O que significam os termos liquidez e rentabilidade na prática?
A liquidez sempre demonstrou ser uma das maiores preocupações dos empresários, tanto urbanos como rurais, pois ela representa, via de regra, a capacidade que a empresa possui em liquidar suas dívidas com recursos de curto prazo. Demonstra ainda a capacidade da empresa em gerir seus ativos de forma adequada, refletindo assim na estrutura de capital de giro mantida pela empresa.
A rentabilidade, por sua vez, é um indicador que evidencia a capacidade da empresa em remunerar o capital investido, com êxito, de modo a atingir a eficácia do negócio perante seus investidores e demais partes interessadas.
A eficácia desejada pressupõe a disposição do gestor em garantir aos investidores que a rentabilidade obtida seja a melhor naquele momento e nas condições estabelecidas, e que seja capaz de minimizar o risco associado ao investimento. Na visão de quem investe, lucro e rentabilidade sobre o patrimônio investido são as “molas propulsoras” da continuidade dos negócios e da possibilidade de continuar investindo.
Utilização de indicadores de liquidez e rentabilidade
Devemos escolher entre um ou outro?
Discutir sobre liquidez e rentabilidade sempre gera opiniões controversas, e a maioria dos estudiosos ainda defende que seja necessário optar entre uma ou outra. No entanto, ao optar por liquidez ou rentabilidade, é possível que se provoque um desequilíbrio na estrutura patrimonial da empresa, ocasionando resultados indesejados.
A alta liquidez pode ser tão prejudicial quanto a baixa liquidez, e a alta rentabilidade sem equilíbrio na estrutura de capitais também pode ser uma decisão de risco. Se o empresário privilegiar a manutenção de ativos de alta liquidez, é possível que a rentabilidade seja prejudicada, pois os ativos, dada sua natureza, são investimentos pouco rentáveis, principalmente no Brasil.
Em relação ao agronegócio, é relevante considerar que o planejamento dos prazos entre disponibilidades (ativo circulante) e compromissos (passivo circulante) deverá ser rigoroso, tendo em vista que o produtor rural tende a observar o comportamento de mercado para então realizar suas vendas, o que nem sempre coincide com o vencimento de suas obrigações (capital de terceiros). O dimensionamento inadequado desse ciclo poderá ocasionar a busca por recursos de terceiros, que geram despesa financeira e, automaticamente, afetarão a rentabilidade, no médio e longo prazo. Caso ocorra endividamento exacerbado, automaticamente as taxas de juros se elevarão, provocando redução da rentabilidade.
Os dois elementos, rentabilidade e liquidez, devem ser conciliados e não figurarem como excludentes entre si. Ao mesmo tempo em que representam resultados e restrições, deverão ser gerenciados de forma integrada, principalmente nas empresas do agronegócio, que são geridas em um mercado tão imprevisível.
Concluindo
Portanto, a melhor alternativa não é a escolha entre o que é melhor, liquidez ou rentabilidade, mas sim, de forma consistente e responsável, trabalhar com as potencialidades e resultados oferecidos em cada uma das alternativas, e que levará a empresa a atingir eficiência (liquidez) e eficácia (rentabilidade) na gestão de seu patrimônio.
Gostou deste conteúdo e quer saber sobre este tema?
Clique aqui e conheça o curso do qual este conteúdo faz parte.
E se você for Associado Premium da Elevagro, receba 40 % de desconto.