O monitoramento de Helicoverpa armigera deve ser intensificado no algodoeiro
A partir da sua detecção no Brasil em 2012, a Helicoverpa armigera vem causando danos significativos em algodoeiros em muitas das regiões produtoras. Essa lagarta tem se destacado como uma das mais temidas e de difícil manejo no algodoeiro devido principalmente ao seu alto potencial destrutivo e rápido aumento populacional por sua fecundidade e adaptação a condições climáticas adversas. Períodos secos, por exemplo, podem favorecer essa praga, e ao contrário disso, desfavorecem amplamente a atividade de inimigos naturais.
O Manejo Integrado tem sido muito discutido e divulgado a fim de otimizar o controle dessa praga no campo. A utilização de algodão com tecnologia Bt é uma das estratégias, porém, mesmo nessas cultivares Bt, em situações de alta infestação a eficácia da tecnologia isolada pode não ser suficiente, necessitando assim estratégias complementares como aplicação de inseticidas ou produtos biológicos. Tem sido relatados diversos casos de áreas com algodão Bt no Brasil com ataques de Helicoverpa, necessitando aplicações de inseticidas para complementar o controle da lagarta.
Segundo o Instituto Mato-Grossense do Algodão o nível de controle que tem sido utilizado para H. armigera é de 3 a 6% de plantas atacadas com pelo menos uma lagarta pequena (menor de 7 mm). A eficácia do controle químico e biológico é altamente dependente do momento de aplicação e a definição do momento de aplicação é altamente dependente de um rigoroso monitoramento da praga no campo. Aplicações tardias de inseticidas sobre lagartas médias e grandes reduz significativamente a eficácia dos produtos podendo ocorrer sobra de lagartas na lavoura, o que poderá repercutir na necessidade de maior número de aplicações.
A importância do monitoramento da Helicoverpa
O monitoramento dessa praga deve ser realizado durante todo o ciclo do algodão em função dessa praga poder atacar tanto nos estágios vegetativos como reprodutivos. Os danos são maiores em ataques no reprodutivo, porém, não se pode permitir que a população aumente devido as dificuldades de controle posterior.
O monitoramento dos talhões deve ser realizado duas vezes por semana, uma vez a cada três dias. A identificação de lagartas pequenas em fase inicial de infestação é tarefa difícil, e a metodologia utilizada deve ir além do tradicional pano de batida. O monitoramento após o plantio deve ser feito pela vistoria de plantas na linha (2 m linear), de maneira a examinar minuciosamente a procura por ovos e lagartas pequenas. Estudos tem demonstrado que a Helicoverpa spp. não apresenta uma preferência por partes da planta para ovipositar, sendo assim a planta toda deve ser examinada. A partir do estágio reprodutivo, o pano de batida vertical pode ser usado como método auxiliar, porém, não elimina a necessidade de vistoria das plantas. Deve-se repetir a amostragem em diversos pontos da lavoura, de modo a representar os diferentes talhões e também as diferenças entre manejos utilizados.