Broca-do-tabaco (Faustinus cubae – Coleoptera: Curculionidae)
Os adultos dessa espécie são coleópteros de coloração marrom com manchas claras, que podem atingir entre 5-6 mm de comprimento. Os adultos possuem hábitos noturnos, se abrigando na parte inferior da folha durante o dia. As fêmeas, usando o rostro (parte frontal desses insetos), fazem um orifício no caule da planta onde depositam seus ovos. Esses podem ser depositados de forma isolada ou em grupos.
Após alguns dias, as larvas eclodem e começam a fazer galerias no interior das hastes da planta. As larvas dessa espécie são ápodas, tem aspecto curvo (em forma de C) e possuem coloração branco-leitosa com cabeça quitinizada de coloração preta, atingindo até 4 mm no último instar (Figura 1).
A fase de pupa ocorre geralmente na base do caule em uma câmara construída nas galerias.
Danos às plantas
Após eclodirem as larvas, essas iniciam sua alimentação no interior das hastes dando início a formação de brocas internas nas hastes e nos talos das folhas do tabaco (Figura 2). Estas larvas podem causar brocas e consumir também raízes das plantas.
Podem atacar desde os estádios iniciais até plantas adultas, porém os maiores prejuízos são observados em ataques precoces.
Esses danos impedem a circulação de água, nutrientes e seiva, prejudicando o crescimento e desenvolvimento das plantas. Durante as horas mais quentes do dia, as plantas apresentam um murchamento acentuado, podendo em alguns casos levar a morte da mesma por déficit hídrico.
Na ausência de controle e ataques severos, as galerias tornam as hastes das plantas frágeis, as quais podem quebrar facilmente pela ação do vento, pelo manuseio ou até mesmo pelo próprio peso, resultando no tombamento das plantas e decréscimo acentuado da produtividade.
Os adultos podem atacar as folhas do tabaco e consumir área foliar. As folhas tornam-se amareladas e posteriormente secam, implicando em desfolha das plantas.
Estratégias de controle
O nível de controle ainda não foi estabelecido para F. cubae na cultura do tabaco. O controle químico, com a utilização de inseticidas, tem sido largamente utilizado nas áreas de ocorrência dessa praga, como principal alternativa de controle.
Os momentos de aplicação devem ser antecipados ao ataque, assim, os inseticidas podem ser usados para tratamento de mudas ainda na sementeira ou na forma de jato dirigido sobre as mudas no momento do transplante.
Os inseticidas neonicotinoides têm sido os mais utilizados, apresentando elevada eficácia no controle.