Análise de fertilidade do solo

Publicado em: 16/02/2022
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Importância da análise de solo

Analisar o solo traz inúmeros benefícios, pois, através da análise conseguimos compreender a disponibilidade de nutrientes no ambiente em questão e fazer a recomendação da adubação para as culturas que virão na sequência. Além de que, por meio da análise, conseguimos verificar o pH (teor de hidrogênio do solo) e o teor de alumínio (Al) do solo e, se necessário, corrigir a acidez e identificar problemas de fertilidade. 

O manejo da fertilidade do solo por meio do uso eficiente de corretivos e fertilizantes é responsável, dentre os diversos fatores de produção, por cerca de 50 % dos aumentos de produção e produtividade das culturas (LOPES; GUILHERME, 2007). Se considerarmos o valor dos fertilizantes hoje, a amostragem torna-se muito importante, sendo que através dela utilizamos apenas a quantidade ideal de fertilizantes estimada pelo teto de produção que se almeja.

Todas as culturas têm um pH ideal, a grande maioria dos grãos fica em torno de pH 6 e nos manuais de adubação e calagem de cada região pode se observar, para cada cultura, a quantidade necessária de macro e micronutrientes para a produção desejada.  

Além do teor de nutrientes, a análise de solo nos fornece o teor de matéria orgânica do solo, que auxilia a compreender o quanto as práticas realizadas na área estão sendo benéficas ou não, e ainda auxilia na escolha de estratégias para aumentar este ponto. Neste caso, um dos principais métodos é a rotação de culturas e a implementação de culturas que fornecem boa quantidade de palhada aos solos. A matéria orgânica do solo (MOS) provém, em quase sua totalidade, dos organismos vegetais, cuja composição varia entre as diferentes espécies vegetais e dentro da mesma espécie, com a idade da planta e animais existentes no solo (CUNHA et al. 2005). 

De acordo com dados da Embrapa (2021), o aumento de fertilidade do solo pode ser possível através de dois tipos de produtos: o calcário para corrigir a acidez do solo e os fertilizantes, ou adubos, para corrigir a falta de nutrientes. A decisão de o que, quando e quanto aplicar de calcário e fertilizante somente deve ser feita com base na análise de fertilidade do solo com o auxílio de um agrônomo.

Como fazer a amostragem

Devemos identificar os talhões e separar em amostras diferentes (Figura 1). Esses talhões podem ser separados por fertilidade, relevo, tipo de sol e diferentes ocupações dentro da propriedade, e o tamanho ideal de cada gleba não deve exceder 10 hectares.

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Figura 1. Separação da propriedade em diferentes talhões

A amostra composta é formada por amostras simples, retiradas de 15 a 20 locais escolhidos ao acaso, ao percorrer em zigue-zague a gleba uniforme, sendo o recomendado que se tire 20 amostras simples (ARRUDA et al., 2014). 

Para a amostragem, você deve ter em mãos um balde, um trado de sua preferência ou uma pá de corte ou de jardineiro, deve estipular a profundidade de amostragem de 5 a 20 cm de profundidade. Essa profundidade pode variar em função da cultura e do objetivo da análise.

Inicialmente você vai tirar amostras simples da área e adicionar ao balde para a formação de uma amostra composta (Figura 1), para que seja homogeneizada e destorroada. Depois, coloque a amostra em uma embalagem etiquetada com o nome da propriedade, do produtor e demais dados (Figura 2). Ao final do processo, encaminhe ao laboratório uma amostra final de mais ou menos 500 gramas.

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Figura 2. Processo de amostragem do solo
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Figura 3. Modelo de identificação da amostra

Para realizar uma análise de solo representativa da área, não se deve retirar amostras simples próximas da casa, do depósito de adubo e corretivos, da cerca, de brejos, voçorocas, curva de nível, árvores, sulcos de erosão, formigueiros, cupinzeiros, esterco, caminho, carreador ou qualquer outra mancha não representativa da área (ARRUDA et al., 2014).

Referências 

LOPES, A. S.; GUILHERME, L. R. G. Fertilidade do solo e produtividade agrícola. In: NOVAIS, R. F.; ALVAREZ V. V. H.; BARROS, N. F.; FONTES, R. L. F.; CANTARUTTI, R. B.; NEVES, J. C. L. (ed.). Fertilidade do Solo. Viçosa: SBCS, 2007. 
CUNHA, T. B.; MENDES, A. M. S.; GIONGO, V. Matéria Orgânica do solo. In: Nome dos organizadores. Nome do livro. Cidade: Editora, ano. Disponível em: livroRECURSOSOLO.pdf (embrapa.br). Acesso em: 22 maio 2021. 
ARRUDA, M. R.; MOREIRA, A.; PEREIRA, J. C. R. Amostragem e cuidados na coleta de solo para fins de fertilidade. Manaus: Embrapa Amazônia Ocidental, 2014. (Embrapa Amazônia Ocidental; Documentos 115).


Autor(a)

Scheila Andrieli Silveira Bones

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