Os nematoides-das-galhas, Meloidogyne incognita, M. javanica, M. arenaria e M. hapla são as espécies com maior distribuição em tomateiro. Elas podem ocorrer em vários tipos de solo, mas causam prejuízos econômicos com maior intensidade em regiões quentes e subtropicais e que apresentam solos arenosos.
Outras espécies do nematoide-das-galhas que tem causado problemas em várias culturas no Brasil e no mundo, inclusive na cultura do tomateiro é M. enterolobii e M. ethiopica. Apresentam rápida disseminação e tem sido encontrada associada ao parasitismo de plantas ornamentais, fumo, soja, mamão, acerola, araçá e diversas hortaliças.
Sintomas
Com a penetração nas raízes das plantas os nematoides-das-galhas estimulam uma resposta da planta, com hipertrofia e hiperplasia das células que ocorrem nas raízes invadidas pelos juvenis de segundo estádio (J2), formando desta maneira as galhas. Após várias invasões nas raízes, por inúmeros juvenis, as galhas formadas apresentam forma alongada e com aspecto de inchaços ao longo do sistema radicular.
M. hapla geralmente produz galhas pequenas e discretas, enquanto M. incognita, M. arenaria, M. javanica, M. ethiopica e M. enterolobii causam galhas grandes e irregulares (Figura 1), que podem apodrecer rapidamente devido à invasão de patógenos secundários, tais como Sclerotium rolfsii, Fusarium sp., Verticillium sp. e Ralstonia sp. com intensificação dos danos.
Temperatura, umidade, tipo de solo, idade da planta no momento da penetração e infecção, densidade populacional e outros fatores de estresse têm interferência sobre os danos causados pela infecção de Meloidogyne.
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Ciclo de vida
Durante o ciclo de vida do nematoide-das-galhas passam por quatro estádios juvenis antes de se tornarem adultos. A primeira ecdise ou troca de cutícula ocorre no interior do ovo. Em seguida, o juvenil de segundo estádio (J2) eclode do ovo e vai para o solo ou penetra diretamente em uma raiz.
Os J2 são vermiformes e medem cerca de 0,2 mm a 0,4 mm. Apenas o J2 é a forma infectante do nematoide-das-galhas que se movimenta por entre as partículas de solo e se locomovem ao encontro as raízes das plantas hospedeiras. O juvenil penetra na raiz geralmente pela ponta (coifa) em crescimento e migra entre as células até estabelecer um local de alimentação nas células. Neste momento, torna-se um endoparasito sedentário. Secreções produzidas pelas glândulas esofagianas do nematoide estimulam a formação de várias células gigantes nas raízes parasitadas, que fornecem nutrientes para os nematoides. Estes aumentam rapidamente de tamanho e passam pelas ecdises transformando em 3º e 4º estádio juvenil e finalmente em adultos. Raramente machos são encontrados em M. incognita, M. arenaria, M. javanica, M. ethiopica e M. enterolobii
Uma fêmea produz durante o ciclo centenas de ovos que podem chegar a mais de 2000. Estes são depositados em uma massa de ovos externamente às raízes na superfície das galhas, onde ficam presos e protegidos por uma mucilagem contra dessecação e outras condições adversas.
O ciclo do nematoide-das-galhas leva cerca de três a quatro semanas no verão e no inverno, este tempo pode ser estendido até sete semanas. Assim, a duração do ciclo de vida é fortemente dependente da temperatura e aumenta conforme a temperatura do solo diminui.
A sobrevivência do nematoide-das-galhas e o ciclo de vida dependem do crescimento bem-sucedido da planta hospedeira e das condições ambientais. Os machos participam menos em relação às fêmeas. O desenvolvimento de machos é aparentemente irrelevante, uma vez que a maioria das espécies se reproduz por partenogênese, sem haver a necessidade de copulação.
Devido ao fato dos nematoides se moverem lentamente no solo (durante o ano, provavelmente não exceda 50 cm), sua principal forma de disseminação é a passiva, dada pela movimentação do solo, água, implementos agrícolas contaminados, homem e animais nas áreas de cultivo e por mudas contaminadas.
Manejo do nematoide-das-galhas
O manejo do nematoide-das-galhas na cultura do tomateiro é bastante problemático, porque esses microrganismos são habitantes de solo que sob condições favoráveis de temperatura e umidade, multiplicam-se com rapidez e ficam protegidos da ação de substâncias tóxicas presentes em agrotóxicos ou produzidas por organismos antagônicos. Para seu manejo é de grande importância à integração de várias práticas que vão desde a produção das mudas até a escolha da área de plantio. Dentre essas, as principais são: a prevenção, rotação de culturas, alqueive, uso de plantas antagonistas, variedades resistentes, controle biológico e, em último caso, o controle químico.