Pulga-do-fumo (Epitrix spp. – Coleoptera: Chrysomelidae)
Adultos: Os adultos dessa espécie são pequenos besouros de coloração marrom-escuro que podem medir entre 1,5 e 2,0 mm. Possuem como característica marcante a presença de um par de pernas saltatórias, localizadas no último segmento abdominal, o que lhes possibilita a locomoção através de saltos. Quando tocados saltam e por isso o nome de pulga do fumo.
Ovos: Após um período de pré-oviposição que dura em média de 5-6 dias, as fêmeas colocam ovos por aproximadamente 38 dias. O número de ovos colocados por fêmea varia bastante, desde 28 até 200 ovos. Os ovos são de coloração esbranquiçada e são colocados pelas fêmeas no solo, de forma isolada ou agrupados (11-15 ovos), na região que fica rente as plantas. O período de incubação fica em torno de 7 dias.
Larvas: As larvas são de coloração esbranquiçada e durante o período inicial de desenvolvimento alimentam-se das radículas localizadas na região rente à superfície do solo. Já nas fases mais desenvolvidas, as larvas passam a atacar as raízes, podendo vir a causar danos no caule das plantas. As larvas possuem um ciclo de vida de 2 a 4 semanas e completam seu desenvolvimento no solo, passando posteriormente para a fase de pupa.
Pupa: A fase de pupa dura em torno de 5 dias e quando ocorre a emergência dos adultos esses passam a viver nas folhas das plantas. A duração do ciclo de desenvolvimento desse inseto varia muito em função das condições climáticas do local.
Figura 1. Detahe do adulto da pulga do fumo e danos iniciais em folhas de fumo.
Principais danos no fumo
Os principais danos são causados pelo adulto desse inseto e dão-se nas folhas da cultura, principalmente as folhas mais novas e aquelas localizadas na região inferior da planta, utilizadas para a alimentação. Os danos são caracterizados por pequenas perfurações que evoluem se o ataque persistir, podendo tornar as folhas com aspecto rendilhado. Os danos impactam em folhas com menor peso e depreciam o produto final a ser comercializado impactando em menor valor econômico. Outra característica do ataque desses insetos são folhas com aspecto “melado” devido aos exsudatos liberados pela lesão, prejudicando assim a qualidade de todas as folhas do “maço”. Ataques iniciais ainda no viveiro também podem ser bastante desastrosos.
Monitoramento e controle
O controle deve iniciar de maneira preventiva ainda durante a produção de mudas. Inseticidas sistêmicos podem ser usados em aplicação via rega nas bandejas de mudas antes do transplante. Essa tem sido uma prática importante na proteção inicial de plantas e que tem apresentado retorno econômico. Os principais inseticidas utilizados nesse tratamento são os neonicotinóides (tiametoxan e imidacloprido). Após o transplante o nível de controle estabelecido para esse inseto tem sido, em média, de 10 pulgas por planta. O controle envolverá aplicações de inseticidas, sendo opções os do grupo dos neonicotinoides (tiametoxan), das diamidas (ciantraniliprole), dos éter-difenílico (etofenproxi) e variadas opções dos piretróides (permetrina, deltametrina, bifentrina, esfenvalerato). Existe ainda opção de misturas formuladas com neonicotinoide + piretroide, como por exemplo, imidacloprido + beta-ciflutrina.