Neste material, você vai conhecer um pouco mais sobre:
- Por que fazer amostragem de solo em uma área?
- Representatividade da amostra de solo.
- Camada de solo e subamostras.
- Amostradores de solo.
- Procedimento de amostragem.
Por que fazer amostragem de solo em uma área?
A análise de solo é uma ferramenta que fornece uma base para o correto manejo da química e fertilidade do solo. O objetivo dessa análise é avaliar a disponibilidade de nutrientes no solo e identificar os atributos químicos ou teores de nutrientes limitantes para o crescimento das plantas. Assim, é a partir de uma correta amostragem de solo e sua análise laboratorial que é possível obter parâmetros confiáveis para a determinação da quantidade de adubação adequada para cada área amostrada.
Representatividade da amostra
Os valores dos atributos químicos do solo variam dentro de uma área. Essa variabilidade espacial ou heterogeneidade é intrínseca do solo e do manejo. Ao coletar solo é imprescindível conhecer a variabilidade dos atributos químicos para realização de uma coleta de solo representativa. Uma coleta de solo representativa é composta por várias subamostras e o número de subamostras necessário para que a amostra seja representativa varia conforme a variabilidade dos atributos químicos do solo.
Camada de amostragem e subamostras
A amostragem do solo pode ser realizada em qualquer época do ano. No entanto, deve-se considerar que, após a coleta de solo a amostra é encaminhada ao laboratório onde é processada e analisada, e os resultados são obtidos. Para realização dessas etapas são necessárias de duas a três semanas. Por isso, para culturas anuais, recomenda-se que a amostragem de solo seja realizada de dois a três meses antes da semeadura.
Amostradores de solo
Para a realização da coleta de solo são recomendados os trados tipo calador, caneca, fatiador e pá de corte. A utilização do trado de rosca e do holandês deve ser evitada. Esses trados não são eficientes na amostragem da camada superficial do solo, o que pode resultar no comprometimento dos resultados. Independente do trado utilizado, o principal cuidado é garantir que nenhuma camada de solo seja perdida.
Procedimento de amostragem
Como destacado no segundo tópico, é importante que a amostragem do solo seja representativa. Para que isso ocorra é necessário que a área seja dividida em glebas homogêneas, ou seja, áreas com características semelhantes. As áreas podem ser divididas respeitando os seguintes critérios:
- tipo de solo
- topografia
- vegetação e
- histórico de utilização.
Áreas sem restrições com relação a esses critérios, mas com uso diferenciado de rotação e sucessão de culturas, também devem ser divididas em glebas.
O primeiro passo para a amostragem de solo é a retirada do material vegetal sobre o solo, como folhas, ramos, colmos e pedras, evitando a raspagem superficial. As subamostras devem ser coletadas dentro da gleba homogênea, de forma aleatória e em zigue-zague. Uma amostra composta deve ser constituída de subamostras. O número de subamostras depende do tipo de trado utilizado.
Ao utilizar a pá de corte, a amostragem deve compreender a linha e entrelinha, sendo que de 10 a 20 subamostras garantem a representatividade da gleba. Já no caso do trado calador, um número maior de subamostras deve ser coletado. A recomendação é que sejam coletadas de 50 a 200 subamostras, dependendo do espaçamento da entrelinha. Assim, uma subamostra é constituída por vários pontos, uma parte na linha e outra na entrelinha.
A camada de amostragem depende do tipo de preparo de solo utilizado. Para sistemas com revolvimento do solo, como preparo convencional e implantação para plantio direto, recomenda-se a amostragem na camada de 0 a 20 cm. Enquanto para sistemas em plantio direto, recomenda-se a amostragem na profundidade de 0 a 10 cm, como monitoramento eventual da camada de 10 a 20 cm.
No preparo convencional, a amostragem do solo deve ser realizada após o revolvimento do solo, para se ter uma homogeneização da camada de solo. No caso do plantio direto, a amostragem pode ser realizada no período de pós-colheita da cultura de verão.
Cabe ressaltar que a camada de amostragem corresponde à camada diagnóstica para recomendações de corretivos da acidez e adubação. Uma amostragem de solo adequada garante a utilização racional de corretivos e fertilizantes. Antes de realizar a coleta de solo é importante consultar um técnico especializado e o manual de calagem e adubação utilizado para sua região. Para os Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, o manual elaborado pela Comissão de Química e Fertilidade do solo (CQFS-RS/SC, 2016) é utilizado. Esse manual foi base para elaboração deste material técnico.
REFERÊNCIA
CQFS-RS/SC, COMISSÃO DE QUIMÍCA E FERTILIDADE DO SOLO. Manual de calagem e adubação para os Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina/Sociedade Brasileira de Ciência do Solo – Núcleo Regional Sul. 16. ed. Porto Alegre: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, Núcleo Regional Sul, Comissão de Química e Fertilidade do Solo – RS/SC, 2016.