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Início / Beauveria bassiana no controle biológico de pragas

  • Controle Biológico, Pragas
  • 18/02/2022

Beauveria bassiana no controle biológico de pragas

Sumário

Assuntos abordados neste material

  • O fungo Beauveria bassiana;
  • Como ocorre a infecção dos insetos;
  • Fatores que afetam negativamente a eficiência;
  • Condições para aplicação.

O fungo Beauveria bassiana

Beauveria bassiana é um fungo ascomiceto entomopatogênico, ou seja, fungo com capacidade de causar doenças em insetos. Representa um dos fungos mais estudados e comercializados no controle microbiano de pragas no mundo. Caracterizado por ser cosmopolita, capaz de explorar uma variedade de ambientes, e infectar uma ampla gama de insetos, mais de 700 espécies de artrópodes (Imoulan et al., 2017). A utilização de fungos entomopatogênicos no controle de pragas apresenta uma série de vantagens:

  • Não acarretam problemas ambientais;
  • Não apresentam riscos de intoxicação humana;
  • Se bem manejados, podem atuar no campo por um longo período;
  • Não deixam resíduos nos produtos comercializados.

No Brasil existem alguns produtos disponíveis no mercado de biodefensivos a base do fungo B. bassiana. Estes produtos são registrados para as seguintes pragas:

  • Bemisia tabaci raça B (Mosca-Branca);
  • Cosmopolites sordidus (Broca-da-bananeira);
  • Coccus viridis (Cochonilha-verde);
  • DaIbuIus maidis (Cigarrinha-do-milho);
  • Diabrotica speciosa (Vaquinha) (Figura 1);
  • Euschistus heros (Percevejo-marrom);
  • Diaphorina citri (Psilídeo-asiático-dos-citros);
  • Gonipterus scutellatus (Gorgulho-do-eucalipto);
  • Hedypathes betulinus (Broca-da-erva-mate);
  • Hypothenemus hampei (Broca-do-café);
  • Tetranychus urticae (Ácaro-rajado).

Figura 1 – Diabrotica speciosa (Vaquinha) é um alvo dos biodefensivos a base do fungo B. bassiana.

Como ocorre a infecção dos insetos

O inseto se contamina principalmente através da pulverização direta, ou do contato com superfícies de plantas pulverizadas com o fungo. Uma vez em contato com inseto o fungo pode colonizá-lo em até 72 horas, se as condições forem favoráveis.

Os fungos invadem os insetos preferencialmente pela cutícula, e podem atacar em todos os estádios de desenvolvimento dos artrópodes. A infecção pode acontecer também através da cutícula das partes bucais e dobras intersegmentares, que são regiões onde há maior umidade.

A infecção do inseto pelo fungo começa pela aderência do conídio na superfície da praga, que inicia germinação seguido pela formação do apressório e do tubo germinativo (Figura 2 – A). A cutícula é rompida através da combinação da pressão mecânica e secreção de enzimas (quitinases, proteases, lipases), que degradam a cutícula, considerada a principal barreira para fungos.

Após chegar na hemolinfa o fungo cresce na forma de blastosporos ou hifas unicelulares e coloniza o hospedeiro. No período de colonização irá secretar toxinas e se alimentar da hemolinfa. Durante este processo os fungos que são eficientes e matar o inseto irão superar as respostas imunes do inseto, produzir toxinas e privar o hospedeiro de se nutrir.

Após a morte do hospedeiro o fungo rompe novamente a cutícula e esporula na superfície do cadáver  (Figura 1 – B). Os conídios na superfície dos insetos (Figura 3) servem como fonte de inóculo na área e contaminam outros insetos. Insetos infectados pelo fungo param de se alimentar, e tem seu comportamento afetado até a morte.

Figura 2 – (A) Infecção do fungo B. bassiana (B) Esporulação externa do fungo, após a morte do inseto.
Fonte: Adaptado de Clarkson e Charnley (1996); Valero-Jiménez et al. (2016).

Figura 3 – Esporulação superficial do fungo B. bassiana em percevejo-marrom (Euschistus heros).

Além da capacidade de infectar e matar insetos, também é caracterizado por ser um fungo endofítico. Organismos endofíticos são capazes de colonizar e viver no interior das plantas sem causar danos ou sintomas. Estes organismos causam algumas modificações fisiológicas que podem atuar na proteção das plantas contra fitopatógenos, pragas e como promotor de crescimento.

