Neste material você vai entender um pouco mais sobre:
- Plantas daninhas
- Nematoides fitoparasitas
As plantas daninhas são todas aquelas plantas que crescem espontaneamente nas áreas de cultivo e provocam danos às culturas agrícolas. Geralmente tais danos ocorrem em razão da competição por nutrientes, espaço e luz solar. Muitas plantas daninhas também produzem substâncias com efeitos aleloquímicos que podem prejudicar o desenvolvimento das plantas de interesse econômico.
As plantas daninhas também podem ser hospedeiras alternativas de fungos, bactérias e nematoides que provocam doenças em plantas. Dentre os patógenos hospedados pelas plantas daninhas que são de grande importância agrícola destaca-se o grupo dos nematoides fitoparasitas. Este grupo é representado pelos nematoides-das-galhas (Meloidogyne), os nematoides-das-lesões (Pratylenchus) e os nematoides-dos-cistos (Globodera e Heterodera).
Diversas espécies importantes de nematoides-das-galhas, como M. incognita, M. javanica e M. paranaenses, reconhecidos por causarem prejuízos em grandes culturas como soja e cana-de-açúcar, já demonstraram capacidade de parasitar e se reproduzir em plantas daninhas comuns nas áreas agrícolas, por exemplo, em picão-preto (Bidens sp.), caruru (Amaranthus sp.), tiririca (Cyperus sp.) (Imagens 1 e 2) e corda-de-viola (Ipomoea sp.). Espécies do gênero Pratylenchus, como P. brachyurus e P. zeae, reconhecidas por provocarem danos em culturas como milho e trigo, também parasitam plantas daninhas como picão-preto (Bidens sp.), milhã (Digitaria sp.), capim-carrapicho (Cenchus echinatus), entre outras.
A capacidade dos nematoides fitoparasitas de multiplicarem-se em plantas daninhas é um agravante nas áreas de cultivo em que estes nematoides estejam presentes. Muitas plantas daninhas apresentam resistência a alguns princípios ativos de herbicidas, o que pode dificultar não somente o controle das plantas daninhas, mas também o controle de fitonematoides que hospedam e se multiplicam nessas plantas. Assim, o correto manejo e o controle das plantas daninhas continua sendo uma das práticas que mais pode contribuir para evitar perdas agrícolas provocadas por danos de competição e parasitismo.