Introdução
A soja (Glycine max) é uma das principais commodities agrícolas do mundo (BARBOSA et al., 2021). Devido ao fato de que esta cultura apresenta alto teor de proteína e óleo, ela é utilizada em vários setores da agroindústria (ZEFFA et al., 2020). O cultivo da soja no país tem aumentado significativamente nos últimos anos, com isso, o cultivo requer novas tecnologias para que se possam obter boas produtividades, com menor custo de produção, sendo os inoculantes uma ferramenta viável para auxiliar nesta situação (BRACCINI et al., 2016).
A soja é uma cultura que demanda grandes quantidades de nitrogênio para a obtenção de altos tetos produtivos (BRACCINI et al., 2016). Uma vez que ela precisa absorver cerca de 80 kg de N para produzir 1000 kg de grãos (CARCIOCHI et al., 2019). Sendo assim, a utilização de inoculantes para a soja se torna um aliado para aumentar o rendimento final da cultura, pois esta prática, além de disponibilizar nitrogênio para a planta, também pode conferir para as plantas resistência, tanto para fatores abióticos como para fatores bióticos (BARBOSA et al., 2021).
Além disso, na atualidade, há uma crescente preocupação com a poluição de recursos da atmosfera e hídricos devido ao uso excessivo de fertilizantes nitrogenados. Neste sentido, o uso de inoculantes é uma alternativa importante em questão deste problema. Além disso, quando utilizada de forma correta, pode proporcionar incrementos produtivos na cultura da soja (BRACCINI et al., 2016).
Práticas de manejo e condições edafoclimáticas influenciam diretamente na eficiência dos inoculantes (BRACCINI et al., 2016). Neste sentido, Hungria et al. (2013) afirmam que mudanças climáticas globais, tais como o aumento das temperaturas e longos períodos de seca, podem comprometer os efeitos biológicos favoráveis dos inoculantes para as culturas. Por outro lado, Zeffa et al. (2020) constatou que a prática da co-inoculação na cultura da soja proporciona incremento na produtividade. Isso porque seus efeitos benéficos estão associados a características que impactam positivamente no rendimento final, como biomassa das raízes, parte aérea e nódulos, assim como o número de nódulos.
Diante do exposto, esta revisão bibliográfica tem como objetivo trazer, em um âmbito geral, possíveis benefícios da inoculação e co-inoculação em sementes de soja.
Cultura da soja
A soja (Glycine max) é considerada uma das principais culturas do Brasil (HUNGRIA et al., 2013). Ela pode ser utilizada como ingrediente para a formulação de rações para a alimentação animal, biocombustível e óleo de cozinha, assim como na indústria alimentícia em geral (BARBOSA et al., 2021). Neste sentido, a soja é uma importante fonte de proteína para a alimentação humana, além de proporcionar rações de alta qualidade nutritiva para a alimentação animal (CARCIOCHI et al., 2019).
Na safra 2020/2021 a área semeada de soja no Brasil foi de 39.195.600 hectares, obtendo uma produtividade média de 3.525 kg/ha, resultando em uma produção nacional de 138.153 mil toneladas. Já no Rio Grande do Sul a produtividade total da cultura da soja foi de 20.787,5 mil toneladas, com a produtividade média chegando aos valores de 3.433 kg/ha, em uma área semeada de 6.055.200 hectares (CONAB, 2022).
Dentre as plantas oleaginosas, a soja ganha destaque, sendo considerada uma das principais culturas do mundo (CARCIOCHI et al., 2019). Já no âmbito nacional, a produção de soja vem ganhando destaque nos últimos anos, devido, principalmente, ao incentivo à produção, fruto dos bons preços de comercialização e pesquisas de alto impacto referente a esta cultura (DALL’AGNOL, 2011).