Chegou o inverno!
Chegamos na época mais fria do ano, que também costuma ser a mais seca, com potencial para causar perdas nas lavouras de inverno na região Centro-Sul em decorrência do estresse hídrico. Fato esse que acaba condicionando as estratégias de manejo adotadas pelos produtores. No inverno passado, tivemos a prova do quanto este período pode ser decisivo sobre a produtividade e sobre a qualidade do produto gerado.
Quando estressadas, tanto por causas bióticas quanto abióticas, as plantas produzem mais radicais livres, como também são chamadas as espécies reativas de oxigênio (EROS ou ROS – sua sigla em inglês), responsáveis por danos metabólicos significativos. A planta consegue, por meio de mecanismos fisiológicos, combater, até certo ponto, esse processo oxidativo.
Como podemos minimizar o estresse?
Por meio do aprofundamento nos conhecimentos sobre a fisiologia vegetal e mediante o aperfeiçoamento das técnicas de produção de fertilizantes e outros produtos foliares, novos produtos vêm sendo desenvolvidos com o intuito de proteger as culturas, principalmente naquela fase de maior demanda fisiológica da planta ou durante a ocorrência de problemas de ordem externa.
Entre estes novos produtos, dotados de muita tecnologia, estão condicionadores de solo, como ácidos húmicos e fúlvicos, complexos de aminoácidos e o uso de fito-hormônios sintéticos. Já com o objetivo de combater estresses a nível fisiológico, temos à disposição produtos elaborados a partir de extratos vegetais, chamados de biopotencializadores de plantas ou fertilizantes organominerais classe A.
Biopotencializadores: do que são feitos?
Esses produtos podem ser derivados de extratos de diversas plantas, como algas marinhas do gênero Ascophyllum. Esse exemplo, em especial, quando aplicado de forma foliar, pode promover tanto o aumento de produtividade, como da qualidade da matéria-prima, por meio da disponibilização de compostos metabólicos ativos (CMA), que agem em vários pontos no metabolismo das plantas, gerando aumento da quantidade de clorofila e do índice de área foliar. Além disso, melhora o aproveitamento da água disponível no solo e a sanidade das folhas, adiando a sua senescência.
Assim, estes produtos conferem à planta uma ação antiestresse, podendo ser usados em períodos de seca para amenizar os danos do estresse hídrico e térmico também, seja por muito altas ou muito baixas temperaturas.
Algumas empresas já estão investindo nesse tipo de tecnologia e desenvolvendo produtos à base de extratos de plantas com a ação benéfica sobre as culturas, para atender uma demanda crescente por uma agricultura cada vez mais sustentável. Provavelmente, ouviremos falar muito de biopotencializadores e outras variáveis de bioprodutos em um futuro próximo. Cabe a nós nos mantermos atualizados e buscarmos informações sobre cada um destes produtos, verificando sua aplicabilidade e funcionamento, a fim de garantir bons resultados na adoção dessas novas tecnologias.
Artigo de autoria de Guilherme M. Manzi, Especialista em Fertilidade de Solo e Nutrição de Plantas da FMC, publicado originalmente pela Revista Cultivar.