Fatores que afetam negativamente a eficiência

É muito importante destacar que casos de ineficiência muitas vezes não estão relacionados ao fungo. Existem alguns fatores fundamentais para a eficiência destes organismos, que buscam melhor deposição, espalhamento, molhamento, adesão, retenção e toxicidade quando aplicados, visto que naturalmente seus conídios são hidrofóbicos.

  • Formulação – A formulação do produto que irá ser comercializado deve buscar a estabilização do organismo, além da possibilidade de armazenamento prolongado;
  • Transporte a armazenamento na propriedade – Por se tratar de um organismo vivo, precisa ser transportados e armazenado na propriedade em refrigeração (temperatura de aproximadamente 8°C). O Armazenamento em temperaturas maiores diminui o tempo de vida útil do fungo;
  • Radiação Ultravioleta – É um dos principais fatores relacionados a ineficiência destes fungos, depois de aplicados no campo. Isso acontece devido a sensibilidade dos conídios a radiação UV, que reduz a virulência. Em especial o fungo B. bassiana, que por ser um organismo menos pigmentado tende a ser mais sensível;
  • Temperatura – Este fator deve levar em consideração o isolado que se está utilizando no campo. Temperaturas abaixo ou acima das ideais inibem a germinação dos fungos.
  • Umidade – A umidade afeta a germinação dos conídios, assim como seu crescimento e esporulação.

Condições para aplicação

Muitas vezes a ineficiência de fungos entomopatogênicos, aplicados no campo, podem estar relacionados com as condições de aplicação. Alguns pontos devem ser observados no momento da aplicação, e são fundamentais quando este tipo de controle é adotado. Desta forma, para que sempre se busque as melhores condições para o desenvolvimento do fungo no campo:

  • Realização das aplicações nas horas mais frescas do dia – finais de tarde, dias nublados, dias com chuva mais finas;
  • Temperaturas entre 20 e 30°C, são consideradas favoráveis ao desenvolvimento de B. bassiana. Estes valores são variáveis de acordo com o isolado;
  • Umidade relativa acima de 70%.

Fungos entomopatogênicos no controle de pragas devem ser utilizados com muito cuidado, para que o resultado esperado seja alcançado. O uso de produtos biológico representa uma importante alternativa para pesticidas químicos.

Referência

IMOULAN, A. et al. Entomopathogenic fungus Beauveria: Host specificity, ecology and significance of morpho-molecular characterization in accurate taxonomic classification. Journal of Asia-Pacific Entomology, v. 20, n. 4, p. 1204-1212, 2017.

VALERO-JIMÉNEZ, C. A. et al. Genes involved in virulence of the entomopathogenic fungus Beauveria bassiana. Journal of Invertebrate Pathology, v. 133, p. 41-49, 2016.

Foto de Me. Daiane Dalla Nora

Me. Daiane Dalla Nora

"Engenheira Agrônoma formada pela Universidade Federal de Santa Maria, Mestra em Ciência do Solo na mesma instituição, com ênfase em Biodinâmica e Manejo do Solo. Formação: Engenheira Agrônoma pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) (2012-2017); Mestra em Ciência do Solo pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) (2017-2019); PhD student at University of Puerto Rico"
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6 respostas

  1. Avatar Ricardo disse:
    01/05/2024 às 19:24

    Quais são os princípios ativos que tem compatibilidade e os que não tem, com o fungo Beauveria Bassania associado no mesmo tanque de pulverização?

    Existe uma pressão adequada para utilizar esse fungo, na hora da pulverização?

    Após a aplicação com o Beauveria Bassania, quanto tempo tem que ficar sem usar fungicidas?

    Trabalho com tomate rasteiro de mesa e pimentão a céu aberto, fazemos em média, 3 aplicações de inseticida e 2 de fungicida por semana, dependendo das condições ambientais, ciclo da planta e incidência de pragas e doenças.

    Responder
    1. Avatar mariana.oliveira disse:
      06/05/2024 às 09:25

      Olá Ricardo, tudo bem?
      Obrigada pela sua pergunta.

