Nesse material, você vai saber mais sobre:
- A importância de controlar as pragas iniciais;
- Quais são os principais grupos de inseto-praga;
- Estratégias de manejo de pragas iniciais.
O ataque de pragas iniciais na cultura do milho e da soja reduz o número de plantas na área cultivada e, consequentemente, o potencial produtivo das culturas. A importância desses insetos pode variar de acordo com o local, o ano e o sistema de cultivo.
Para que possamos atingir o controle satisfatório destas pragas sem redução no rendimento da cultura, precisamos conhecer o cenário inicial de desenvolvimento do milho e da soja, os principais grupos de insetos-praga e os danos, além de como realizar o manejo das pragas nestas culturas.
Cenário inicial de desenvolvimento de milho e soja
Na pré-semeadura do milho e da soja devemos levar em consideração a cultura antecessora, pois boa parte dessas culturas acabam sendo uma fonte muito importante de inóculo de pragas. Dentre essas, o complexo de lagartas passa a ser muito influenciado pela cultura antecessora, podendo ter populações elevadíssimas.
Principais grupos de insetos-praga e danos
Podemos contar com três grupos principais de pragas: os coleópteros (corós, tamanduá-da-soja), o complexo de vaquinhas (larva-alfinete) e o complexo de lagartas (elasmo, lagarta-rosca, Helicoverpa). Os sugadores serão abordados em outra situação.
Corós
São larvas escarabeiformes (corpo recurvado em forma de letra “C”, como pode-se ver na Figura 1), de coloração geralmente branca, com cabeça e pernas (três pares) marrons. O controle químico é feito mediante tratamento de sementes.
Tamanduá-da-soja
O adulto (Figura 2) raspa o caule e desfia os tecidos no local do ataque, por isso, quando a população é elevada e quando a planta está na fase inicial, o dano é irreversível. O controle pode ser feito no tratamento de semente com o ingrediente ativo fipronil.
Complexo de vaquinhas
Ocorre na fase inicial da soja. O dano é causado pelos insetos adultos (Figura 3). No milho, o manejo é mais difícil, sendo que, atualmente, a principal estratégia é o uso via biotecnologia. Outra estratégia importante seria o tratamento no sulco com grânulos ou via líquido.
Lagarta Elasmo
A elasmo (Figura 4) raspa o tecido vegetal próximo ao colo da planta, logo abaixo do nível do solo, onde abre uma galeria que usa para movimentar-se em direção ao interior da haste, formando galerias ascendentes.
Lagarta-rosca e lagarta-do-cartucho-do-milho
Caracterizam-se tipicamente pelo corte de plantas de milho e de soja (Figura 5).
Helicoverpa
Lagarta desfolhadora (Figura 6) desde a fase inicial da planta, atacando cotilédones ou as primeiras folhas. Podem causar danos severos na população de plantas.
Estratégias utilizadas para o manejo de pragas iniciais do milho e da soja
A dessecação antecipada terá como alvo principal as lagartas, tendo muita influência sobre as populações deste inseto-praga da fase inicial.
O tratamento de semente terá grande influência sobre a população de lagartas e coleópteros, de maneira geral, podendo ter baixa eficácia sobre a larva-alfinete em milho. A importância do tratamento de semente vai variar dependendo do ativo que será utilizado.
A pulverização pós-emergência da cultura terá influência sobre as lagartas e sobre todo o complexo de vaquinhas. Sobre a lagarta-elasmo terá pouca influência (basicamente tratamento de semente) e sobre os coleópteros pouca efetividade. Já sobre o tamanduá-da-soja, quando ocorrer escape do tratamento de semente, boa parte do manejo será por pulverização em pós-emergência.
O manejo da lagarta no início da cultura vai depender do tempo entre a dessecação e o plantio. Quando esse tempo for longo, pode-se utilizar juntamente à dessecação, um inseticida seletivo ou somente o dessecante; quando o tempo for curto, é preciso utilizar um inseticida de choque para reduzir a população rapidamente.