A fitotoxidez observada em plantas pode estar relacionada a diversos fatores, entre eles a aplicação de produtos químicos. A aplicação de produtos químicos sempre gera estresses na planta, mas na maioria dos casos, de forma imperceptível. Em outras situações, esse efeito pode ser potencializado por diversos fatores e torna-se visível apresentando sintomas severos (Madalosso e Balardin, 2014).
Os sintomas a seguir apresentados ocorreram em duas cultivares de soja, BMX Tornado e DM 6563 IPRO, na área experimental do Instituto Phytus, município de Itaara – RS, na safra 2015/2016, devido a aplicação de fungicida, sob determinadas condições meteorológicas (Tabela 1). Ambas cultivares foram semeadas em cinco épocas diferentes, portanto se encontravam em diferentes estádios fenológicos. Os ingredientes ativos do produto comercial aplicado eram trifloxistrobina (60 g i.a ha-1) + protioconazol (70 g i.a ha-1) com adjuvante a base de óleo metilado de soja a 0,25% v/v.
O grau de fitotoxidade variou entre plantas de soja em diferentes estádios fenológicos. As plantas apresentaram maior fitotoxidade em estádios mais avançados. Algumas alternativas de manejo e cuidados na aplicação podem minimizar os efeitos deletérios da fitotoxidade, como:
• Condições climáticas devem ser monitoradas para evitar momentos de maiores estresses. Neste trabalho, mesmo com condições adequadas, houve certa fitotoxidade; se as condições fossem adversas, o dano seria maior.
• Aplicações noturnas, especialmente em situações de estresse hídrico.
• Evitar misturas de calda com micronutrientes não quelatizados.
• Sempre manter o pulverizador limpo e não manter a mistura de um dia para o outro.
• Evitar reduções excessivas do volume de calda/ha.
• Após o florescimento, a cultura da soja fica mais “vulnerável” à ocorrência de fitotoxidade. Utilizar técnicas para melhorar a distribuição de gotas no interior do dossel da cultura, evitando superdose no topo e subdose na base.