Ir para o conteúdo
Logo Elevagro
  • Quem Somos
  • Planos
  • Aprenda

    Cursos

    Diversos cursos dedicados ao agronegócio para aprimorar suas habilidades Saiba mais

    Trilhas

    Jornadas guiadas de aprendizado para você se especializar na sua área Saiba mais

    Plataforma de cursos

    A maior plataforma de cursos por assinatura especializada no agronegócio Saiba mais

    Veja também:

    Especialização
    Pós graduação
    Elevagro Corporate
  • Conteúdos
    Blog
    Materiais gratuitos
  • Login
Conheça a plataforma
Pesquisar
Feche esta caixa de pesquisa.
Login

Início / A importância da polinização para o maracujá

  • Fruticultura    
  • 17/02/2022

A importância da polinização para o maracujá

Sumário

Neste material vamos aprender um pouco mais sobre:

  • Morfologia da flor do maracujá
  • A polinização na cultura do maracujá
  • Polinização Natural
  • Polinização Manual

O maracujazeiro, assim como acontece em outras plantas, é dependente da polinização para a produção de frutos. A fruta tem grande destaque no mercado brasileiro, o maracujá amarelo ou azedo é destinado à exportação, consumo e matéria prima para agroindústria. O maracujá doce tem importância principalmente para o mercado de frutas frescas. Além do consumo dos frutos, as plantas podem ser utilizadas como ornamentais, devido à beleza de suas flores.

Botânica da flor

O maracujazeiro pertence à família Passifloraceae e ao gênero Passiflora. As espécies de Passiflora são majoritariamente auto-incompatíveis, isto é, precisam de polinização cruzada para formar frutos (SILVA et al., 2014). As flores do maracujazeiro surgem nas axilas das folhas em brotações novas, com cinco sépalas, cinco pétalas e cinco estames (MARBELO-SOUZA & RIBEIRO, 2010). A corona é formada por vários filamentos ou fímbrias, é a marca característica do gênero Passiflora. A flor apresenta um odor agradável, e produz uma grande quantidade de néctar, o que ajuda a atrair agentes polinizadores. As flores são compostas de partes femininas (Estigma, estilete e ovário) e masculinas (antera e estames), como observamos na figura 1.

A flor do maracujá abre somente uma vez e permanece aberta apenas por algumas horas (JUNQUEIRA et al., 2016). A abertura floral pode ocorrer no período matutino, vespertino ou noturno. Segundo Silva et al. (2014) as flores do maracujazeiro-doce abrem por volta de 4 horas da manhã e pode se estender até as 18 horas, enquanto as flores do maracujazeiro-amarelo abrem quase todas ao mesmo tempo, por volta das 12 horas.

Figura 1 – Estruturas da flor do maracujá doce (Passiflora alata).

A polinização na cultura do maracujá

No momento da polinização os estiletes devem estar totalmente ou parcialmente curvados. A figura 1 ilustra uma flor não receptível a polinização, com as anteras voltadas para cima. Devido as flores serem auto incompatíveis, o pólen da mesma flor não pode fecundá-la ou fecundar uma da mesma planta, o que tornam necessária polinização, que pode ocorrer naturalmente ou artificialmente. Na falta das abelhas polinizadoras o custo do agricultor aumenta, pois, o método de polinização manual deve ser incrementado. Quando a flor não é polinizada não ocorre a formação do fruto, que ocasiona o abortamento floral (Figura 2).

Figura 2 – Flores abortadas devido à ineficiência da polinização.

A polinização natural

Esta polinização em ambiente natural é realizada por abelhas, conhecidas como mamangavas. Elas pertencem a espécies de diferentes gêneros, como por exemplo, Xylocopa frontalis, conhecida como mamangava-de-toco, Bombus morio conhecida como mamangava-de-chão, Eulaema nigrita que faz seus ninhos em cavidades preexistentes, Epicharis flava que constrói seus ninhos escavando o solo e Centris scopipes, que constrói seus ninhos em cupinzeiros (Silva et al., 2014).

Estas abelhas apresentam um grande tamanho se comparadas as abelhas africanizadas, dependendo do gênero e da espécie, como é o caso do Xylocopa frontalis que pode medir de 30 a 36 mm, consideradas ideais para a polinização.

Ao buscarem o néctar, as abelhas dos gêneros Xylocopa, Centris e Eulaema, tocam as anteras com o seu tórax, deixando o pólen depositado no dorso, quando voam para outra flor, essas abelhas contatam o estigma com o seu tórax cheio de pólen, polinizando a flor (SILVA et al., 2014).

O número de flores polinizadas, e a qualidade dos frutos irá depender do número de abelhas grandes que estão no pomar. É importante destacar que o ambiente de cultivo deve ter boas condições para que esses insetos tão importantes o habitem.

Um ambiente com boas condições

  1. Deve conter áreas naturais no entorno;
  2. Os inseticidas devem ser utilizados com cautela, e se deve priorizar o uso de produtos seletivos.

