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Produtor de milho safrinha: previna-se contra os riscos do enfezamento
Nas últimas duas safras, o Sudeste e o Centro Oeste brasileiro vem sofrendo com a presença de uma doença bem conhecida: o enfezamento.
Essa doença pode dizimar grandes extensões das lavouras produtoras de grãos e sementes de milho, devido ao elevado poder de migração de seu inseto vetor, a cigarrinha-do-milho.
Nestas regiões do Brasil, grandes extensões de lavouras de milho ocorrem concomitantemente. Em consequência da oferta do alimento e da intensa atividade migratória da espécie-praga, as lavouras semeadas tardiamente, incluindo a safrinha, são as que mais sofrem com os surtos da doença.
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A cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis) é um inseto-vetor, ou seja, uma praga que se alimenta da seiva do milho e transmite os patógenos causadores do enfezamento pálido e enfezamento-vermelho.
Os sintomas do enfezamento são percebidos tardiamente, mas a presença da cigarrinha pode ocorrer desde os primeiros estádios de desenvolvimento do milho. Quanto a mais cedo a planta for atacada e infectada, maior serão os danos causados pela doença.
Para prevenir-se é necessário o uso de algumas medidas como:
Evitar a semeadura tardia do milho,
Não fazer novos plantios de milho próximos a lavouras mais velhas, já infectadas, evitar que as cigarrinhas infectantes ataquem a nova lavoura.
Evitar a utilização de semeadura escalonada, para evitar a concentração de cigarrinhas infectantes;
Utilizar cultivares de milho com resistência genética aos enfezamentos;
Rotacionar as cultivares entre uma safra e outra, evitando a resistência genética dos patógenos aos híbridos resistentes,
Eliminar plantas voluntárias de milho, quando estas apresentarem molicutes e cigarrinhas, ajudam a reduzir o inóculo.
Utilizar tratamento de sementes com inseticida, sempre que possível, para controlar a cigarrinha, principalmente em áreas onde a incidência e época de ocorrência dos enfezamentos oferece mais riscos.
Lembrando que, quando a pressão de inóculo dos patógenos for muito alta, apenas o tratamento inseticida para controle da cigarrinha não é eficaz.
ATENÇÃO!
A utilização de cultivares de milho sem algum nível de resistência aliado ao constante fluxo de entrada de cigarrinhas infectantes na lavoura, contribuem para ineficácia dos inseticidas. O plantio de mais de uma safra ao ano requer uma análise prévia da região, sincronizando as épocas de plantio com as demais lavouras vizinhas para, deste modo, evitar a proliferação dos patógenos e do inseto-vetor.