O controle químico é uma das principais estratégias no combate a pragas, patógenos e plantas daninhas na agricultura. Porém, para que a aplicação do produto escolhido seja eficiente e atinja o alvo como desejado, é preciso atentar para a tecnologia de aplicação, já que o caminho entre a formação da gota e sua chegada no alvo não é nada simples, pois recebe a interação de muitos fatores, desde obstáculos até a fisiologia da planta.
Da pulverização até o depósito na superfície da folha
Após a gota ser produzida pela ponta de pulverização, ela terá que enfrentar uma barreira climática e, depois, uma barreira vegetal para conseguir atingir o alvo no interior do dossel.
Passando por esses obstáculos, as gotas poderão penetrar a primeira camada de folhas no topo do dossel das plantas, até formarem a cobertura e, depois, o depósito sobre a superfície do alvo.
Penetração do produto no dossel
A penetração de produto no dossel está relacionada com o estágio de desenvolvimento em que a cultura se encontra, sendo que, quanto mais fechado o dossel, maior é a dificuldade de as gotas atingirem as folhas basais da planta (Figura 1).
A arquitetura da planta é mais um fator que limita ou facilita a entrada e a distribuição da aplicação no perfil da mesma. Aqui podemos considerar número e formato de hastes e ramos, além do tamanho e orientação das folhas.
Deposição e eficiência na aplicação
A eficiência da aplicação de defensivos agrícolas depende de uma cobertura uniforme das folhas (alvo), seja nos terços superior, médio ou inferior, a qual é proporcionada pelos diferentes espectros de gotas. A escolha da aplicação deve levar em consideração a cultivar e as condições ambientais (velocidade do vento, temperatura e umidade relativa) em que a pulverização será realizada.
Dicas para aumentar a eficiência
Diversas técnicas podem ser adotadas para o aumento da eficiência no controle dos problemas fitossanitários. Além do aumento do volume de calda, existem diversos tipos de adjuvantes que podem ser adicionados à formulação ou à mistura para aumentar o desempenho de determinado produto fitossanitário.
A eficácia das medidas adotadas para o controle não depende somente da escolha de fungicidas eficientes, momento ideal para aplicação e volume de calda, mas também de fatores relacionados à penetração e à cobertura de todo o dossel da planta.
Qualidade da cobertura
A cobertura de gotas pode ser definida como a percentagem do alvo que foi coberta pela calda. A qualidade da cobertura depende do tipo de alvo a ser atingido, bem como da adequada escolha da ponta de pulverização.
Para alvos biológicos pequenos e em grande número, como é o caso das doenças, as gotas finas proporcionam maior cobrimento. O mesmo ocorre com os insetos, que, devido à alta capacidade que têm de se mover, harmonizam maior eficiência de controle, atingindo satisfatoriamente o alvo.
Tamanho das gotas
A escolha da ponta de pulverização deve adequar o tamanho das gotas produzidas às condições de aplicação, garantindo, ao mesmo tempo, eficácia biológica e segurança ambiental.
Gotas pequenas proporcionam melhor cobertura porque são facilmente transportadas pelo vento. O aumento no diâmetro de gotas reduz o arraste pela deriva, apresentando menos problemas com a evaporação no trajeto da ponta ao alvo, porém, as gotas grandes promovem menor cobertura da superfície a ser tratada.