Silva et a (2014) descreve uma vasta gama de plantas que servem como atrativo para as espécies polinizadoras do maracujá, tais como:

  • ipê-de-jardim (Tecoma stans);
  • timbó-do-campo (Serjania reticulata);
  • folha-da-serra (Ouratea spectabilis);
  • hibisco (Hibiscus rosa-sinensis);
  • ipê-amarelo do cerrado (Handroanthus chrysotrichus);
  • ipê-roxo (Handroanthus impetiginosus);
  • unha-de-vaca-lilás (Bauhinia variegata);
  • chuva-de-ouro (Cassia ferruginea).

Junqueira et al. (2016) ressalva que tem sido verificado, que o plantio de pelo menos 2% das plantas com maracujá-doce e outros maracujás silvestres, como a espécie P. cincinnata, atraem e mantêm as mamangavas durante o dia todo no pomar, nos períodos com temperaturas e umidade mais elevadas.

Polinização manual

A polinização manual, deve levar em consideração o horário da abertura das flores, assim como a percepção se elas estão receptíveis ao pólen. A realização da polinização deve ocorrer quando os estiletes estiverem parcialmente ou totalmente curvados. O produtor deve tocar as anteras da flor retirando o pólen e transferir para outra flor de uma planta que não seja a mesma que se retirou e assim consecutivo (Figura 2). Além disso, a pessoa que irá realizar o procedimento deve evitar que o pólen da mesma flor atinja os estigmas, caso isso ocorra não haverá sucesso na polinização.

Ao contrário das abelhas que exercem seu trabalho naturalmente e sem custo nenhum ao produtor, este acarreta em custos adicionais para o cultivo. No entanto Junquiera et al. (2001) relata que nas condições do cerrado brasileiro os índices de pagamentos dos frutos pelos insetos variam de 13% no período de outubro a maio e 2 a 3% no período de junho a setembro, implicando em frutos com menor peso e quantidade de suco.

A polinização manual se torna importante garantindo melhores índices de frutos. Segundo Junqueira et al. (2001) a realização da polinização manual deve ser feita quando:

  • Em áreas com frequente utilização de inseticidas;
  • Em áreas onde as mamangavas são ausentes;
  • Em extensas plantações com mais de 3.000 plantas;
  • Em áreas que há intensas visitações da abelha Apis mellifera, sendo esta responsável pela retirada do pólen das flores interrompendo o trabalho das mamangavas.
Figura 2– Exemplo de polinização em flores de diferentes plantas.

Para que a polinização seja facilitada deve-se plantar em uma mesma fileira genótipos ou cultivares diferentes para diversificar o pólen, devido o fator de autoincompatibilidade (JUNQUEIRA et al., 2001).

Junqueira et al. (2001) recomenda que em lugares em que há abelhas indesejadas que roubam o pólen das flores, seja realizada a coleta das anteras com pólen antes da abertura floral nas que estejam apresentando as pontas brancas, colocando dentro de uma vasilha ou um saquinho feito com papel pardo, mantê-los na sombra, até o horário em que as plantas estejam aptas a serem polinizadas, o processo deve ser realizado no mesmo dia da coleta.

Referências bibliográficas

JUNQUEIRA, K.P et al.. Polinização natural e manual. In: FALEIRO, F.G; JUNQUEIRA, N.T.V. Maracujá: O produtor pergunta, a Embrapa responde. 1. Ed. Brasilia- DF: Embrapa, 2016. p. 153-163.

JUNQUEIRA, N. T. V. et al.. A importância da polinização manual para aumentar a produtividade do maracujazeiro. Planaltina: Embrapa Cerrados, 2001. 18 p.

MALERBO-SOUZA, D. T.; RIBEIRO, M. F. Polinização do maracujá doce (Passiflora alata Dryander). Scientia Agraria Paranaensis. Vol. 9, n. 2 – 2010, p. 37 – 46.

SILVA, C.I et al.. Manejo dos Polinizadores e Polinização de flores do Maracujazeiro. 1ed. São Pulos, 2014. 64 f.

Foto de Scheila Andrieli Silveira Bones

Scheila Andrieli Silveira Bones

Possui graduação em Agronomia pela Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (2021). Atualmente é conteudista do Instituto Phytus. Tem experiência na área de Agronomia, com ênfase em Agronomia, atuando principalmente nos seguintes temas: agroecologia, agricultura familiar, produção de grão, sustentabilidade, riqueza e segurança alimentar.
Ver outros conteúdos deste autor

8 respostas

  1. Avatar Luiz Goto disse:
    24/04/2024 às 00:44

    Gostaria de saber se quanto mais polem for colocado no estigma,maior será a quantidade de polpa no fruto?
    Obrigado.

    Responder
    1. Avatar mariana.oliveira disse:
      29/04/2024 às 10:46

      Olá Luiz, tudo bem?
      Obrigada pela sua pergunta!

