Neste material, você vai saber mais sobre:
- A importância dessa doença na cultura do feijão
- Os danos causados pela doença
- Os sintomas
- As formas de controle
O agente causal da doença é o fungo Pseudocercospora griseola (Sacc) Ferr. Quanto mais precoce for o seu aparecimento na cultura, maiores poderão ser os prejuízos ocasionados. Em cultivares suscetíveis, as perdas na produção são estimadas em até 80%, mostrando a importância desse patógeno para a cultura do feijão.
A mancha angular está distribuída em quase todas as regiões onde se cultiva o feijoeiro comum, porém, é mais problemática em regiões com períodos de temperatura moderada associada à alta umidade e à presença de inóculo durante todo o ciclo do feijoeiro.
Dessa forma, a mancha angular é típica de regiões tropicais e subtropicais, como a América Latina e a África.
Sintomas de mancha angular em feijão
Os sintomas da doença são encontrados em folhas, caule e vagens. Nas folhas iniciais, as lesões são circulares, de coloração castanha ou marrom-avermelhada. Já nos trifólios, as lesões mostram-se acinzentadas e de formato irregular, que ao se desenvolverem adquirem coloração escura, ficando limitadas entre as nervuras, como podemos observar nas imagens a seguir.
Quando o número de lesões é muito grande, elas coalescem, a folha necrosa e cai.
No caule, ramos e pecíolo, observam-se lesões alongadas e escuras (Imagem 2).
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Já nas vagens, as lesões são castanho-escuras e arredondadas (Imagem 3). A mancha angular diferencia-se da antracnose, pois suas lesões não são deprimidas e não apresentam o centro mais claro.
O patógeno ainda pode infectar a semente por meio do hilo, reduzindo a germinação e o desenvolvimento das plântulas, mostrando-se um problema desde o início do ciclo do feijão.
Como já citado, o fungo prefere temperaturas amenas, onde o ótimo se encontra em 24°C. Na entressafra, esse sobrevive por meio de sementes e restos culturais, e sua disseminação se dá pelo vento, respingos de chuva e partículas de solo.
Controle de P. griseola
Para o controle de P. griseola, o primeiro passo é buscar sementes de qualidade, livres do patógeno, para evitar a presença de inóculo desde o início do ciclo e a introdução de novas raças, pois já foram identificadas mais de 29 raças do patógeno no Brasil.
Eliminar restos culturais, fazer uma rotação de culturas e evitar cultivos consecutivos de feijão na mesma área são mais medidas que podem ser tomadas para desfavorecer a ocorrência da doença; assim como, escolher a época de semeadura com base no histórico de ocorrência de mancha angular na lavoura, observando o espaçamento e a densidade de semeadura, e evitando a formação de um microclima favorável ao patógeno.
O controle químico também pode ser utilizado, havendo hoje pouco mais de 180 produtos registrados, a grande maioria pertencente ao grupo químico das estrobirulinas, triazóis, ditiocarbamatos e isoftalonitrila.