell), e o picão-preto (Bidens pilosa L.).

Espécies como a corda-de-viola e a buva são sensíveis em qualquer estágio, já o controle de outras espécies deve se realizado quando estas se encontram em estágio inicial de desenvolvimento.

Salienta-se que o Heat somente possui ação de controle de espécies de folhas largas, recomendando-se ação a adição de herbicidas para controle de folhas estreitas ao programa de manejo.

Devido a modalidade de uso, a seletividade se dá por posição.

O uso do Heat em pós-emergência das plantas daninhas durante a dessecação pré-semeadura exige a adição de adjuvante não-iônico.

Considerações finais

Consulte sempre um Engenheiro Agrônomo e leia atentamente a bula do produtos antes do uso.

E lembre-se, um bom manejo de plantas daninhas inclui a utilização de herbicidas em diversos mecanismos de ação visando-se evitar o surgimento de resistência a herbicidas.

Além disso, somente a incorporação ao sistema de diversas ferramentas de controle (como manejo mecânico, manejo cultural através de espaçamento e adubação, plantio em época correta, dentre outra) poderá trazer a sustentabilidade necessária a produção de alimentos e proteger a tecnologia disponível atualmente.

Referências Bibliográficas

AGROLINKFITO. Disponível em: www.agrolink.com.br/agrolinkfito

EVERMAN, W. J. (2016) Chemical Weed Control in Wheat, Barley, Oats, Rye, and Triticale. 2016 N.C Agricultural Chemicals Manual. Disponível em http://content.ces.ncsu.edu/north-carolina-agricultural-chemicals-manual/chemical-weed-control.

HEAP, I. (2016) The international survey of herbicide-resistant weeds. Disponível em www.weedscience.org.

LORENZI, H. (2006) Manual de identificação e controle de plantas daninhas: plantio direto e convencional. 6a edição. Nova Odessa, SP – Instituto Plantarum.

HUME, L. (1988) Yield losses in wheat due to weed communites dominated by green foxtail [Setaria viridis (L.) Beauv.]: a multispecies approach. Canadian Journal of Plant Sciences 69: 521-529.

OAD, F.C.; SIDDIQUI, M. H.; BURIRO, U. A. (2007) Growth and Yield Losses in Wheat Due to Different Weed Densities. Asian Journal of Plant Sciences 6: 173-176.

Foto de Dr. Rafael Pedroso

Dr. Rafael Pedroso

Engenheiro Agrônomo pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ/USP), Mestre e Doutor em Horticultura e Agronomia pela Universidade da Califórnia em Davis/CA, EUA e especialista em manejo de plantas daninhas pela mesma universidade. Professor temporário na ESALQ/USP (Piracicaba/SP) desde 10/2018 e docente na UniFeob (São João da Boa Vista/SP). Até a presente data, possui um acumulado de mais de 1.000 horas/aula na ESALQ/USP ? entre disciplinas da Graduação e Pós-graduação, além de 900 horas/aula na Unifeob. Membro da atual diretoria da Sociedade Brasileira da Ciência das Plantas Daninhas (SBCPD) e um dos editores do boletim trimestral desta sociedade. Atualmente atuo também como vice-coordenador do II Weed.Con, a ocorrer em Novembro de 2021. Atuação em Ciências Agrárias, ênfase em Ciência das Plantas Daninhas e sistemas de produção de grandes culturas. Realização de mais de 50 palestras, apresentações e treinamentos in-company ou online. Atuou como coordenador do Núcleo de Herbologia e Herbicidas do Instituto Phytus, estando envolvido em condução de pesquisa a campo e estufa para avaliação de eficácia de controle de plantas daninhas junto à agroquímicas, para fins de registro ou desenvolvimento do produto. Fortes componentes ligados ao ensino como o preparo de materiais didáticos em diversas formas de mídia (vídeo, escrita, podcast, webinar) para a plataforma PhytusClub, tendo produzido mais de 100 materiais. Atuo também na produção e organização de cursos para a plataforma Agrischool, treinamentos em fazendas e revendas, e atuação como palestrante em eventos contratados por empresas ou reuniões societárias.
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