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Início / Nematoides: generalidades e ferramentas de manejo

  • Materiais Técnicos
  • 01/12/2016

Nematoides: generalidades e ferramentas de manejo

Sumário

O material didático apresenta o crescente problema da presença de fitonematoides em áreas de cultivo de soja e oferece as principais ferramentas de manejo para enfrentar esse obstáculo.

  • Espécies;
  • Sintomas;
  • Fatores relevantes;
  • Ferramentas de manejo;
  • Alerta sobre o clima.

Atualmente as novas tecnologias utilizadas na agricultura, têm contribuído significativamente para a elevação da produtividade na cultura da soja. Este cenário positivo, muito se deve, aos inúmeros investimentos realizados por empresas de vários seguimentos agrícolas, que buscam arduamente solucionar os principais problemas existentes no campo relacionados às pragas e doenças que incidem na cultura.

Dentre o complexo de pragas capazes de causar danos à cultura da soja, os nematoides parasitas de plantas, têm se destacado safra após safra. Estes microrganismos vermiformes considerados pragas de solo, têm provocado prejuízos silenciosos e crescentes em várias regiões produtoras do Brasil. Por possuírem a capacidade de se alimentar das raízes, associada a sua notável habilidade de sobrevivência no solo, seu manejo tem se tornado um grande desafio nos dias atuais.

 

Espécies                     

As espécies mais comuns, associadas à redução na produtividade são os nematoides das galhas (Meloidogyne javanica, M. incognita M. arenaria), o nematoide de cisto da soja (Heterodera glycines), o nematoide das lesões radiculares (Pratylenchus brachyurus), o nematoide reniforme (Rotylenchulus reniformis), e recentemente o nematoide Tubixaba tuxaua.

Essas espécies encontram-se amplamente disseminadas em quase todas as regiões produtoras de soja. Estimativas apontam reduções na produção, entre 10 a 50%, podendo variar conforme o nível de infestação na área, a espécie envolvida, e a suscetibilidade da cultivar.

 

Sintomas

Os principais sintomas nas raízes, que servem como indicativos do parasitismo destas espécies estão relacionados a engrossamentos anormais, conhecidos como “galhas”, lesões de coloração escura no tecido radicial, reduções drásticas no volume de raízes (Figura 1). Esses sintomas comprometem principalmente a absorção e translocação de nutrientes pelas plantas.

A priori, observam-se alguns sintomas na parte aérea, que podem variar, desde, o desenvolvimento irregular das plantas, folhas “carijó”, amarelecidas com manchas cloróticas e necroses entre as nervuras, murchamento em períodos quentes do dia e em casos extremos a morte das plantas infectadas. No campo verifica-se que o complexo de sintomas, quase sempre está disposto em manchas ou reboleiras (Figura 2).

 

 

Fatores relevantes


A ampla distribuição dessas espécies, está relacionada a três importantes fatores:

  • Ao cultivo contínuo de culturas suscetíveis ao longo de anos, fato que vêm contribuindo para o rápido crescimento populacional dessas espécies no solo.
  • Ao descuido com o trânsito de máquinas e implementos agrícolas de áreas infestadas para áreas não infestadas, contribuindo significativamente para rápida disseminação.
  • Ao diagnóstico do problema, onde muitos dos prejuízos causados pelos nematoides acabam não sendo creditado pelos produtores, seja ele por falta de conhecimento, confundindo-os com outros eventos, como compactação do solo, encharcamento, deficiência nutricional e a outros patógenos de solo, e até mesmo, a negligência com a praga, que no início de sua colonização provoca perdas sutis com incremento exponencial de uma safra para outra.

 

Ferramentas de manejo

O cenário do ataque de fitonematoides vem evoluindo de forma preocupante, a cada ano agrícola. O problema vem sendo alertado por muitos pesquisadores e instituições de pesquisa, onde o reflexo do ataque de nematoides é demonstrado através dos inúmeros casos de áreas com a presença da praga.

Nessas áreas o potencial produtivo é garantido através de medidas de manejo integrado, e está interligado ao bom convívio com essa praga de solo. A erradicação ou eliminação dessas espécies quando estabelecidas em áreas de cultivo atingindo níveis de dano, é praticamente impossível, principalmente pelos custos e/ou pelo tempo de operacionalização.