      Quais são os princípios ativos que tem compatibilidade e os que não tem, com o fungo Beauveria Bassania associado no mesmo tanque de pulverização?
      Existem variação de compatibilidade aos ingredientes ativos conforme o isolado de Beauveria Bassiana.

      Azafenidine, quintozene, simazine + ametrine, 2,4-D, acetoclor e oxifluorfem afetam a germinação dos conídios de B. bassiana. Tiametoxam, imidaclopride, carbofuram e pencicurom são compatíveis com o fungo; porém glifosato, dimetilurea, azafenidine, quintozene, simazine + ametrine, 2,4-D, acetoclor e oxifluorfem reduzem significativamente o crescimento vegetativo e esporulação do isolado UEL 114 de B. bassiana.

      O inseticida Actara 250 WG(r) pode ser compatível ou tóxico, dependendo do isolado, o Regente WG 800(r) é compatível com alguns isolados e o Temik 150(r), tóxico. Quanto aos herbicidas, o Glifosato Nortox(r) pode ser compatível ou tóxico, dependendo do isolado, Plateau(r) pode ser moderadamente tóxico a tóxico, Contain(r), DMA(r), Karmex(r), Sencor 480(r) e Velpar-K(r) são tóxicos.

      No campo, o indicado é solicitar a tabela de compatibilidade do produto para o representante comercial da marca, porque cada empresa tem os testes próprios, mas existem um documento da Agroceres que pode utilizar de base para verificar a compatibilidade e também existe um aplicativo da Koppert que pode utilizar como base. Para baixar o app clique no link.

      Existe uma pressão adequada para utilizar esse fungo, na hora da pulverização?

      Não existe indicação de um pressão para a aplicação da calda contendo a Beauveria bassiana. Porém, deve considerar a maior cobertura do alvo, porque o fungo precisa inicialmente aderir à cutícula do inseto para depois germinar e infectar o inseto alvo.
      Em caso de dúvida consulte o representante comercial do produto que foi adquirido.

      Após a aplicação com o Beauveria Bassania, quanto tempo tem que ficar sem usar fungicidas?

      A indicação é um intervalo de sete dias antes e sete dias depois da aplicação do fungicida biológico, porém esse intervalo tem variação de acordo com o fungicida aplicado e a compatibilidade dele com a Beauveria bassiana. Portanto, antes de utilizar produtos biológicos que tenham o fungo na composição é interessante verificar a tabela de compatibilidade com os fungicidas que serão utilizados e se não tiver acesso a essa lista entre em contato com o representante comercial do produto.

      Caso queira acessar outras fontes de leitura:
      Fonte: https://www.scielo.br/j/ne/a/sdcjGNTTTpyKSgFhsmqPj6R/?format=pdf
      Fonte: https://www.scielo.br/j/aib/a/XMdwsZrYspGkyQpTDyStVdg/

      Ficamos à disposição.

      Responder
  2. Avatar Gustavo Silva disse:
    06/01/2025 às 16:36

    Boa tarde!

    Poderia por gentileza me passar a referência referente ao trecho (O inseto se contamina principalmente através da pulverização direta, ou do contato com superfícies de plantas pulverizadas com o fungo. Uma vez em contato com inseto o fungo pode colonizá-lo em até 72 horas, se as condições forem favoráveis). Tempo de colonização no inseto.

    Responder
    1. Caroline Rabuscke Caroline Rabuscke disse:
      20/01/2025 às 15:33

      Olá Gustavo, tudo bem?
      Acredito que esta dissertação de mestrado pode te ajudar.
      Abraços!

      Responder
  3. Avatar catarina dantas disse:
    09/01/2025 às 11:11

    Ola, a Beuaveria seria considerada em qual tipo de Gram?

    Responder
    1. Caroline Rabuscke Caroline Rabuscke disse:
      13/01/2025 às 07:45

      Olá Catarina, tudo bem?
      Beauveria bassiana é um fungo ascomiceto entomopatogênico, ou seja, fungo com capacidade de causar doenças em insetos.
      E a coloração de Gram é utilizado na caracterização e classificação de bactérias. As bactérias Gram-positivas possuem uma espessa camada de peptidoglicano e as Gram-negativas possuem uma parede de peptidoglicano mais fina. Bacillus é um exemplo de bactéria Gram-positiva e Pseudomonas de Gram-negativas.
      Espero ter ajudado!
      Abraçios!

      Responder

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