      Sim. Quanto maior o número de grãos de pólen viáveis transferidos para o estigma em condições adequadas, maior o número de fecundações de óvulos e maior o número de sementes formadas no fruto até o limite máximo de, aproximadamente, 300 sementes por fruto.
      Cada união de um grão de pólen com um óvulo formará uma semente e é a partir da fecundação que o fruto começa a se desenvolver. Como a polpa do maracujá envolve, individualmente, cada semente, quanto maior o número de sementes, maior a quantidade de polpa.

      Fonte: Embrapa

      Responder
  2. Avatar Roberto Madeira disse:
    18/05/2024 às 19:25

    Moro na Florida Keys nos USA clima bem quente. Plantei varias mudas de maracujá ha dois anos, elas tem crescido bastante mas ate agora nada de flores e nem frutos. O que preciso fazer? Algum adubo especial? Obrigado.

    Responder
    1. Caroline Rabuscke Caroline Rabuscke disse:
      20/05/2024 às 11:48

      Olá Roberto, obrigada pela sua pergunta.

      A formação de flores e frutos do maracujazeiro está diretamente relacionada com a luminosidade. Um comprimento do dia acima de 11 horas diárias de luz proporciona melhores condições de florescimento do maracujazeiro. Encontrei um artigo que fala mais sobre o manejo da floração (leia aqui), porém, trata da região do Distrito Federal/BR.
      Espero ter ajudado!

      Ficamos a disposição!

      Responder
  3. Avatar Marcelo Viana disse:
    11/11/2024 às 18:57

    Qual o tempo que o grão de pólen leva para iniciar a fecundação? E qual a viabilidade do pólen, caso ocorra chuva logo após a polinização?

    Responder
    1. Caroline Rabuscke Caroline Rabuscke disse:
      12/11/2024 às 17:13

      Olá Marcelo, tudo bem?
      Encontrei um artigo que fala sobre a viabilidade do polém, acho que pode te ajudar: https://www.scielo.br/j/rbf/a/RgN3FPcD78Lm46Rmprx5tzP/.
      Abraços!

      Responder
  4. Avatar Aline disse:
    15/01/2025 às 18:03

    Aqui os estiletes só ficam pra cima, e minha polinização não está dando certo. O que fazer?

    Responder
    1. Caroline Rabuscke Caroline Rabuscke disse:
      16/01/2025 às 08:41

      Olá Aline, tudo bem?
      As flores do maracujá são auto incompatíveis, o pólen da mesma flor não pode fecundá-la ou fecundar uma da mesma planta, o que tornam necessária polinização, que pode ocorrer naturalmente ou artificialmente. Na falta das abelhas polinizadoras o custo do agricultor aumenta, pois, o método de polinização manual deve ser incrementado. Você está fazendo a polinização manual?
      Aqui deixo um manual da Embrapa que dá mais informações sobre o processo manual de polinização.
      Espero ter ajudado!
      Abraço!

      Responder

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Não deixe sua carreira para depois

Experimente agora e conheça todas as funcionalidades e benefícios da plataforma Elevagro.

Conheça a plataforma

Enriqueça seu conhecimento sobre o campo

Acesse gratuitamente os materiais ricos exclusivos da Elevagro.

VEJA TAMBÉM

Bactérias fitopatogênicas: o que são e como lidar
  • Doenças
  • 27/01/2025

Bactérias fitopatogênicas: o que são, suas caracterí...

As bactérias fitopatogênicas representam um desafio significativo para a produção agrícola global. Essas bactérias podem causar doenças que afetam a...

Ver mais
Germinação de sementes: o que é e como ocorre
  • Sementes
  • 13/01/2025

Germinação de sementes: o que é e como ocorre

A semente tem a função de perpetuação e multiplicação das espécies. É o elemento principal no estabelecimento, expansão, diversificação e...

Ver mais
Tendências do agronegócio para 2025
  • Mercado, Produtividade
  • 16/12/2024

Tendências do agronegócio 2025: tudo que você precis...

Com uma previsão de aumento para 8 bilhões de pessoas no mundo em 2050, o cenário atual da agricultura exige...

Ver mais
Ver mais artigos

Expanda seu conhecimento. Explore nossos cursos do agronegócio.

Confira os cursos
Logo Elevagro
Conhecimento que transforma a produtividade do agronegócio.
  • INSTITUCIONAL
  • Quem somos
  • Perguntas frequentes
  • Termos de uso e serviços
  • Política de privacidade
  • APRENDA
  • Cursos
  • Trilhas
  • Plataforma de cursos
  • Especialização
  • Pós-graduação
  • Elevagro Corporate
  • CONTEÚDOS
  • Blog
  • Seja um criador de conteúdo
  • CONTATO
  • Fale conosco
  • relacionamento@elevagro.com
  • (51) 9 9879-4278
  • Trabalhe conosco
Logo Google
WebShare a SEO First company © Copyright - Elevagro - Todos os direitos reservados