As principais ferramentas de manejo, em áreas infestadas, passam por práticas preventivas e culturais, como a utilização de variedades de soja resistentes, rotação de culturas com plantas não hospedeiras, cultivo de plantas antagonistas, e a utilização de produtos químicos e biológicos.

A prevenção é sem dúvidas a melhor linha de defesa no controle de fitonematoides, pois, atua diretamente na contenção e/ou disseminação do problema, seja ele, de uma lavoura para outra, talhão, gleba etc. No entanto, os maquinários (máquinas e implementos agrícolas), devem estar sempre limpos antes de cada operação, isto certamente trará benefícios ao produtor.

Outro cuidado que se deve ter é o controle de plantas daninhas em períodos de entressafra. O crescimento de ervas ou plantas daninhas pode interferir na redução natural dos nematoides no solo, em virtude de algumas dessas espécies serem hospedeiras e multiplicadoras de nematoides, garantindo a manutenção da população no solo.

 

Variedades resistentes

A utilização de variedades resistentes, além de aliar a praticidade e a segurança ambiental, apresentam respostas eficientes de controle, reduzindo a densidade populacional das espécies no solo, bem como as perdas no campo. Algumas variedades de soja conferem a resistência genética para os nematoides das galhas (Meloidogyne spp.), de cisto da soja (Heterodera glycines, algumas raças), e o nematoide reniformis (Rotylenchulus reniformis).

No entanto, apesar dos inúmeros esforços realizados pelos melhoristas, para o nematoide das lesões radiculares (P. brachyurus) essa importante ferramenta ainda não se encontra disponível. Acredita-se que não será tarefa de fácil execução, pois esta espécie possui características dificultam seu manejo, relacionada ao seu alto grau de polifagia, (capacidade de parasitar inúmeras famílias botânicas), e ao hábito de parasitismo (endoparasita migrador).

 

Rotação de culturas

A rotação ou sucessão com plantas não hospedeiras podem reduzir a densidade populacional do nematoide no solo. A troca da cultura principal por uma cultura não hospedeira impede o contato do nematoide patogênico com as raízes, por um determinado período de tempo. Esse processo interfere diretamente sobre a demanda de alimento da praga no solo, culminando na morte por inanição, reduzindo a população no solo.

A rotação com plantas antagonistas, também apresentam alta eficiência na redução populacional dos nematoides no solo. Algumas dessas plantas possuem características que atuam diretamente na mortalidade dos nematoides, tanto de imunidade ao parasitismo, quanto de liberação de substâncias tóxicas. A liberação de exsudados radiculares associada às condições favoráveis de temperatura e umidade, desencadeiam papel fundamental neste processo, contribuindo para a rápida redução populacional no solo, podendo atingir valores que variam de 30 a 70%, dependendo da cultura e da espécie do nematoide.

 

Produtos aplicados na semente

O uso de produtos químicos e biológicos aplicados via tratamento de sementes, ou sulco de semeadura, contribui para proteção inicial do sistema radicular.

Estas medidas têm ganhado espaço dentro do manejo integrado de nematoides, pois tem a função de impedir a infecção destes microrganismos nos estádios iniciais, tendo em vista que sua ação é muito mais eficiente quando conferida em raízes novas.

Os produtos de ordem química aplicados nas sementes atuam diretamente no sistema nervoso dos nematoides, comprometendo sua movimentação no solo. Contudo estes produtos não conferem ação nematicida direta, ou seja, não causam a redução da população dos nematoides no solo. Entretanto, a importante caraterística de proteção dada por estes produtos, interfere diretamente na alimentação e consequentemente na reprodução dos nematoides.

Além disso, o período residual destes produtos associados a substâncias que aceleram o crescimento do sistema radicular permite que as raízes ultrapassem a camada de solo com maior densidade populacional, bem como, atinja o processo natural de suberização das raízes, mecanismo natural que dificulta a penetração dos nematoides, reduzindo assim os danos causados pelos nematoides.

O uso de produtos biológicos (fungos e bactérias) via tratamento de sementes conferem também, ótima resposta de controle, embora os mecanismos de ação entre fungos e bactérias são distintos. Os fungos atuam parasitando ou predando os ovos, juvenis e adultos presentes no solo.

Já as bactérias contém a ação de antibiose, passando a colonizar o sistema radicular, alimentando-se dos exsudatos e confundindo os nematoides sobre a localização real da raiz, contribuindo para o gasto energético, exaurindo assim todas suas reservas. Ambos agentes antagonistas ainda possuem potencial para compor a fração biótica do solo, aumentando a competição e tornando o ambiente mais equilibrado.

 

Sulco da semeadura

A modalidade de aplicação no sulco de semeadura, recentemente foi implementada na cultura da soja, para ajudar no manejo de áreas infestadas. Esta importante ferramenta, possibilita a aplicação de uma quantidade maior de produto (volume), tendo em vista que, os efeitos positivos principalmente de produtos de ordem química, passam quase sempre pelo contato direto sobre os nematoides presentes no solo, haja vista que, esta característica não é conferida pelo tratamento de sementes, muito em função da quantidade reduzida de produto carreada pela semente.

Outro aspecto positivo desta modalidade é o fato de ser aplicado na linha de plantio abaixo das sementes, criando uma zona maior de proteção para o desenvolvimento do sistema radicular, associado ao período residual no solo, podendo garantir a proteção das raízes por mais tempo, aumentando as chances de sucesso frente ao manejo desses microrganismos.

Um alerta frente ao uso desses produtos químicos ou biológicos, seja via tratamento de sementes, ou sulco de semeadura, utilizados tanto juntos (integrados) quanto de forma separada, é com relação à escolha da variedade de soja, que deve apresentar um baixo fator de reprodução, pois, alguns estudos desenvolvidos a campo têm mostrado que, o não ajuste da variedade, compromete significativamente o potencial efeito dessas ferramentas (Figura 3).

 

Alguns fatores dificultam essas ferramentas de manejo

Embora a implantação dessas medidas pareça tarefa de fácil realização, alguns fatores podem dificultar este processo como, por exemplo, a espécies presente na área, o seu nível de infestação no solo, a ocorrência concomitante de mais de uma espécie, acabam dificultando a implantação de um programa de manejo.

No entanto, é importante salientar que essas ferramentas de manejo, possuem mecanismos de ação diferentes, visando, o objetivo principal de evitar a alimentação e reprodução dos nematoides, quebrando assim, o seu ciclo de vida.

Essas ações irão dificultar ou impedir o crescimento populacional no solo, de forma a permitir o cultivo econômico nessas áreas. Embora essas ferramentas apresentem grande potencial para o manejo, nenhuma delas quando usadas isoladamente, trará uma resposta maior de controle, do que quando utilizadas de maneira conjunta. Cabe ressaltar que, para isso os produtores precisam realizar o trabalho de base, que começa pela identificação e quantificação correta das espécies presentes na área, para assim, buscar o auxílio destas ferramentas.

 

Alerta sobre o clima

Finalmente convém falar da safra que sofrerá os efeitos do fenômeno El Niño, onde vários fatores climáticos regionais e globais sofreram alterações, principalmente na temperatura e nos índices pluviométricos.

Faz-se um alerta, para as regiões onde o regime pluviométrico ficará acima da média este ano, nestes casos produtores que sabidamente tem o histórico de ocorrência em suas áreas, devem ficar atentos, pois, os danos causados pelos nematoides, poderão ser quase que imperceptíveis, em função da disponibilidade de água durante todo o ciclo da cultura, favorecendo o bom desenvolvimento das plantas, independente do parasitismo estabelecido nas raízes.

A priori nestes casos, os produtores devem através de análises, acompanhar a evolução populacional destes nematoides tanto no solo quanto nas raízes durante o cultivo da soja, para que assim possam planejar cuidadosamente seu programa de manejo para o ano subsequente.

Porém, em casos extremos de áreas com altíssima infestação no solo, combinadas a uma variedade altamente susceptível, poderão apresentar o quadro sintomatológico do parasitismo desses fitonematoides.

Foto de Dr. Paulo S. Santos

Dr. Paulo S. Santos

Possui graduação em Ciências Biológicas pelo Centro Universitário de Várzea Grande (2009), Especialização em Processamento Pós-colheita de Grãos e Sementes pela Universidade Federal de Mato Grosso (2012), Mestrado em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal de Santa Maria (2015), Doutorado em Agronomia pela Universidade Federal de Santa Maria (2020). Atualmente é coordenador de pesquisa na área da Nematologia pelo Instituto Phytus/DF.
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